Correio Braziliense/BR
Indústria ainda patina
A indústria brasileira não consegue recuperar o ritmo e segue patinando. Os dados divulgados ontem pelo IBGE indicam que o setor mantém uma trajetória, iniciada no fim de 2011, de crescimento próximo de zero. No primeiro trimestre deste ano, o total das riquezas produzidas pelo parque fabril recuou 0,3% na comparação com o trimestre anterior e 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Responsável por cerca de 16% do PIB industrial, o extrativismo mineral puxou, desta vez, o resultado negativo, com recuo de 2,1%. A gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, creditou o desempenho do segmento às paralisações em plataformas de petróleo para manutenção (o óleo mineral responde por 65% das riquezas da indústria extrativa) e à queda das exportações do minério de ferro. A concorrência externa continua prejudicando as indústrias têxtil e de vestuário.
As produções de máquinas para escritório e equipamentos de informática, metalurgia, químicos inorgânicos e produtos farmacêuticos também registraram declínio no período. O governo já tomou algumas medidas, como desonerações nas folhas de pagamento. Mas nós ainda teremos de esperar os próximos trimestres para ver qual será o efeito disso tudo (no crescimento da indústria) , comentou Rebeca.
Os números divulgados ontem pelo IBGE também apontaram queda no desempenho trimestral da construção civil (-0,1%) ante os últimos três meses de 2012 ela representa cerca de 22% do PIB da indústria. Esse é um dos setores que mais empregam, e a sua recuperação deve demorar. A desacelaração (da construção civil) é reflexo do desaquecimento da economia. Mas esperamos que ela volte a reagir a partir do segundo semestre, se as concessões do governo em infraestrutura avançarem , comentou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão. (DA ) Colaborou Rosana Hessel
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