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AGÊNCIA CBIC

14/05/2025

Nelson Barbosa propõe aproximação entre BNDES e setor da construção durante reunião do Conselho da CBIC

O Conselho de Administração da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) recebeu, nesta quarta-feira (14/05), o executivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. A reunião, realizada em formato híbrido (presencial na sede da CBIC e online), teve como foco principal o fortalecimento da interlocução entre o setor da construção civil e o banco de fomento.

Na abertura da reunião, o presidente da CBIC, Renato Correia, contextualizou os desafios enfrentados pelo setor e destacou a importância da aproximação com o BNDES. “Nossa missão é melhorar o ambiente de negócios e atrair investimentos, sempre com foco na vida das empresas, para que elas possam entregar à sociedade habitação e infraestrutura”, afirmou. Ele lembrou que o déficit habitacional no Brasil, historicamente estimado em 7 milhões de moradias, permanece praticamente inalterado desde a década de 1970. “Mesmo com avanços, ainda estamos distantes dos R$ 400 bilhões por ano que precisamos investir em infraestrutura”, pontuou.

Renato também reforçou a necessidade de o BNDES ampliar o apoio às médias e pequenas empresas do setor. “Mais de 90% das nossas empresas têm menos de 30 funcionários. São elas que empregam quase 3 milhões de trabalhadores formais no país. Precisamos de instrumentos financeiros mais acessíveis e próximos da realidade dessas empresas.”

Em sua fala, Nelson Barbosa apresentou um panorama econômico do país e destacou que, apesar dos desafios fiscais, o Brasil tem registrado crescimento econômico acima da média histórica. “O país cresceu cerca de 3% em 2023 e 2024, o dobro da média dos anos anteriores à pandemia”, afirmou. Para ele, a expectativa é que a queda da taxa Selic, prevista para o segundo semestre, possa melhorar o ambiente de crédito para o setor. “A movimentação dos juros longos é crucial para a construção e habitação”, reforçou.

Barbosa também ressaltou a recuperação do BNDES após um período de retração. “O banco chegou a responder por apenas 0,7% do PIB. Hoje, já retomamos para 1,8%, com destaque para o financiamento de pequenas e médias empresas por meio do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI)”, explicou.

O executivo detalhou ainda as ações do BNDES na estruturação de projetos e concessões, como os leilões de rodovias e de saneamento, e a participação na criação da faixa 4 do Minha Casa Minha Vida, viabilizada com recursos do Fundo Social do Pré-sal. “Essa iniciativa permitiu complementar o FGTS e abrir um novo mercado. Estamos defendendo esse modelo no TCU porque, sem essa medida, esse segmento da habitação não existiria”, afirmou.

O presidente do Conselho Consultivo da CBIC, José Carlos Martins, reforçou a necessidade de uma atuação mais estratégica do BNDES na industrialização do setor. “O processo de transformação passa pela industrialização. Precisamos criar um modelo de financiamento que vá além das exigências dos bancos comerciais, que acabam anulando os benefícios do crédito subsidiado”, defendeu. Martins sugeriu, inclusive, que o BNDES assuma um papel de liderança na reformulação do modelo de produção da construção civil. “O banco pode ser o grande fomentador da industrialização do setor.”

Martins também apresentou outras demandas prioritárias, como o projeto “Morar Amazônico”, voltado à construção de casas de madeira em regiões de palafitas na Amazônia, o financiamento de infraestrutura urbana preventiva diante das mudanças climáticas e a criação de um modelo de financiamento integrado para a revitalização de centros urbanos. “É hora de criar uma LCDI, uma Letra de Crédito do Desenvolvimento Imobiliário, para resolver todos esses desafios”, sugeriu.

O ex-deputado e representante do Instituto Inova&Desenvolve Brasil, Fábio Tokarski, reforçou a importância de um projeto nacional de desenvolvimento com forte participação da CBIC. “O Brasil precisa de uma vontade nacional de desenvolvimento. E isso passa por articulação, por mais política com P maiúsculo, para unir os setores e propor caminhos concretos”, disse. Para Tokarski, a reconstrução da indústria da construção civil é essencial para a retomada da economia e para o enfrentamento das desigualdades regionais. “A indústria da construção foi rebaixada historicamente. Agora, é hora de reconstruí-la com inovação, investimento e união.”

Ao final da reunião, Nelson Barbosa se colocou à disposição para aprofundar o diálogo com o setor. “O BNDES está aberto a realizar reuniões com a área de crédito para apresentar em detalhes os produtos disponíveis. Queremos facilitar o acesso das pequenas e médias empresas da construção aos nossos instrumentos”, afirmou. Ele também mencionou produtos como a linha de inovação tecnológica, o Fundo Clima e o recém-criado Fundo de Investimento em Infraestrutura Social, voltado a áreas como saúde, educação e segurança pública.

 



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