AGÊNCIA CBIC
Para a CBIC, burocracia impede maiores investimentos em inovação
Por Lucas Marchesini e Edna Simão | Valor
É necessário diminuir entraves burocráticos para que o setor de construção civil possa investir em inovação. Esse é o diagnóstico feito pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Simão, no seminário “Os Novos Paradigmas da Engenharia Brasileira” realizado nesta terça-feira pelo Valor Econômico.
“Estamos na situação absurda onde as empresas dão mais importância aos seus departamentos comerciais e jurídicos do que ao seu departamento técnico”, disse Simão. Segundo ele, o problema é mais visível em obras públicas e entre pequenas e médias empresas.
O resultado, ressaltou Simão, são gargalos significativos no setor de infraestrutura, como rodovias e aeroportos. A solução para isso seria desde a revisão dos currículos das graduações em engenharia civil e arquitetura até uma reforma tributária. “O próprio processo de licitação deveria mudar para estimular a inovação no lugar de inibir o investimento”, afirmou.
Para ele, nos processos licitatórios o setor público deveria considerar mais a qualidade do projeto apresentado e menos os preços. “Uma economia inicial pode representar um prejuízo enorme depois, e até mesmo uma redução na vida útil da obra”, explicou. Ele citou como exemplo um processo onde o preço da obra seria considerado ao longo de toda a vida útil, e não somente na construção.
Simão afirmou que “somente com tecnologia” o Brasil será capaz de produzir com velocidade e qualidade 5,5 milhões de residências, referindo-se ao déficit habitacional existente hoje no país.