Industriais estão mais otimistas e esperam retomada em 2013, diz FGV

Brasil Econômico/BR

Industriais estão mais otimistas e esperam retomada em 2013, diz FGV

Economista avalia que os investimentos elevam as expectativas dos setores de bens de capital e construção
 Gustavo Machado
 Após dois anos de resultados ruins, a indústria de transformação espera por tempos melhores em 2013. A expectativa de alguma recuperação econômica, aliada à competitividade ganha com o dólar mais alto, estão elevando a confiança do setor. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o otimismo industrial é o maior desde 2010.
 De acordo com Aloísio Campelo, economista da FGV, a melhora nas expectativas do setor também pode indicar uma elevação do nível de investimentos das empresas. Ele explica que o segmento que puxa o otimismo é o de bens de capitais e de materiais de construção.
 No mês de dezembro, os índices de confiança de ambos os setores avançaram 11,2% e 5,6%, respectivamente. "Isso pode ser uma indicação de que os pedidos para estes segmentos estão aumentando. No que se refere à produção, eles estão bem otimistas para o futuro", explica Campelo.
 Os dados da fundação apontam para um salto nas previsões de produção dos empresários.O item pulou de 126,9 pontos para 135,3. Foi o que mais contribuiu para que Índice de Confiança da Indústria (ICI) atingisse a marca de 106,4 pontos em dezembro.
 A base de 100 pontos divide os campos positivo, indicando expansão, e negativo, retração do índice.
 Campelo, no entanto, está cético frente o resultado. "Temos que aguardar uma confirmação para este otimismo. Se os empresários estão mais animados pelo aumento da demanda, é de se esperar uma baixa dos estoques, algo que ainda não aconteceu", afirma o economista.
 Para Rogério de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), o otimismo presente da pesquisa da FGV está fundamentado nos péssimos resultados alcançados em 2011 e 2012.
 No ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) industrial geral ficou próximo de zero. Neste, registrará retração. "O principal fator deste resultado é que 2013 precisa ser melhor do que os anos anteriores. A base de comparação é muito baixa. Foram anos terríveis. É de se pensar que a indústria mostre alguma melhora junto da economia", afirma Souza.
 Ele também diz que as medidas do governo para estimular o setor e o dólar estável em patamar favorável às exportações ajudam a criar uma atmosfera de otimismo entre os empresários."Todos os fundamentos macroeconômicos estão apontando para uma melhora gradual da economia", diz. "Mas, de acordo com os últimos dados fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), produção e emprego continuam em patamares ruins", complementa.
 De acordo com o IBGE, a produção industrial está em nível semelhante ao de fevereiro de 2010. No que se refere ao emprego, a quantidade de pessoas empregadas registra queda de 1,4% neste ano.
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 Fonte: FGV