AGÊNCIA CBIC
Para construtoras, posição de sem-teto 'só pode ser política'
20/06/2014 |
Folha de S. Paulo Para construtoras, posição de sem-teto 'só pode ser política' DE SÃO PAULO Sindicato diz que sugestões do setor imobiliário ao Plano Diretor foram 'públicas e transparentes' Estimativas oficiais indicam que existe um deficit de até 400 mil moradias populares na cidade de São Paulo O setor imobiliário reagiu ao protesto dos sem-teto dizendo não haver lógica no posicionamento do movimento –que nesta quarta-feira (18) cercou a sede do Secovi (sindicato das construtoras), na zona sul de São Paulo. "Quem pode acelerar ou atrasar a aprovação do Plano Diretor são apenas os próprios vereadores", disse à Folha Cláudio Bernardes, presidente da entidade. "O setor não tem nada a ver com essa tramitação", afirmou. O posicionamento apresentado pelos movimentos por moradia, na avaliação dele, "só pode ser político". O dirigente do sindicato da habitação rechaça as críticas dos líderes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), que questionam a influência do setor na Câmara e afirmam que as construtoras só fazem especulação imobiliária na cidade. "Todas as nossas sugestões ao Plano Diretor foram públicas e transparentes. Nós procuramos ajudar a cidade, em 68 anos de história, a produzir habitações para toda a população. Inclusive as moradias de interesse social." PRESSÃO POPULAR Um dos desafios do Plano Diretor apresentado pela gestão Fernando Haddad (PT) ao Legislativo é reduzir a pressão social por moradias populares na capital. Estimativas oficiais indicam que existe um deficit de até 400 mil unidades em São Paulo. Por isso, o atual texto aumentou em 23% o números de áreas reservadas para a moradia social. O grande embate entre o poder público e o setor imobiliário, nos últimos anos, tem sido encontrar uma forma economicamente viável para que habitações populares possam ser feitas. O Plano Diretor prevê uma grande quantidade de moradias desse tipo na área central da cidade, onde o valor do terreno é alto. Um dos instrumentos previstos para viabilizar as zonas sociais é a chamada cota de solidariedade. Por meio dela, os grandes empreendedores poderão doar áreas para moradia social em troca de benefícios. O Plano Diretor foi aprovado em primeira votação pelos vereadores no final de abril. Agora, precisa passar pelo segundo aval da Câmara antes de ir para a sanção de Haddad. (EDUARDO GERAQUE) |
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