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AGÊNCIA CBIC

22/03/2019

Artigo: As águas de março

Cinthia Martins dos Santos Peixoto, mestra em Engenharia do Meio Ambiente

 

Neste 22 de março, Dia Mundial da Água, convido a quem quer que chegue essas sinceras linhas, para uma reflexão sobre como estamos cuidando desse recurso vital. Aliás, será que estamos cuidando dele? Dados da Organização das Nações Unidas, a ONU, indicam que não. Atualmente, segundo a entidade internacional, 1,8 bilhão de pessoas consomem água de fontes sem proteção contra contaminação, 1,9 bilhão de indivíduos vivem em áreas que poderão ter escassez severa de água, e até 2050, tal número pode chegar a 3 bilhões.

Os cuidados com a água passam por uma série de ações, mas três delas são urgentes: consumo consciente, tratamento adequado dos esgotos e drenagem das águas da chuva. A propósito, esta última é um problema que nos últimos dias voltou a alertar o Brasil, haja visto as recentes enchentes ocorridas no Rio de Janeiro e São Paulo, que resultaram em vários estragos, e pior, em muitas mortes. Para tal problema, outro dado da ONU chama a atenção: nos próximos 30 anos estima-se que a quantidade de pessoas em zonas de risco para enchentes aumente dos atuais 1,2 bilhão para 1,6 bilhão, ou seja, 20% da população mundial em 2050.

O fim do verão traz “as águas de março”, descritas na célebre letra do maestro Tom Jobim, mas também tragédias anunciadas em grandes centros urbanos, como Goiânia, despreparada para domar suas as águas pluviais. A cidade ainda carece de obras em macrodrenagem urbana, como canalização de córregos e construção de galerias pluviais.

Mas as obras de macrodrenagem não devem ser a única solução adotada, e recomenda-se associa-las a ações de microdrenagem, que consistem em reter e infiltrar a água no solo mais próximo do local onde ela cai. Uma sugestão são os canteiros pluviais, uma ideia já presente em modernos projetos de urbanismo espalhados pela capital. Esses espaços, que podem ser inseridos em locais como rotatórias, servem como caixas de absorção da água da chuva, reduzindo o volume de água que chega às galerias pluviais e transformando áreas impermeáveis e áridas em jardins que recarregarão o lençol freático.

A solução urbanística é adotada com sucesso em cidades como Portland, Filadélfia e Washington, nos Estados Unidos. No Brasil, a capital paulista tem iniciativas similares. Comparado aos custos de implantação, frente às obras de drenagem convencionais, o preço é muito inferior; sendo mais um motivo para a adoção desses mecanismos.

A iniciativa dos canteiros pluviais também será implantada no próximo empreendimento do Grupo Toctao em Goiânia. O Plateau D’or, que será lançado ainda neste primeiro semestre, é um complexo urbanístico planejado que envolverá um condomínio horizontal e a implantação de uma centralidade com diversos serviços para atender não somente aos futuros moradores, mas a toda população circunvizinha. Baseado em conceitos sustentáveis que privilegiam a qualidade de vida, o projeto prevê interferências mínimas no ambiente natural, respeitando-se a topografia do terreno; além de contar com a implantação de soluções visando privilegiar a permeabilidade do solo e trazer tecnologias para se economizar os recursos naturais.

 

*Artigos divulgados neste espaço, não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

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