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AGÊNCIA CBIC

19/03/2015

País já está empregando menos que no início de 2014

"Cbic"
19/03/2015

Valor Econômico – 19 de março

País já está empregando menos que no início de 2014

Emprego Perda em 12 meses é de 47 mil vagas, após resultado de fevereiro

Por Camilla Veras Mota, Edna Simão e Eduardo Campos | De São Paulo e Brasília

A economia formal fechou vagas pelo segundo mês consecutivo neste ano em fevereiro. Foram 2,4 mil demissões líquidas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), depois de 78,3 mil cortes no mês anterior. Com as baixas – que somam 47 mil vagas a menos no acumulado em 12 meses -, o volume de empregos com carteira assinada no país, de 41,125 milhões, já é inferior ao registrado no mesmo intervalo do ano passado – algo inédito em um mês de fevereiro pelo menos desde 2002.

Os setores que mais têm demitido neste início de ano são o comércio, que conta 30,4 mil postos a menos apenas em fevereiro, e a construção civil, que fechou 25,8 mil empregos no mês passado. A indústria gerou 2 mil vagas no período, mas seguiu demitindo em segmentos de alto valor agregado, especialmente aqueles ligados ao setor automotivo.

Os serviços, por sua vez, continuam no processo forte de desaceleração das contratações observado desde o segundo semestre do ano passado. O setor abriu 52,3 mil vagas em fevereiro, quase um terço do saldo apurado no mesmo mês de 2014, de 143,3 mil. O saldo negativo de fevereiro foi o pior desde 1999, quando foram cortados 78 mil empregos.

No mês passado, além de sentir os "efeitos do PIB zero de 2014", o comércio foi prejudicado pelo Carnaval, quando geralmente se postergam as contratações no segmento, afirma Fabio Romão, da LCA Consultores. "Mas o consumo está sendo cada vez mais prejudicado pela inflação alta, pelo comprometimento maior da renda das famílias e pela queda na confiança", acrescenta.

O economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, lembra que os efeitos do ajuste fiscal em curso desde o início do ano ainda não se manifestaram na renda. Em janeiro, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ela aumentou 1,7% em termos reais. Nesse sentido, a situação do setor – que surpreendeu ao cortar 128 mil empregos no começo deste ano – pode ficar ainda mais delicada. Para ele, os dados divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostram nos últimos meses uma deterioração rápida das condições do mercado de trabalho.

A adição de 2 mil empregos na indústria em fevereiro – e de 27 mil em janeiro -, diz Gonçalves, não indica uma retomada de contratações no setor. "A indústria ajusta um pouco a curva, mas o cenário ainda é negativo", pondera.

O saldo positivo, ressalta Romão, da LCA, foi puxado pela adição de 5,4 mil vagas no segmento calçadista, que pode estar se beneficiando da redução das importações que até meados do ano passado abasteciam parte do mercado doméstico. Os ramos que fabricam produtos de maior valor agregado, ressalta, continuaram demitindo em fevereiro – metalúrgica (-1,2 mil), mecânica (1,2 mil) e material de transporte (-4,6 mil).

De acordo com as projeções da LCA para 2015, a indústria deve fechar o ano com 160 mil vagas a menos, depois de perder 185 mil empregos em 2014, levando em conta a série que adiciona apenas as informações enviadas dentro do prazo legal ao ministério.

Dessazonalizado pela consultoria, o resultado de ontem representa na verdade uma redução de 80 mil postos, resultado ainda pior do que janeiro, quando, também excluídos os efeitos sazonais, a economia formal fechou 70,2 mil empregos. A LCA ajustou a projeção de geração de vagas para o ano de alta de 25 mil postos para fechamento de 29 mil, também levando em conta a série sem ajuste.

Os serviços foram beneficiados pelas contratações sazonais no segmento de ensino, responsável por 38,2 mil postos do saldo de 52,3 mil vagas registrado em fevereiro. Ainda assim, o segmento perde tração desde o segundo semestre do ano passado. Entre fevereiro de 2014 e o mês passado, o saldo de vagas acumulado em 12 meses caiu de 592,3 mil para 324,5 mil.

Para o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o saldo negativo de fevereiro é, diante das 80 mil demissões líquidas de janeiro, uma sinalização de "estabilidade" no mercado de trabalho. "A maior perda [de emprego em fevereiro] foi na construção e no comércio, mas nós tivemos recuperação do setor de serviços e indústria, que vinha desde março do ano passado com fechamento de vagas", afirmou. Dias disse esperar que a construção civil retome as contratações nos próximos meses devido, por exemplo, à execução de políticas de governo que permitem a construção de moradias para a população de menor renda.

Ele lembrou que o orçamento do FGTS para habitação neste ano é de R$ 56 bilhões. Desse total, R$ 8,7 bilhões já foram contratados até 17 de março. Segundo ele, o montante viabiliza a construção de 99 mil unidades habitacionais para a baixa renda, o que deve representar a criação de 285 mil postos de trabalho. "Na construção civil, se espera que tenha recuperação na medida que começar novos contratos sejam feitos", destacou.

 
 

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