AGÊNCIA CBIC
Caixa tenta reduzir atrasos no Minha Casa
07/10/2013 |
Valor OnLine Caixa tenta reduzir atrasos no Minha Casa A Caixa Econômica Federal estuda como ajustar os modelos estatísticos de concessão de crédito imobiliário no âmbito do Minha Casa, Minha Vida – o programa habitacional do governo federal – para diminuir a inadimplência dessas operações. As possíveis mudanças incluem uma maior rigidez na seleção de tomadores e um aumento na exigência do pagamento de uma entrada para esses empréstimos, afirma o diretor executivo de habitação do banco público, Teotonio Rezende. Quando calcula a inadimplência no Minha Casa, Minha Vida, a Caixa considera apenas as faixas 2 e 3 do programa, cuja renda familiar vai até R$ 5 mil. Nelas o banco, de fato, faz um empréstimo bancário, recebendo um percentual fixo (spread) sobre os custos do FGTS – que é o fornecedor de funding para operação – de 3% mais a variação da taxa referencial (TR). Os atrasos nesses casos são assumidos, portanto, pelas instituições financeiras, corroendo parte do lucro. Nesse universo, a inadimplência estava, em agosto, em 2%. O valor está em linha com a média do sistema, também em 2%, mas o que preocupa Caixa é sua trajetória ascendente. Em dezembro de 2012, o percentual de atrasos acima de 90 dias estava em 1,3%, nível considerado ideal, pois é aquele que se aproxima das operações com recursos da poupança. "Esses 2% não são o nível de inadimplência que queremos. Estamos monitorando o índice e podemos fazer ajustes no modelo de concessão para que ele caia", afirma Rezende. O peso do gasto com condomínio, que em alguns casos pode chegar à metade da prestação mensal, é um dos fatores que pressionam a capacidade de pagamento desses tomadores, por exemplo. Outra história são as operações na faixa 1 do programa, com renda familiar de até R$ 1,6 mil. Nessa linha, que usa recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), o banco atua praticamente como um prestador de serviços, fazendo a administração de recursos do fundo e repassando os valores às construtoras. Como o banco não assume o risco da operação, a inadimplência é coberta pelo Tesouro Nacional e o imóvel não fica em nome do mutuário até a quitação do programa. Nesse caso, chega a 20% o percentual de operações com atraso superior a 90 dias. "Por enquanto, não retomamos os imóveis dessas pessoas, mesmo com atraso. As ações que fazemos são educacionais", afirma Resende. "Nessa faixa, a prestação que ele paga [limitadas a 5% da renda familiar mensal] tem um caráter pedagógico", diz, reforçando o caráter social do programa. "Esse é um segmento abaixo da linha de financiamento dos bancos, para o qual não havia produção de imóveis." No total do Minha Casa, Minha Vida, até a última semana de setembro, foram contratadas cerca de 2,92 milhões de unidades. Em termos de valores, isso equivale a cerca de R$ 141,9 bilhões. (FM)
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