Logo da CBIC

AGÊNCIA CBIC

13/05/2025

Rodada de Negócios da CII/CBIC destaca crescimento do mercado imobiliário e aproximação com instituições financeiras

A Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promoveu, nesta terça-feira (13), mais uma edição da Rodada de Negócios, realizada de forma híbrida, com participação presencial na sede da entidade e transmissão online. O encontro contou com a presença de representantes do Banco de Brasília (BRB), empresários do setor e lideranças da construção civil, e teve como foco o fortalecimento da relação entre mercado imobiliário e instituições financeiras.

Durante a abertura, o presidente da CBIC, Renato Correia, ressaltou a importância da CII na trajetória da entidade e destacou o desempenho recente do mercado. Segundo dados compartilhados por ele, com base em conversa com a consultoria Brain, houve crescimento de 15% nos lançamentos e nas vendas no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023. “Minha Casa, Minha Vida cresceu, e o mercado tradicional também. Os dois cresceram”, afirmou.

Apesar do cenário positivo, Correia alertou para o risco da escassez de funding, sobretudo para pessoa física, o que pode comprometer a continuidade da expansão do setor. “É preciso muito diálogo com os bancos. Não temos bola de cristal, mas podemos orientar os empresários a buscarem alinhamento com seus bancos antes de lançar novos empreendimentos”, orientou. O presidente da CBIC também defendeu a valorização do Fundo Social do Pré-Sal, como fonte complementar para habitação no país, e alertou para os riscos da reforma da renda, que pode ter impacto mais imediato que a tributária.

 BRB: expansão nacional e apoio ao setor

Convidado especial da rodada, o diretor-executivo de Atacado e Varejo do BRB, Diogo Ilário, apresentou o reposicionamento do banco como instituição de alcance nacional. Com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, ele detalhou a ampliação do BRB para 19 estados além do Distrito Federal e os investimentos em inovação, como o Pix Judicial. Ilário também destacou o crescimento da carteira de crédito imobiliário da instituição, que saltou de R\$ 916 milhões em 2018 para R\$ 12 bilhões em 2024, com índices de inadimplência controlados.

“O BRB está investindo na digitalização completa do processo imobiliário e oferece hoje condições competitivas de financiamento, inclusive para pessoa física. Estamos prontos para atender a esse mercado que é estratégico para o banco”, disse.  

O vice-presidente da CII/CBIC, Ely Wertheim, elogiou o trabalho do BRB e sua aproximação com o setor produtivo. “O que o BRB está construindo é de um valor inestimável. O banco conhece o cliente, entende as dores da operação e ouve o mercado. Isso faz uma diferença enorme”, afirmou. Para ele, esse relacionamento direto e transparente entre o banco e os empresários se tornou um verdadeiro diferencial competitivo.

O economista-chefe do Secovi-SP e conselheiro da CBIC, Celso Petrucci, apresentou números do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e analisou o cenário atual de crédito. Ele destacou o desempenho recorde do BRB no primeiro trimestre de 2024 e chamou atenção para as taxas de juros praticadas pelos bancos. “As taxas que antes começavam com 10, agora já partem de 11,99% e descem lentamente. Todo mundo está batendo nos 12%. Nesse contexto, a taxa do BRB se destaca como muito boa”, avaliou. 

Petrucci também alertou para uma mudança no comportamento dos bancos no início de 2024, especialmente em relação ao financiamento para pessoa jurídica. “Eles mudaram bastante a tabela de custos, o que tem impactado diretamente a viabilidade de novos empreendimentos. Essa é uma preocupação que precisa estar no radar dos empresários”, concluiu.

FGTS e dados regionais

Luíz Fernando Mendes, consultor da CII/CBIC, trouxe uma reflexão importante sobre a utilização da poupança digital, usada tanto em benefícios sociais quanto em operações de crédito, incluindo o Fundo de Garantia. Mendes explicou que o dinheiro que está sendo aplicado nesses recursos não vem exclusivamente da poupança tradicional, mas também de uma “forçação de barra” que se deu pela alocação de recursos de diversas fontes, como a captação via LCI e outros papéis da Caixa Econômica Federal. Ele mencionou que, ao longo dos últimos três relatórios do Banco Central, há uma tendência crescente de perda de atratividade da poupança, uma vez que outros ativos financeiros estão ganhando mais interesse. 

Além disso, a criação da “faixa estendida” no Fundo de Garantia, um esforço para expandir as opções de financiamento para a população de baixa renda, também tem gerado mudanças significativas na forma de contratação e no volume de recursos aplicados. Mendes ressaltou a necessidade de se acompanhar de perto a movimentação desses novos recursos e a transparência sobre os números de contratação. 

Frank do Carmo Souza, vice-presidente regional do Norte, abordou a situação da habitação na região, destacando um aumento no uso dos recursos do FGTS, com uma previsão de que o volume de repasses atinja 30% em 2024. No entanto, ele lamentou que, apesar desse crescimento, em 2023 e 2024, cerca de R\$ 10 bilhões retornaram a outras regiões por não serem utilizados. Ele apontou que os altos custos de construção na região, especialmente no Amazonas, Acre, Amapá e Roraima, dificultam a viabilidade de projetos habitacionais. Em alguns estados da região, o custo do metro quadrado chega a R\$ 2.000, o que coloca uma pressão considerável sobre os projetos de moradia, prejudicando a conclusão de muitos empreendimentos.

O vice-presidente também ressaltou o impacto da burocracia e da estrutura da Caixa Econômica Federal, que dificulta o acesso e a implementação de recursos destinados à habitação. Apesar dessas dificuldades, Souza elogiou o desempenho do Amazonas, que, segundo ele, tem se destacado na produção de moradias, especialmente na habitação vertical, com preços médios de R\$ 6.250 por metro quadrado. Ele destacou que o programa “Amazonas é meu lar” tem sido um sucesso, com o apoio tanto do governo estadual quanto municipal, oferecendo subsídios essenciais para tornar a moradia mais acessível. Para o futuro, Frank acredita que um aumento nos subsídios será fundamental para continuar avançando, pois sem esse apoio, a viabilização dos projetos na região norte permanece um desafio.

Claudio Teitelbaum, representando o mercado da Região Sul, trouxe dados sobre os lançamentos e vendas no Rio Grande do Sul, destacando o impacto das enchentes de 2024. Apesar disso, o mercado de vendas se manteve relativamente estável, com Porto Alegre apresentando um desempenho de vendas de R\$ 4,9 bilhões em 2023, comparado a R\$ 5,1 bilhões em 2022. Teitelbaum também destacou o crescimento dos lançamentos, especialmente nos estados de Paraná e Santa Catarina, com um aumento significativo na quantidade de unidades lançadas, mais de 100 mil unidades em 2024. 

A dinâmica do mercado também está sendo moldada pela crescente demanda por imóveis compactos, como estúdios e apartamentos de um dormitório, que estão sendo impulsionados por novos modelos de gestão de locação, como o Airbnb. Contudo, Teitelbaum alertou que o sucesso desses empreendimentos está diretamente relacionado à qualidade da localização e à gestão adequada desses imóveis, o que faz com que nem todos os projetos alcancem o retorno esperado.

Paulo Muniz, vice-presidente da CBIC regional do Centro-Oeste, destacou o bom desempenho do mercado no Centro-Oeste no início de 2024. Ele mencionou que a quantidade de lançamentos na região teve um aumento expressivo de 16% em relação ao mesmo período de 2023, com uma forte presença de unidades no padrão econômico, especialmente com o programa “Minha Casa, Minha Vida”.  

Muniz também mencionou que, no primeiro trimestre de 2024, a região teve um saldo positivo de vendas, com 5.801 unidades vendidas contra 4.736 lançadas. Goiânia se destacou como o principal mercado da região, com um aumento de 38% nas vendas. Além disso, o estoque nas capitais do Centro-Oeste diminuiu, exceto em Goiânia, e Campo Grande teve o melhor desempenho de lançamentos desde 2021. Ele também apontou que o Centro-Oeste experimenta uma crescente demanda por apartamentos de dois dormitórios, especialmente dentro do segmento de padrão econômico.

Guilherme Fortes, vice-presidente da CBIC regional Nordeste, trouxe um panorama sobre o mercado da região, destacando a grande representatividade do Nordeste no contexto nacional, com 21% das vendas e 17,5% dos lançamentos. Fortes explicou que a região tem características muito específicas, com um mercado de imóveis de segunda moradia no litoral e uma crescente demanda por loteamentos no interior. 

A mudança nas legislações locais também tem sido um fator positivo para o aumento de lançamentos, como aconteceu no Rio Grande do Norte, onde os lançamentos aumentaram 88% de 2023 para 2024. Salvador, Fortaleza e Aracaju também se destacaram, com a capital baiana apresentando o maior aumento percentual nos lançamentos.  

Fortes mencionou ainda o equilíbrio observado entre lançamentos e vendas na região, com um desempenho sólido em muitas cidades, e apontou que o mercado no Nordeste segue diversificado, com segmentos de baixo, médio e alto padrão convivendo com forte demanda.

O tema tem interface com o projeto “Segurança Habitacional como Garantia Básica para a Qualidade de Vida e Integridade Física do Trabalhador”, da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi).



COMPARTILHE!

Data

Este Mês
Parceiros e Afiliações

Associados

 
Sinduscon-GO
ASSECOB
Sinduscon-DF
Sinduscom-NH
ADEMI-AM
Sinduson – GV
AEERJ – Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro
Ademi – PR
Sinduscon-RIO
Assilcon
Sinduscon-SP
Sinduscon-MG
 

Clique Aqui e conheça nossos parceiros

Afiliações

 
CICA
CNI
FIIC
 

Parceiros

Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.