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29/07/2013

Tijolo sobre tijolo

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28/07/2013

Revista IstoÉ Dinheiro

Tijolo sobre tijolo

Empresas de médio porte e capital fechado, como as paulistas Setin e BKO, puxam a expansão do setor de construção civil
Por Carlos Eduardo VALIM
É possível olhar para o mercado de construção civil sob dois ângulos. O primeiro deles, o pessimista, mostra vendas em queda e as maiores empresas do setor, como PDG, MRV, Gafisa, Rossi Residencial e Brookfield, reduzindo seus lançamentos, amargando resultados pífios ao mesmo tempo que observam suas ações perderem valor na Bolsa de Valores   neste ano, o índice das empresas ligadas ao setor imobiliário já caiu mais de 25% na Bovespa. O cenário otimista pode ser visto na área de crédito imobiliário. Nos seis primeiros meses deste ano, a Caixa Econômica Federal emprestou R$ 66,6 bilhões para a compra de apartamentos e casas, 44% a mais que no mesmo período do ano passado.Os lançamentos na cidade de São Paulo subiram 37%, para 10.516 unidades, em relação ao mesmo período de 2012.
Qual é a razão dessa aparente contradição? Simples: o crescimento do setor de construção civil está sendo puxado por empresas de médio porte e de capital fechado. São companhias como as paulistas Setin e BKO. Elas têm em comum o fato de não terem caído na euforia na fase áurea do setor, entre 2008 e 2011, período em que a explosão da demanda fez com que as grandes companhias de capital aberto ampliassem rapidamente o volume de seus lançamentos. A freada, a partir de 2012, deixou as grandalhonas com vastos estoques não comercializados. "As maiores construtoras esperavam ter economia de escala, mas acabaram com um prejuízo de escala nas mãos", diz Antonio Setin, fundador e presidente da Setin. "Quando uma empresa cuida de muitas obras ao mesmo tempo, decisões importantes acabam ficando nas mãos dos estagiários." A Setin, por exemplo, deve aumentar os seus lançamentos dos R$ 700 milhões de 2012 para R$ 1,1 bilhão, neste ano. É um crescimento de 57% em apenas um ano. Esse desempenho, de acordo com Setin, deve-se ao retorno de projetos adiados no passado e a uma série de empreendimentos hoteleiros encomendados pela francesa Accor. Como regra geral, as construtoras de médio porte controlam também rigidamente seus custos. Veja-se o exemplo da BKO. A principal parceira da empresa até 2010 era a Agre, do espanhol Enrique Bañuelos, com quem desfez o acordo após sua venda para a PDG. "Decidimos estabelecer um crescimento linear e conservador, com uma estrutura de custos equilibrada", diz Joe Yaqub Khzouz, um dos fundadores da BKO. "Passamos a controlar tudo, desde a compra do terreno até a construção, a customização e o lançamento." Alguns podem creditar essa postura ao parceiro que chegou depois do divórcio com a Agre: o fundo GP Investimentos, adepto do controle rígido dos custos. Khzouz, no entanto, rejeita a ligação. "Já tínhamos uma cultura própria muito antes da chegada deles, e eles são apenas os nossos parceiros financeiros", diz. O fundo detém 38% de participação nos investimentos da BKO deste ano, que vão chegar a R$ 475 milhões em 2013, uma expansão de 58% em comparação ao ano passado.
O foco da empresa está em empreendimentos de alto padrão, voltados principalmente para investidores de imóveis. Uma das estratégias para não perder nunca de vista a rentabilidade dos projetos é fugir de políticas de descontos nas vendas. "Uma vez recebemos uma proposta de compra à vista de dez unidades se concedêssemos descontos, mas batemos o pé", diz Khzouz. "Não temos desespero para vender." Essa postura é facilitada por não precisarem conviver com a pressão por metas de crescimento comuns às empresas de capital aberto. "É preciso ter um dono ou executivos comprometidos, que saibam que se um lançamento for atrasado de um ano para outro pode trazer melhores resultados", diz Emílio Kallas, vice-presidente do Secovi-SP, o sindicato das empresas do setor imobiliário, e ele próprio dono de uma empresa em expansão, a Kallas. O empresário diz que já viu muitas construtoras lançarem projetos entre o Natal e o Ano Novo apenas para cumprir metas. "É a diferença entre correr uma maratona e uma prova de 100 metros rasos."
 

 



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