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AGÊNCIA CBIC

01/06/2021

Artigo – Quanto vale a casa? A pandemia escancarou seu valor

Cezar Valmor Mortari é engenheiro e presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO)

Cresce, entre as instituições, um movimento chamado Valorização da Engenharia da Construção. A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) gestiona, juntamente com o Confea (Conselho Federal da Engenharia e Agronomia), ações conjuntas, envolvendo um amplo espectro de entidades como as federações de indústria, as universidades e associações no sentido do resgate da vital importância da Engenharia no nosso meio.

A própria pandemia do coronavírus trouxe o assunto para a berlinda pois um dos seus efeitos mais visíveis é a chamada volta para casa. E desse movimento titânico emerge a própria importância do teto na vida das pessoas. Reflexo visível foi a rápida recuperação do setor de construção no segundo semestre do ano passado. Desde as pequenas melhorias nas residências turbinadas pelo auxílio emergencial até a compra desabrida de apartamentos nas grandes construtoras que alavanca o setor imobiliário. Tudo pela casa. Assim é que a Engenharia da Construção, em particular a Engenharia Civil, assume papel de protagonismo. Mas não só: essa importância precisa ser reconhecida e valorizada por todos, a bem da sociedade.

Nas obras públicas, esperam-se os efeitos benéficos da nova Lei de Licitações, em vias de aprovação final. O novo texto exige que qualquer licitação seja feita com todos os projetos executivos, demanda recorrente das empresas que atuam neste setor. A sua obra não tem como ser melhor do que seu projeto, pode ser pior, melhor nunca, diz o engenheiro Hugo Rosa diretor da Método. O que nosso setor reivindica é que a qualidade final está estritamente ligada à qualidade do planejamento. Depreende-se, então, que jamais poderá o menor preço entregar a melhor qualidade. A busca terá que ser o melhor preço, que inclui vários aspectos que interferem na análise, em muitos casos o menor prazo. Exemplo manifesto disso são as obras de intervenção viária no coração de nossas grandes cidades.

No cálculo do custo da obra, o licitante terá que calcular o custo para os usuários e, mesmo, o custo da não oportunidade de executar uma obra no menor tempo possível tecnicamente. Numa obra de um viaduto importante, no afã de economizar R$ 10 milhões aos cofres públicos, prolonga-se a obra por mais três meses além do necessário. E isso custará várias dezenas de milhões aos usuários e diretamente afetados. Não é justo e revela-se trágico para a economia das cidades.

Há muito o que fazer, em especial na área de infraestrutura, e os administradores públicos terão que dar mais voz aos técnicos, em particular aos engenheiros. A tarefa no saneamento, por exemplo, é hercúlea: universalizar o sistema até 2033, segundo o novo Marco Legal, recém-aprovado. O fornecimento de água potável terá que passar de 85% hoje para 98%. O tratamento de esgotos de 43% para 90%. Estamos falando de investimentos que ultrapassam R$ 750 bilhões. Isso somente será producente com a valorização dos bons profissionais. A engenharia é transversal e está presente em quase tudo, diz Virgínia Campos, presidente da Sociedade Mineira de Engenharia. Para ela, “não existe país próspero sem engenharia próspera”.

Na área de obras industriais e corporativas, também se espera dos investidores atenção sempre maior à eficácia e efetividade das obras. Hoje, a Norma de Desempenho sugere VUP (Vida Útil do Projeto) de 50 anos. Impossível atender aos preceitos dessa moderna norma sem a valorização da boa engenharia. Há que se buscar o incentivo ao desenvolvimento dos bons profissionais e das boas empresas, tanto projetistas como construtoras e fornecedores da cadeia produtiva. O Sinduscon-GO e a Fieg têm se dedicado a essa tarefa e os resultados já aparecem, com empresas goianas destacando-se no ambiente construtivo nacional. Muitas empresas goianas já dominam as melhores tecnologias disponíveis dentro do escopo de suas disciplinas.

Quanto vale a casa? Mais do que podíamos imaginar.

*Artigo publicado na Revista Goiás Industrial 298

**Artigos divulgados neste espaço são de responsabilidade do autor e não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

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