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AGÊNCIA CBIC

18/02/2011

Onde estamos atrasados…

 

18/02/2011 :: Edição 041

Revista Exame/BR   |   /18/02/2011

onde estamos atrasados…

Convidado para gerir a preparação da Olimpíada,
Henrique Meirelles deve assumir lutando contra o tempo. Em comparação com os
Jogos de Londres, quase um ano já foi perdido

ANGELA PIMENTA

O velho Brasil que deixa as coisas para a última
hora e paga mais caro por isso ameaça os dois grandes eventos que o pais se
propõe a organizar nos próximos anos: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos
Olímpicos Rio 2016. No que diz respeito à Copa, a falta de gestão já mostra
como resultado um atraso médio de dois anos nas obras e uma explosão de custos
nos projetos de estádios (veja reportagem na pág. 50). No caso da Olimpíada, a
possível nomeação do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para o
comando do órgão responsável é uma boa noticia mas chega atrasada quase um ano.
A convite da presidente Dilma Rousseff, Meirelles foi escalado para dirigir a
Autoridade Pública Olímpica (APO), uma instituição a ser criada na virada de
fevereiro pelo Congresso por exigência do Comitê Olímpico Internacional Se
confirmado no cargo, Meirelles, que, após ter deixado o BC, cumpre uma
quarentena até o final de abril, coordenará as ações do governo federal com as
do estado e as da cidade do Rio de Janeiro o governo estuda formas de fazer com
que ele assuma o novo posto antes. A missão da APO é garantir eficiência na
entrega de toda a infraestrutura necessária aos Jogos Olímpicos. Trocando em
miúdos, aos 66 anos, Meirelles, engenheiro civil de formação, foi escalado para
zelar pela execução do orçamento de 30 bilhões de reais a ser investido em
várias frentes: construção das arenas e da Vila Olímpica, projetos de
mobilidade urbana e até o treinamento da mão de obra que trabalhará no evento.
"A Olimpíada é uma oportunidade de ouro para o país e não pode ser
comprometida pelos atrasos e pelo descontrole de custos que marcaram os Jogos
Panamericanos de 2007", diz Paulo Simão, presidente da Câmara Brasileira
da Indústria da Construção.

Meirelles já começará lutando contra o tempo.
Numa comparação com o cronograma seguido por Londres, cidade que realizará os
Jogos de 2012, o evento do Rio de Janeiro acumulou até agora dez meses de
defasagem quanto à criação da Autoridade Olímpica. Os londrinos criaram seu
órgão gestor, o ODA, sigla de Olimpic Delivery Authority, oito meses após a
escolha da cidade para sediar os Jogos. O órgão é importante por deter plenos
poderes para executar a missão, eliminando assim a tradicional ingerência
política quando o assunto é gastar dinheiro público. No Rio,18 meses foram
decorridos e ainda não foi criada a estrutura gestora. De acordo com
especialistas na montagem de eventos de grande porte, Meirelles precisa começar
logo, porque 2011 é um ano crítico. Até dezembro a Autoridade Pública Olímpica
terá de concluir todos os projetos e realizar as licitações necessárias. Apesar
do atraso na criação da APO, algumas coisas começam a andar. No momento, o
Comitê Rio 2016, uma organização privada sem fins lucrativos criada para gerir
as operações em nível local, trabalha em conjunto com a construtora Carvalho
Hosken, ganhadora da licitação para a edificação da Vila Olímpica, no
detalhamento dos projetos apresentados ao COL A construtora prevê começar em
abril a preparação do terreno pantanoso na Barra da Tijuca que abrigará a Vila
Olímpica. O governo fluminense iniciou as obras da linha 4 do metrô carioca.
Com seis estações, ligará Ipanema à Barra e está prevista para ser entregue em
dezembro de 2015. Garantir que os prazos e o orçamento dessas e de outras obras
sejam cumpridos será parte da missão do ex-presidente do BC.

Meirelles tem evitado a imprensa, mas assessores
do Planalto dizem que ele já aceitou o cargo motivado pelo desafio de colocar
de pé um evento de importância ímpar. A esperança é de um ganho de imagem
semelhante ao ocorrido com a China ao fazer os Jogos de 2008. Mas, em termos de
gestão, o melhor exemplo a ser seguido é mesmo o de Londres, que está na fase
final de construção das instalações da Olimpíada de 2012. Lá, graças à ODA, o
cronograma de todas as obras e ações – coisa que ainda inexiste no Rio – foi dividido
em seis fases; planejamento, escavação e demolição, construção, testes,
realização dos jogos e, finalmente, a fase de legado, em que parte das arenas
será reduzida, e a Vila Olímpica, reconfigurada para servir à população
londrina. Até agora, com exceção do atraso de um ano linha do metrô que ligará
o centro de Londres à Vila Olímpica, na zona leste da cidade, o cronograma está
em dia – e, igualmente importante, o orçamento de 15 bilhões de dólares
continua em vigor. Em sua missão de entregar os Jogos de 2016, Meirelles
enfrentará lobbies e interesses políticos. Até o momento, sua nomeação enfrenta
resistências do prefeito carioca, Eduardo Paes, e do ministro do Esporte,
Orlando Silva. Felizmente, em conversas reservadas. Dilma tem dito que a autoridade
e a independência da APO são inegociáveis. Para transformar-se em realidade, a
APO também precisa ser aprovada pelos legislativos do estado e da cidade do Rio
de Janeiro, onde a tramitação é lenta. Para o bem dos Jogos Olímpicos de 2016,
espera-se que Dilma convença o Rio a se mexer o quanto antes e evite, assim,
repetir o fiasco que vem se mostrando a condução da Copa de 2014.


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