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AGÊNCIA CBIC

26/11/2012

Entenda a aparente contradição entre economia desaquecida e pleno emprego

"Cbic"
26/11/2012

Folha de S. Paulo/BR

Entenda a aparente contradição entre economia desaquecida e pleno emprego

Gustavo Patú
 Análise
 SERVIÇOS, CONSTRUÇÃO CIVIL E AGRICULTURA MAIS QUE COMPENSARAM A CRISE VIVIDA NOS ÚLTIMOS MESES PELA INDÚSTRIA.
 Há uma aparente contradição entre uma economia que anda devagar há dois anos e um mercado de trabalho perto do pleno emprego.
 Também pode causar estranheza que o IBGE divulgue taxas de ocupação cada vez mais altas, enquanto o Ministério do Trabalho divulga quantidades cada vez mais baixas de vagas criadas.
 Pode-se ler, no entanto, os resultados de outra forma: a produção do país se expande lentamente, assim como o número de empregos.
 A diferença é que o mercado de trabalho já atingiu ou está prestes a atingir os melhores percentuais possíveis; já o Produto Interno Bruto brasileiro é consensualmente insatisfatório para um país tão grande e populoso.
 Em outras palavras, não há tanto incômodo se menos vagas são criadas quando as vagas existentes são suficientes para quase todos-ainda mais porque, com as transformações da população, há menos jovens ingressando no mercado a cada ano.
 O crescimento econômico lento, porém, incomoda mais se a produção nacional é insuficiente para o patamar de desenvolvimento almejado.
 TRANSATLÂNTICO
 O que sustenta o emprego é um transatlântico chamado setor de serviços, que responde por mais de dois terços do PIB e engloba profissionais tão diferentes quanto empregadas domésticas, barbeiros, professores universitários e especuladores do mercado financeiro.
 Por ser tão grande e conter atividades essenciais do cotidiano, o transatlântico é menos sujeito aos solavancos da economia.
 Empresários deixam de investir ou de exportar quando o cenário internacional é desfavorável, mas só em último caso uma família tiraria os filhos da escola ou deixaria de ir ao médico.
 Serviços, com ajuda da construção civil e da agricultura, mais que compensaram a crise vivida nos últimos meses pela indústria, o setor mais afetado pela crise nos países desenvolvidos.
 Mas, se não afunda nas turbulências, o transatlântico tampouco se presta a acelerações súbitas. Ele abriga a maior parte da mão de obra menos qualificada, dos salários mais baixos e das dificuldades para expandir a produção por empregado.
 No caso brasileiro, o impulso recebido da ascensão da nova classe média e da expansão do crédito aos consumidores tende a ser menor daqui para frente.
 Nessa leitura, o aquecimento do emprego no setor de serviços não é contraditório com o desaquecimento da economia ao longo de oito trimestres. Pode ser inclusive, parte da explicação.
 —
 SERVIÇOS, CONSTRUÇÃO CIVIL, AGRICULTURA MAIS QUE COMPENSARAM A CRISE VIVIDA NOS ÚLTIMOS MESES PELA INDÚSTRIA.

Criação de vagas formais cai em outubro
O Estado de S. Paulo/BR
Foram apenas 66,9 mil novos empregos com carteira assinada no mês, o que levou o Ministério do Trabalho a reduzir expectativa para o ano
 Célia Froufe  
 BRASÍLIA  
 O último trimestre do ano começou mal para o mercado de trabalho formal. O governo registrou a criação de apenas 66,9 nil postos com carteira assinada em outubro, o pior saldo do ano. A tendência é que novembro também seja um mês fraco e, como de praxe, dezembro deve revelar um volume de demissões superior ao de contratações por causa dos desligamentos feitos com a redução do ritmo de produção no Natal e no ano-novo.
 O cenário negativo para o fim de 2012 levou o diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego, Rodolfo To- relly, a reduzir de 1,5 milhão para 1,4 milhão a expectativa para o saldo geral do ano.
 Isso significa que, na prática, o País deverá perder 300 mil postos formais até lá, já que o total até agora é de 1,7 milhão de vagas, criadas em meio a um quadro externo turbulento. "Em novembro, com certeza, ainda teremos saldo positivo de empregos", previu Torelly. "Mas dezembro deve dar marcha à ré", avisou.
 Para o mês passado, a expectativa era de um saldo mais próximo de 140 mil novas vagas, que é a média para outubro. O resultado revelado ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no entanto, foi o segundo pior para o mês de outubro dos últimos dez anos, perdendo apenas para o que aconteceu em 2008, início da crise econômica internacional. "Realmente ficamos um pouco surpresos", admitiu o diretor.
 Vale ressaltar que essa criação tímida de postos em outubro foi resultado da diferença entre 1,71 milhão de contratações e de 1,64 milhão de demissões. "A rotatividade está comendo solta", resumiu Rodolfo Torelly.
 Frustração. Os setores que mais frustraram o diretor no mês passado foram serviços e construção civil. No primeiro caso, porque o saldo de empregos em outubro foi de 32,7 mil, do. As demissões foram mais concentradas em São Paulo e no Distrito Federal, com o argumento de que as chuvas atrapalham o ritmo de construção.
 O comércio conseguiu ampliar seu mercado em 49,6 mil postos em outubro e é o único setor que ainda pode continuar contratando por causa, justamente, da sazonalidade das vendas de fim de ano.
 Já o mercado de trabalho agrícola encolheu em 20,1 mil postos em outubro. A redução era aguardada por causa do fim do período de colheita do café, intensiva em mão de obra.
 Regiões. Apenas em Minas Gerais, o cultivo do café foi responsável pela perda de 11,6 mil postos, levando o Estado a um saldo negativo total de 5 mil vagas.
 Como esse desempenho, que também afetou os paulistas, o Sudeste perdeu, no mês passado, a tradicional liderança da criação de vagas para o Sul do País. O placar ficou em 26,8 mil contra 25,3 mil. A estabilidade do emprego no Centro-Oeste, que viu desaparecerem apenas 469 postos em outubro, também foi atribuída à agricultura.
 Torelly conseguiu pinçar nesse quadro mais negativo para o mercado de trabalho uma perspectiva positiva para a economia brasileira. Salientou que as 17,5 mil vagas abertas pela indústria no mês passado representaram o triplo do saldo visto em outubro de 2011.
 "Fiquei animado com o movimento da indústria. Isso pode ser o início da melhora", comemorou. Ele salientou que o setor costuma puxar as demais áreas de atividade econômica. "Normalmente, quando a indústria cresce, todo o resto floresce", resumiu o diretor do Ministério do Trabalho e Emprego.
 > Marcha à ré
 RODOLFO TORELLY
 DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE EMPREGO E SALÁRIO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
 "Em novembro, com certeza, ainda teremos saldo positivo de empregos. Mas dezembro deve dar marcha à ré."
 "Realmente ficamos um pouco surpresos."
 "A rotatividade está comendo solta."
 "Fiquei animado com o movimento da indústria. Isso pode ser o início da melhora.

 





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