
AGÊNCIA CBIC
'O mercado continua aquecido'
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28/11/2013 |
O Globo 'O mercado continua aquecido' ENTREVISTA "O MERCADO IMOBILIÁRIO É UM BOM INVESTIMENTO, QUE, CERTAMENTE, FICARÁ BEM ACIMA DA INFLAÇÃO. DETERMINADAS REGIÕES DA CIDADE, COMO A BARRA DA TIJUCA, POR EXEMPLO, TIVERAM VALORIZAÇÃO DE 191% DO METRO QUADRADO ENTRE 2009 E 2013" O presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), João Paulo Matos, revela, nesta entrevista, que a grande surpresa do mercado este ano foi o lançamento de 738 unidades hoteleiras no Rio de Janeiro. "Não havia lançamentos deste tipo desde 2010", afirma. Mas a grande liderança do mercado continua sendo o segmento residencial: 72%, no acumulado até outubro. " Os empreendimentos comerciais vêm logo atrás, com 23%", revela. – João Paulo Matos – Vemos com otimismo, mas sabemos dos desafios. A forte demanda na construção civil colocou o Rio de Janeiro em posição de destaque, principalmente por conta dos eventos esportivos. Nas Zonas Norte, Oeste e no Centro, surgem empreendimentos diversificados, tanto residenciais quanto corporativos. A região do Porto Maravilha – maior retrofit urbano do mundo – tem tudo para ser um espaço de inovação, onde teremos a oportunidade única de construir a nova história desta cidade. O setor se expande em diferentes direções, atendendo a diferentes camadas da sociedade. Há variedade na oferta para todas as necessidades e possibilidades. Isso foi uma conquista. A transformação da rede hoteleira do Rio será outro grande desafio. Fará com que a cidade dê conta da crescente demanda de visitantes, já no próximo ano, por conta da Copa do Mundo. Bandeiras internacionais investem em novos hotéis na Barra, nas Zonas Sul e Norte e no Porto Maravilha. Se este ano foi um período positivo, de acomodação, diversidade e qualidade em empreendimentos, esperamos que o próximo seja ainda competitivo, com relativa acomodação de preços. Qual o balanço da Ademi sobre as áreas mais procuradas e quais as tendências observadas na procura por imóveis? João Paulo Matos – A Zona Oeste como um todo continua a atrair o mercado imobiliário. Até o o semestre deste ano, o Recreio liderava o ranking de bairros mais expressivos, com 1.933 unidades lançadas, seguido de Jacarepaguá, com 1.807. Vale destacar que a Zona Norte começa a se destacar fortemente, depois de décadas de estagnação, recebendo dez lançamentos no período. Foram 2.403 unidades, 30% do total de unidades. A Penha, que ocupou a terceira posição entre os bairros que mais receberam lançamentos, com 966 unidades, sequer aparecia no ranking dos últimos três anos. Em relação aos imóveis comerciais, Jacarepaguá lidera com 544 unidades lançadas. O Centro aparece na quarta posição, depois de não aparecer no ranking desde 2010. As 96 unidades lançadas já refletem as obras de urbanização do Porto. O boom do mercado carioca elevou os preços dos imóveis. Hoje, já há uma estabilização ou a procura ainda faz esse mercado aquecido e relativamente caro? João Paulo Matos – O mercado imobiliário ficou quase duas décadas sem lançamentos, de 1985 a 2005, e ainda tem uma forte demanda a suprir. Ainda assim, já podemos perceber uma acomodação dos preços e até do número de lançamentos nos últimos anos, que estão em torno de 20 mil por ano. A valorização deve prosseguir, só que em ritmo mais lento, uma vez que o Rio está à altura das grandes metrópoles mundiais. Muita gente também compra imóvel como investimento e, segundo o mercado, há uma clara prevalência atual por multiusos. Quais as tendências de compra dos investidores hoje? O mercado imobiliário continua a ser, de fato, um bom investimento? João Paulo Matos – O mercado imobiliário é um bom investimento, que, certamente, ficará bem acima da inflação. Determinadas regiões da cidade, como a Barra da Tijuca, por exemplo, tiveram valorização de 191% do metro quadrado, entre 2009 e 2013, nos empreendimentos residenciais. Campo Grande, pela mesma análise, teve valorização de 127%. O setor hoteleiro é uma nova – e boa – opção para investidores. O cenário carioca para esse segmento está bastante aquecido. Quais as principais mudanças e a direção do mercado imobiliário para o próximo ano? João Paulo Matos – Temos que pensar também no crédito para as empresas. A Ademi, este ano, firmou um convênio com o Banco do Brasil para que seus associados tenham facilidades no processo de liberação. O montante total de recursos a serem disponibilizados chega a R$ 3 bilhões, o que vai favorecer, principalmente, as pequenas e médias empresas, que se tornarão mais competitivas. |
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