AGÊNCIA CBIC
Quitinete é um bom negócio
23/04/2012 :: Edição 303 |
Correio Braziliense/BR 21/04/2012
Quitinete é um bom negócio Estudo do Sindicato da Habitação do DF mostra que esse tipo de imóvel se manteve, no ano passado, como o mais rentável para os donos. No Plano Piloto, o custo do metro quadrado de locação chegou a ser 27% maior do que o de um apartamento de quatro quartos
As quitinetes são o investimento mais rentável do mercado imobiliário do Distrito Federal. Estudo do Sindicato da Habitação do DF (Secovi) revelou que, em 2011, os proprietários desse tipo de imóvel em Águas Claras foram os que mais lucraram com aluguel no ano passado, seguidos pelos localizados no Plano Piloto e no Guará. O bom retorno financeiro está diretamente ligado à forte demanda por moradias para atender trabalhadores de outros estados, pessoas divorciadas ou jovens que deixaram a casa dos pais para viver sozinhos.
Conforme o presidente do Secovi, Carlos Hiram Bentes David, essa procura eleva os preços dos alugueis. A pesquisa mostrou que o valor médio do metro quadrado de locação de uma quitinete na Asa Sul é de R$ 41. Essa quantia é 27% maior do que a de um apartamento de quatro quartos (R$ 26) na mesma região administrativa (veja quadro). Hiram explicou que a infraestrutura consolidada do Plano Piloto é um dos motivos que explicam essa diferença. "Apesar disso, existe uma oferta limitada", comentou.
Embora o valor do metro quadrado seja menor, os ganhos com locação em Águas Claras- onde o preço dos imóveis para compra ou aluguel atendem à clase C – superam os do Plano Piloto. "A partir de 2007, com o início da política governamental de expansão do expansão do crédito para compra de imóveis, a nova classe média teve condições de migrar para Águas Claras. A proposta de condomínios fechados, com áreas comuns de lazer atraiu muita gente", explicou Carlos David.
Para o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Adalberto Valadão, a proximidade do Plano Piloto atrai novos moradores para Águas Claras e Guará. "As asas Sul e Norte concentram grande parte da atividade comercial, de lazer e cultura do DF. Com a restrição de oferta e o preço do aluguel elevado em Brasília, as pessoas migraram para áreas próximas. Esse é um dos motivos para os apartamentos das duas regiões serem rentáveis", completou.
Perfil
De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI), Pedro Fernandes, uma parte significativa da população do DF é formada por pessoas solteiras, divorciadas e trabalhadoras que chegam de outros estados para ocupar cargos no governo. Dessa forma, a procura por moradias simples como as quitinetes é um reflexo desse público. "A demanda faz com que o valor dos alugueis suba e a rentabilidade seja tão boa." O estudante Luiz Pedro Mascarenhas, 25 anos, se mudou para o DF há dois meses para concluir o curso de publicidade e divide uma quitinete de 27m² no Sudoeste com o pai. Eles pagam R$ 750 de aluguel por mês, mas Mascarenhas avalia que o valor cobrado é elevado. "Em um bairro na zona sul de São Paulo consigo um apartamento de 60 metros quadrados por R$ 1 mil. O valor aqui é alto", afirmou.
Também morador do Sudoeste, o pintor Maurílio Santos Macedo, 32 anos, divide uma quitenete com a irmã. Segundo Macedo, o gasto mensal com a locação do imóvel de 40 metros quadrados é de R$ 750. Apesar de a despesa ser partilhada com a irmã, ele acha o preço alto. "Sou baiano e no interior pagaria R$ 250 pelo mesmo imóvel. Esse custo é exagerado. Tenho vizinhos que gastam mais de R$ 1 mil com o aluguel."
Esse custo é exagerado.
Tenho vizinhos que gastam mais de
R$ 1 mil com o aluguel"
Maurílio Santos Macedo, 32 anos, pintor, mora de aluguel no Sudoeste
Construção civil cresceu 4,8% em 2011
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) mostram que a construção civil cresceu 4,8% em 2011. Com esse avanço, o setor teve uma participação de 5,8% no Produto Interno Bruto (PIB). A expansão também aqueceu o mercado de trabalho. Somente no Distrito Federal, foram criados 4.445 postos de trabalho. Apesar do estremecimento da economia no cenário internacional, o empresários da construção civil vislumbram um cenário positivo para 2012. A Cbic projeta para este ano um crescimento de 5,2%.
|
|