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AGÊNCIA CBIC

22/05/2018

Diretrizes em torno da conservação e uso de fontes alternativas em edificações poderão ser lançadas em outubro

Elaboração das normas contou com a participação da câmara brasileira da indústria da construção (CBIC)

Maior potência hídrica do planeta, o Brasil tem enfrentado nos últimos anos escassez de água em várias regiões. Com o novo cenário, que pode se tornar uma realidade permanente, empreendimentos sustentáveis deixam de ser um diferencial e passam a ser regra. A nova realidade obriga o setor da construção civil a se adaptar e investir em construções que possuem gestão inteligente do consumo de água. Com previsão para os próximos 90 dias, a Associação Nacional de Normas Técnicas (ABNT) lançará as Normas de Conservação e Uso de Fontes Alternativas em Edificações. O trabalho foi feito em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e apresentado aos participantes do 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Florianópolis, na última semana.

“As normas são cada dia mais necessárias porque têm surgido muitas leis obrigando os empreendedores a várias regras, que, muitas vezes, ao invés de ajudarem, atrapalham. É importante então que o setor tenha diretrizes de como fazer e, dessa forma, cada empreendimento vai adotar a melhor solução”, explica Lilian Sarrouf, coordenadora técnica das Normas de Conservação e Uso de Fontes Alternativas.

As ações para conservação de água otimizam o consumo, combatem o desperdício, reduzem o volume de efluentes e racionalizam custos operacionais e de manutenção. No entanto, na maioria das edificações no Brasil, a água potável é utilizada em quantidade superior à necessária e para a realização de quase todas as atividades. Por isso, entre as várias normas uma merece atenção: o uso de água potável deve ser apenas para fins nobres. Existem muitas demandas em um edifício que não precisam ser atendidas com água potável como irrigação paisagística, lavagem de pisos e veículos e sistemas de refrigeração à água.

Segundo Lilian, mesmo em um momento de crise econômica como a atual é possível vender um imóvel um pouco mais caro, se ele for sustentável, porque o consumidor está mais consciente sobre a questão ambiental. Em São Paulo, por exemplo, a vigilância social tem feito moradores denunciarem para a imprensa o gasto excessivo com água nas construções, colocando-se como protagonistas com postura proativa na gestão do uso da água.

De acordo com as diretrizes presentes nas Normas, o controle de tempo de uso é um fator para a redução do consumo podendo ser obtido com a utilização de aparelhos de fechamento automático, sensores de presença ou outras tecnologias. Ou ainda o uso de dispositivos que limitam o volume em descargas sanitárias poderao ser um fator diferencial nesse controle.

Para as edificações novas, as ações com foco na conservação da água devem ser definidas no início do desenvolvimento do projeto do edifício, de modo que o projeto de arquitetura já contemple os espaços necessários e que toda a infraestrutura seja prevista no projeto dos sistemas prediais hidráulicos e elétricos. Já nos edifícios existentes é necessário avaliar, além das questões diretamente associadas `a conservação de água, a viabilidade das obras civis eventualmente necessárias.

As normas também tratam da utilização de fontes alternativas em edificações, que merecem atenção especial porque carecem de sistemas adequados para garantir a qualidade da água a ser fornecida para prevenir os riscos de contaminação do meio ambiente e preservar, acima de tudo, a saúde do usuário. A utilização de fontes alternativas em edificações, se realizada em escala, pode trazer reduções significativas no consumo de água no nível municipal também. Os benefícios não são pontuais. Os ganhos são extensivos aos sistemas de abastecimento de água e da coleta e tratamento de esgotos, reduzindo as pressões pela exploração de novos mananciais e a degradação de corpos hídricos receptores de efluentes não tratados.

O trabalho da CBIC junto à ABNT é um esforço da entidade para que a indústria se adapte às novas regras e acompanhe as tendências internacionais. Parte desse esforço foi demonstrado no 8ºFórum Mundial da Água, realizado em Brasília, no ultimo mês de março, quando a CBIC coordenou duas sessões temáticas: Desenvolvimento e Urbano.

A entidade trouxe exemplos trazidos por palestrantes da Colômbia, França, Índia, Coréia do Sul, Senegal e Austrália para compartilharem suas experiências na gestão hidríca. “Há grandes exemplos para serem implementados no Brasil”, acredita Nilson Sarti, presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, que ficou bastante impressionado com o trabalho da Coréia do Sul, onde a importância do consumo consciente da água desde a escola em aulas de educação ambiental.

O local de realização do Fórum não poderia ser mais adequado, uma vez que a capital federal está em racionamento há mais de dois anos. É também a primeira vez o fórum ocorre em um país do Hemisfério Sul e que tira o foco do debate nas inovações e novas tecnologias para discutir também as soluções para os países que enfrentam escassez de água.

Todo o esforço do setor da construção é uma significativa contribuição para impedir que a limitação de disponibilidade hídrica em algumas bacias hidrográficas, assim como o aumento dos adensamentos demográficos e do consumo per capita de água levem as cidades ao esgotamento hídrico.

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