Dilma deixa de executar obras públicas do PAC

A presidente Dilma Rousseff deixou de executar as prioridades no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para quitar os restos a pagar deixados pela administração de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Até o momento, ela só liquidou metade das contas , segundo levantamento da Associação Contas Abertas. O governo deverá divulgar o segundo balanço do PAC na semana que vem.

 Dilma dispõe de R$ 40,4 bilhões no Orçamento de 2011 para o PAC. Porém, desse total, apenas R$ 5,6 bilhões, ou 13,7%, saíram dos cofres públicos, o que significa que a obra ou serviço contratado foi realizado e pago. O governo desembolsou R$ 16,1 bilhões para pagar despesas de 2010 e antes disso.

 Apesar do esforço para pagar os restos de anos anteriores, Dilma só deu conta de metade das faturas deixadas por Lula. Ainda sobra um estoque de R$ 16,4 bilhões em restos a pagar. "Provavelmente ainda viraremos o ano com um saldo grande", comentou o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castelo Branco. Somando o estoque deixado por Lula ainda não quitado, mais os restos gerados neste ano, referentes a despesas contratadas ainda não entregues, a conta chegaria a R$ 32 bilhões a serem transferidos para 2012.

 O programa Minha Casa Minha Vida é o melhor exemplo da estratégia adotada. Dos R$ 12,7 bilhões reservados para ele no Orçamento de 2011, apenas 0,05%, R$ 6,8 milhões foram desembolsados até agora. Mas, ao mesmo tempo, foram quitados R$ 5,6 bilhões em restos a pagar referentes ao programa.

 A necessidade de conter a inflação é uma das causas para a baixa execução do PAC, mas não a única. A contenção dos gastos ocorre também pela opção de fechar as contas públicas com saldo positivo, uma medida de prudência diante da crise. Há, também, problemas gerenciais nos ministérios.

 O dos Transportes passou meses mergulhado em crise e paralisia. Outras pastas simplesmente não tiveram autorização para gastar porque Dilma resolveu mantê-las em rédea curta para evitar desvios.