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AGÊNCIA CBIC

22/03/2012

Perdas e desperdícios subtraem R$ 7 bilhões do resultado do setor

"Cbic"
22/03/2012 :: Edição 282

 

Valor Econômico/BR 22/03/2012
 

Perdas e desperdícios subtraem R$ 7 bilhões do resultado do setor

Num país onde reina a fartura de água, o maior desafio das companhias de saneamento básico é reduzir perdas e desperdícios que escapam pelos vazamentos, ligações clandestinas e hidrômetros desregulados. O último dado divulgado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), do Ministério das Cidades, demonstra que essas perdas contabilizadas em receita significam um rombo no faturamento das companhias de R$ 7 bilhões. Desse total, 60% – ou o correspondente a R$ 4,2 bilhões -, poderiam ser recuperados, se houvesse mais eficiência. Isso significa que as companhias de saneamento básico estão muito distantes das metas estabelecidas para o país, de 20%. A média brasileira de perdas é da ordem de 37,2% enquanto o Japão, referência mundial nessa área, registra desperdício de apenas 3%.
 E é no Japão que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), maior empresa de saneamento da América Latina, foi buscar ajuda. A companhia assinou no final do mês de fevereiro um contrato inédito com a agência de fomento do governo japonês, a Jica, em Tóquio, no valor de US$ 440 milhões, justamente para diminuir o alto índice de perdas. Para esse financiamento haverá uma contrapartida da Sabesp de US$ 240 milhões. O financiamento será utilizado para ampliar e acelerar os investimentos do Programa Corporativo de Redução de Perdas de Água da Sabesp, diz a diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena. Os investimentos até 2016 serão de R$ 1,9 bilhão, provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Jica e da própria Sabesp. A companhia já iniciou a negociação para ampliar o volume de investimentos no Programa de Perdas em mais R$ 1 bilhão, no período entre 2016 e 2020.
 Companhias de saneamento estão muito distantes das metas estabelecidas para o país, de 20% 
 Os recursos são fartos e o plano é bastante ambicioso. A meta da Sabesp é reduzir as perdas dos atuais 25,6% para um percentual em torno de 15% no final desta década. As ações resultarão na redução de 1% das perdas por ano, o que equivale à quantidade de água necessária para atender a 300 mil pessoas, explica a diretora-presidente. O índice representa tanto as perdas reais – causadas por vazamentos e manutenções das redes — quanto as perdas aparentes – resultantes de hidrômetros desregulados, que não contabilizam toda a água que passa por eles – além das ligações clandestinas, entre outros fatores. A composição do total das perdas da Sabesp é de 16,64% para as perdas físicas e de 8,96% para as perdas de faturamento. A redução das perdas é prioridade para a Sabesp para que seja garantida a segurança do abastecimento na Região Metropolitana de São Paulo. A disponibilidade hídrica é de apenas 146 mil litros por habitante ao ano, volume muito inferior aos 2,5 milhões de litros anuais recomendados pela Organização das Nações Unidas, resume.
 Para reduzir mais 1% de suas perdas no biênio 2012/2013, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) irá desembolsar R$ 60 milhões. De acordo com Kazushi Shimizu, gerente da Unidade de Serviço de Desenvolvimento Operacional da Sanepar, a companhia hoje tem um índice de perda de faturamento de 20,4%. Em relação às perdas totais – que somam 33,5% -, cerca de 50% deste índice é representado pelas perdas reais, como vazamentos na rede, e a outra metade são perdas aparentes, ou seja, ligações clandestinas. O que mais impacta é a perda real, diz.. A Sanepar começou a combater esse tipo de perda em 2006 e os investimentos diretos, desde então, têm somado R$ 25 milhões por ano. Para fazer frente às perdas e desperdícios, a companhia criou o Método de Análise de Solução de Problemas de Perdas, como o próprio nome diz, tem por finalidade analisar o todo, encontrar e eliminar a causa. Nos últimos três anos já contabilizamos uma redução de custos de R$ 27 milhões em energia elétrica e produtos químicos com a implantação do programa, diz.
 A Companhia de Saneamento Básico de Minas Gerais (Copasa) lida com essa questão das perdas há 30 anos. Mais que um programa específico, focar nessas questões de perdas e desperdícios é uma rotina dentro da Copasa, acrescenta Marcelo Monachesi Gaio, superintendente de Gestão de Energia da Copasa. Para atingir o objetivo de diminuir as perdas a cada ano, a companhia mineira, a exemplo das demais, investiu R$ 60 milhões nos últimos cinco anos, e para 2012 já está em andamento um desembolso de mais R$ 17 milhões. Queremos reduzir a perda real, que hoje é de 231 litros por ligação dia, para 182 litros em dezembro de 2015, diz o superintendente. As soluções da Copasa também seguem o mesmo roteiro das companhias dos demais estados. Aprimorar as rotinas, operadores, substituir ramais e redes em áreas críticas e manter o programa de capacitação de mão de obra são algumas das soluções, conta.
 No quesito treinamento de mão de obra, a Sabesp está multiplicando conhecimento. Técnicos da companhia estão capacitando profissionais de dez países nas ferramentas mais eficientes de combate às perdas de água. O curso, concluído no último dia 16 de março, teve duração de três semanas. Ao todo participaram dez países: Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai, da América do Sul; Costa Rica, El Salvador, Honduras e Nicarágua, da América Central; e dois países africanos, Guiné-Bissau e a ilha de São Tomé e Príncipe. São nações com elevados índices de perdas de água e que ainda estão iniciando seus programas de controle de perdas ou utilizam apenas técnicas mais básicas, informa a Sabesp.

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