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AGÊNCIA CBIC

26/07/2013

Demanda por certificações é crescente

"Cbic"
26/07/2013

Valor OnLine

Demanda por certificações é crescente

Não é só a indústria de construção pesada que busca reduzir o consumo de insumos básicos. A preocupação com o ambiente tem crescido no mercado imobiliário, tanto em edifícios comerciais quanto em residenciais. A demanda tem elevado os pedidos de fornecedores de soluções para o setor e o volume de certificações que atestam o uso de melhores práticas ambientais.

Entre janeiro e abril deste ano houve um aumento de cerca de 40% no número de empreendimentos registrados buscando o selo Leed. Hoje o Brasil já é o quarto no ranking mundial de empreendimentos em busca da certificação, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. São mais de cem empreendimentos já certificados em todo o país.

Segundo dados compilados até junho, há 732 registros e 105 certificações no Brasil, sendo que a região Sudeste, com destaque para as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, lidera. São Paulo possui 428 registros e 80 certificações, enquanto a capital fluminense detém 137 registros e 12 certificações. A demanda ainda está centrada nos edifícios comerciais, mas o mercado residencial começa a ganhar espaço.

"Desde 2011, estamos trabalhando no projeto chamado Referencial Casa, que é específico para residências sustentáveis. Existem nove projetos-pilotos e, ainda este ano, alguns já serão inaugurados", diz Maria Carolina Fujihara, coordenadora técnica do GBC Brasil, ONG que visa fomentar a indústria de construção sustentável no Brasil.

O selo Leed aponta que um empreendimento pode ter um consumo de energia 30% menor e redução de até 50% no consumo de água. Hoje os edifícios consomem 45% da energia elétrica e 21% da demanda de água potável do Brasil.

"A demanda por certificações tem sido crescente e agora está ganhando espaço nos conjuntos habitacionais", diz Manuel Martins, do Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), concedido pela Fundação Vanzolini. Lançado em 2010, o selo registrou três projetos habitacionais em 2010, sete em 2011 e 19 em 2012. Os números deverão se manter em trajetória de alta nos próximos anos.

O cuidado ambiental passa a exigir um olhar amplo sobre as construções: da elaboração de sistemas que reaproveitam água da chuva em condomínios a projetos de paisagismo que utilizam espécies vegetais que exigem menor quantidade de água para sobreviver. "Tem crescido também a procura de empresas que pedem treinamento dos funcionários de vendas para que eles possam explicitar para os clientes os benefícios que esses projetos sustentáveis trazem, sejam os ganhos ambientais, sejam financeiros", frisa Martins.

Ao planejarem seus empreendimentos sob critérios sustentáveis e buscarem certificações, construtoras e incorporadoras têm também levado a preocupação ambiental aos canteiros das obras. "As empresas estão cada vez mais preocupadas em reduzir o consumo de água nos canteiros, o que tem aberto um mercado novo para a gente", diz Diogo Almeida, sócio da Sharewater, que desenvolve soluções para racionalização do uso de água.

Almeida afirma que essa demanda cria um mercado novo para a empresa e poderá representar um nicho de negócios atrativo. "Estamos em negociação e formatação de orçamentos no momento", destaca. A empresa fechou no ano passado R$ 400 mil em negócios. Nos primeiros sete meses de 2013, o volume já pulou para R$ 1,2 milhão. "Estamos também observando oportunidades na área de concessionárias de água e esgoto, cujo índice de perdas no Brasil chega a 40%."

"Energia e água são aspectos mais tangíveis e podem ser mais facilmente mensurados, o que faz com que a atenção neles tenha crescido, ainda mais porque se pode reduzir até 30% o uso de água num canteiro e reduzir custos", afirma Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatec. Métodos construtivos podem ter impacto direto sobre o consumo hídrico. "Mudanças na betoneira que vira o concreto podem criar ganhos e se o concreto vier até a obra pronto, se usa menos água. Há várias soluções que têm sido buscadas", aponta. Construtoras também têm usado mais sistemas de captação de água de chuva nos canteiros, seja para limpeza de ferramentas, seja para lavagem das rodas dos caminhões. A preocupação ambiental tem também chegado a grandes condomínios residenciais e não abrange apenas o consumo de água ou energia elétrica.

Um prédio localizado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, com cerca de 300 apartamentos, está discutindo com a Inovatec a criação de um depósito de resíduos, para que os funcionários do prédio aprendam a fazer a triagem correta e como podem ser maximizados os resultados. "O papelão entregue em fardos vale mais para as cooperativas", afirma Ferreira. Foi a primeira vez que a empresa foi procurada por um condomínio residencial para estudar soluções sustentáveis, mas Ferreira acredita que esse pode ser tornar um filão atraente de negócios. "De sistemas de captação de água de chuva à melhor gestão de resíduos, há muito a se fazer", destaca. O engenheiro afirma que sua empresa também está trabalhando na criação de uma plataforma sustentável para moradias individuais que deverá ser lançada em breve. (RR)

 

 



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