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26/08/2013

Obstáculos no canteiro de obras

"Cbic"
26/08/2013

Tribuna do Norte Online

Obstáculos no canteiro de obras

A construção civil é um dos setores que mais empregam formalmente no Rio Grande do Norte. São mais de 40 mil trabalhadores contratados, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) que acompanha a evolução do emprego em todo o Brasil. Porém, a escassez de mão de obra qualificada é um desafio quase que constante no segmento. A necessidade de capacitação de seus empregados está em primeiro lugar nas reivindicações dos empresários do ramo de acordo com o estudo ?A Construção Civil na Grande Natal: Um estudo exploratório?, realizado pelo Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Rio Grande do Norte (Sebrae-RN). Durante a pesquisa foram entrevistados 150 diretores de empresas do setor. Desse total, 47% afirmam a necessidade de treinamento de mão de obra e 38% do treinamento gerencial.

Ana SilvaCentro de Educação e Tecnologia em Construção Civil espera fechar o ano com quase 5 mil inscrições de trabalhadores

De acordo com a vice-presidente do Sindicato da Construção Civil do RN, Larissa Dantas, a escassez de profissionais qualificados impacta diretamente na manufatura do produto final da construção civil por se tratar de algo essencialmente artesanal. ?O maior impacto da falta de qualificação é sentido principalmente nos acabamentos mais finos de final de obras de padrão construtivo mais elevado. Além do mais, o custo elevado da mão de obra qualificada, pela sua escassez, vem impactando bastante nos orçamentos?, afirma.

A falta de qualificação para lidar com novas tecnologias afeta diretamente os índices de produção. Para mudar esse cenário, algumas empresas saem na frente e buscam treinar equipes por conta própria, como é o caso da BSPAR Incorporações. De acordo com a chefe do departamento de talentos da BSPAR, Érica Barreto, com a especialização da mão de obra os índices de acidentes de trabalho caem significativamente. Outros pontos positivos são a redução do desperdício de material e aumento da produtividade.

O pedreiro Josenilson Guilherme, 36, galgou espaços dentro da empresa que trabalha depois de se matricular no curso de capacitação profissional oferecido pelos empregadores. ?Comecei como auxiliar de pedreiro, depois para ajudante e agora sou pedreiro. Isso fez uma boa diferença no meu salário?, contabiliza. Os irmãos Erinildo Oliveira, 25, e Luciano Fonseca, 30, também perceberam melhoras não só na remuneração como também no dia a dia dentro da obra. ?Melhoraram o salário e a qualidade de trabalho. A gente aprendeu a economizar, aproveitar os materiais que usa todo dia e a evitar o desperdício?, garante Luciano Fonseca. Para Erinildo Oliveira, o mais interessante foi ver na teoria o que não via na prática. ?A gente fazia as coisas sem saber o motivo. Aprendemos muitas coisas importantes e a saber da necessidade de obedecer as normas de segurança?, destacou.

Ana SilvaJosenilson Guilherme: melhorias na carreira profissional
Eles reconhecem que mudaram como profissionais. Exemplo disso é a facilidade que adquiriram para se comunicar com outros profissionais envolvidos na obra. ?Hoje temos conhecimento de planta baixa e projeto. E isso ajuda na hora de conversar com um engenheiro?, exemplifica Josenilson. Eles até reconhecem que acabam repassando o conhecimento para os colegas, apesar da resistência de alguns. ?Alguns colegas ficavam rindo, soltando piadinhas com a gente por causa do curso, mas hoje alguns sabem que a gente pode ajudar?, afirma Josenilson.

Ana SilvaErinildo Oliveira: aprendizado sobre normas de segurança

A iniciativa de qualificar os profissionais é uma alternativa para reter os mais qualificados nas empresas, visto que a rotatividade é muito grande nesse setor. ?Atualmente, não se tem as mesmas dificuldades que havia há dois anos. Acreditamos que os esforços desprendidos através dos programas de retenção, o aumento da visibilidade da empresa no mercado e a estabilização das demandas foram fatores responsáveis por essa mudança. Para este ano, além da manutenção desses projetos, também teremos ações voltadas para a sustentabilidade a exemplo do canteiro sustentável, sensibilização para o gerenciamento de resíduos sólidos e outras atividades que envolvem colaboradores de todas as áreas, que contempla um Programa de Sustentabilidade. O setor está bem, continua contratando e as perspectivas para 2013 e 2014 continuam sendo positivas?, afirma o diretor de incorporação da BSPAR. A empresa já investiu mais de R$ 80 mil para qualificar uma média de 600 colaboradores a fim de garantir a mão de obra qualificada e sobretudo, a satisfação e a retenção dos melhores profissionais.

Ana SilvaLuciano: aproveitamento de materiais e combate ao desperdício Cursos

 O que antes era só uma profissão comumente vista como opção para sair do desemprego, atualmente, esta realidade passa por mudanças. O operário está cada vez mais bem remunerado e é visto como um colaborador da empresa. Os números não são muito claros, mas o fato reconhecido pelos empregadores da construção civil no RN é que o índice de qualificação nos canteiros de obra ainda é baixo. ?Estamos agindo para atender esse mercado?, garantiu o diretor do Centro de Educação e Tecnologia em Construção Civil, Rosária Carriço, Aníbal Barbalho. O centro atua diretamente no segmento da indústria da construção civil, por meio de parcerias com empresas privadas, universidades e órgãos públicos. A direção contabiliza 92 cursos já realizados e em andamento só neste ano, com um total de 3.392 matriculas. ?Devemos fechar o ano com 4.823?, estima Aníbal Barbalho.

O aluno que busca qualificação no Centro de Educação e Tecnologia em Construção Civil Rosária Carriço é o jovem em início de carreira ou o profissional que quer se qualificar em construção civil. ?Temos cursos de iniciação e qualificação profissional, de habilitação e de aprendizagem técnica, básica e profissional. O mercado está sempre em ebulição. Por isso sempre vai precisar de mais operários. Sempre há uma necessidade de operários qualificados e a qualificação ainda é baixa?, avaliou.

A necessidade é tanta que uma segunda unidade do centro de formação será inaugurada no bairro de Felipe Camarão. O objetivo é ficar mais próximo de boa parte do seu público-alvo. ?A intenção é que as obras práticas, que fazem parte dos cursos, sejam feitas nas casas dos próprios alunos como forma de ajudar na manutenção das moradias daquela comunidade?, afirmou o diretor. Foi o que aconteceu no assentamento Vida Nova 2, em Maxaranguape. Em julho deste ano a comunidade ganhou uma igreja totalmente construída pelos alunos dos cursos do Centro de Educação e Tecnologia em Construção Civil Rosária Carriço.

Empecilhos

 De acordo com um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) são três os principais problemas enfrentados pelas empresas. O primeiro, a alta rotatividade dos trabalhadores, fato reclamado por 56% das empresas. Na opinião de 53% das construtoras, a má qualidade da Educação Básica é o segundo maior obstáculo na busca pela qualificação, e o receio em perder os trabalhadores para o mercado foi apontado como terceiro maior empecilho na qualificação, segundo 47% das empresas. Para melhorar a qualificação profissional, 64% das empresas adotam a capacitação no próprio ambiente de trabalho e 45% dizem que a ação mais eficiente é fortalecer a relação do empregado com a empresa, por meio de salários e benefícios.
 



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