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AGÊNCIA CBIC

27/09/2011

Otimismo com a política aprovada

"Cbic"
27/09/2011 :: Edição 185

 

Jornal Valor Econômico/BR 26/09/2011
 

Otimismo com a política aprovada

O grande desafio para empresas e poder público do país é dar uma destinação correta ao resíduo sólido gerado pela construção civil, reduzindo custos e impactos ambientais.Sedependerdoempenho do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e das grandes construtoras, este objetivo será alcançado nos próximos anos. O otimismo vem do fato de que Estados e municípios tém até agosto de 2014 para eliminar os lixões e implantar aterros sanitários que receberão apenas rejeitos (o que não pode ser reciclado e reutilizado) e um prazo ainda menor até agosto de 2012 para elaborar seus planos de gestão integrada e resíduos sólidos. Quem não cumprir o prazo não terá acesso a recursos da União para . serviços de saneamento e gestão de resíduos sólidos.
 A perspectiva é de que a geração de resíduos pela construção civil continue forte, pois até 20160Brasilprecisaráconstruir oureformarestradas,ferrovias, aeroportos, rede hoteleira e arenas esportivas. As maiores cidades se preparam para receber a Copa das Con federações, a Copa do Mundo e a Olimpíada. O programa Minha Casa, Minha Vida planeja construir um milhão de imóveis e investir em infraestrutura urbana.
 Conforme dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico(PNSB)de2008 e do IBGE do mesmo ano, 50,8% dos municípios brasileiros colocam os resíduos sólidos em lixões, 22,5% em aterros controlados e 27,7% em aterros sanitários. As pesquisas mostram também que dos 5.565 municípios brasileiros, 4.400 enviam seus resíduos sólidos para destinos finais (aterros controlados e lixões), o que é ambientalmente inadequado. Além disso, estudo encomendado pelo MMA ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que o país perde R$ 8 bilhões por ano quando deixa de reaproveitar o resíduo reciclável que é encaminhado para aterros e lixões. "Os resíduos sólidos são um problema social, ambiental e econômico", diz o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Nabil Bonduki.
 A boa notícia é que algumas cidades estão eliminando o "bota fora" de materiais de construção, diz o arquiteto e urbanista Tarcísio de Paula Pinto, sócio-diretor da I&T Gestão de Resíduos e consultor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do MMA. "Já tem cidade com taxa acima de 70% de recuperação. São José do Rio Preto e Americana, no Estado de São Paulo, por exemplo, têm o controle total do processo", informa.
 De acordo com a engenheira Lilian Sarrouf, mestre em gestão ambiental e consultora do Comitê de Meio Ambiente do SindusConSP, não existe metodologia para a análise do impacto ambiental da cadeia produtiva da construção civil, mas instituições como a Fundação Getulio Vargas começam a debater formas de medição. Estudos divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estimam que a construção civil produza entre 20% e 25% do total de resíduos sólidos da indústria brasileira e que mais de 250milhões de toneladas anuais de areia e pedra são extraídas danatureza.
 A expectativa do Ministério do Meio Ambiente é que a Política Nacional de Resíduos Sólidos produza mudanças mais profundas e eficazes no setor da construção civil, não só no processo construtivo, mas principalmente na forma de tratar esses resíduos. Isto porque a lei estabelece que as empresas deverão implementar a logística reversa, adotando ações que facilitem a coleta, tratamento e reaproveitamento dos resíduos em novos produtos, insumos ou ciclos produtivos, de maneira a dar a destinação ambientalmente adequada apenas aos rejeitos. Além disso, segundo a nova política, a gestão de resíduos passa a ser de responsabilidade compartilhada entre fabricante industrial, distribuidor, comerciante, poder público e cidadão. "O aumento da responsabilidade diante da geração desses resíduos fará com que aspectos relacionados ao reaproveitamento, reutilização e reciclagem tomem mais força nesse setor", diz o secretário.
 Para Lilian Sarrouf, é possível reduzir a geração de resíduos. E já existem técnicas para reaproveitar os materiais. A gestão começa na elaboração do projeto integrando arquitetura, hidráulica e elétrica. Também é preciso haver uma coordenação modular para evitar perdas. Na escolha do processo construtivo, é melhor preferir o que puder ser industrializado. Outras possibilidades: "Escolher materiais que gerem menos resíduos e comprar madeira cortada na medida",exemplifica.
 Ela diz que o bom gerenciamento evita desperdício e que é preciso seguir as orientações dos fabricantes para armazenagem, manuseio e transporte dos materiais. "A organização e limpeza do canteiro de obras reduzem as perdas", acrescenta. Estudos do SindusCon-SP mostram que as construtoras que fizeram a gestão dos materiais inservíveis reduziram a geração de resíduos em 35%. Para Francisco Antunes Vasconcellos, diretor da entidaLilian: de, a organização diminui o vogerenciamento lume de material inservível, utié técnica lizando menos caçambas. para reduzir
 Lilian afirma que a solução desperdícios para os materiais perigosos, como tintas, óleos e solventes, exige envolvimento dos fabricantes. Para as sobras de gesso as indústrias já começam a fazer a logística reversa, mas o setor de tintas e solventes continua reticente. "As embalagens podem ser recicladas, mas a questão está nos resíduos que se aglomeram nas latas. A logística reversa pode ser aplicada, orientando o consumidor sobre a destinação desses resíduos e embalagens", diz.
 O treinamento é outro ponto a ser trabalhado: além de reduzir perdas, melhora a segurança na obra e envolve o trabalhador na questão ambiental, observa. Ela informa que o SindusCon-SP elaborou um manual de gestão de resíduos, que está disponível no site da organização. "Em São Paulo e nas grandes cidades o nível escolar é alto, o que facilita a adoção de novas técnicas. Tudo isso faz parte da gestão de resíduos na obra", afirma.

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