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AGÊNCIA CBIC

04/07/2011

Na falta de trabalhador, máquinas

 

"Cbic"
04/07/2011:: Edição 130

 

Correio Braziliense/BR 03/07/2011

 

Na falta de trabalhador, máquinaS

 Como a mão de obra especializada não consegue atender à demanda  
  da capital, o ramo de construção civil tem substituído profissionais por equipamentos. De olho no filão, algumas empresas desenvolvem produtos para atender à nova realidade  
 Júlia Borba
 O investimento em inovação tem um sentido bastante peculiar no Distrito Federal. O normal é que as empresas busquem tecnologias mais avançadas como forma de reduzir custos, aumentar a produtividade e melhorar o atendimento ao consumidor final. Na capital do país, o conceito recebe uma nova função: suprir a escassez de mão de obra.
 A falta de profissionais qualificados, principalmente no ramo da construção civil, impulsionou as construtoras a investir em máquinas e produtos mais modernos para os canteiros de obra. Entre os exemplos mais bem-sucedidos está a argamassa projetada. A aplicação, com uso de equipamento específico para esse fim, substitui o tradicional reboco e duplica a velocidade do processo, reduzindo ainda o número de trabalhadores necessários para a realização do serviço.
 A grua, usada para elevar e movimentar cargas e materiais pesados, também é presença garantida em quase todas as obras. Usada para descarregar os caminhões, ela poupa o trabalho de oito a 10 homens, que deixam de executar outros serviços para descer com os sacos das caçambas. Com o real valorizado, importar o equipamento também ficou mais barato que dispor de tantas pessoas para a realizar a função.
 Apesar de as novas tecnologias, em princípio, encarecerem a lista dos materiais necessários para erguer uma grande obra, o investimento tem compensado, segundo Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais e Tecnologia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon). Atualmente, operários com salários elevados têm sido substituídos por produtos mais elaborados. "O mercado mudou. Antes, não tinha gente. Agora até se encontra, mas muitas pessoas não estão preparadas. Quem tem experiência custa caro", diz.
 Nesse novo momento da economia do DF, o salário médio de um mestre de obras chega a superar o de um engenheiro recém-formado. Enquanto quem sai da universidade consegue em média R$ 5 mil, paga-se de R$ 5 mil a R$ 7 mil por quem fiscaliza e supervisiona o local de trabalho. A diferença é que não há curso para formar esses profissionais, que aprendem com a experiência. Como selecionar esses especialistas virou uma tarefa árdua, deu-se início também a uma disputa entre empresas concorrentes. É comum que as contratações sejam feitas no canteiro mais próximo quando falta um trabalhador.
 Um resultado positivo da inovação no setor é a redução da produção de resíduos. Para agilizar a montagem das formas de compensado, usadas como moldes para os pilares e as vigas, adotou-se a prática de comprar a estrutura pronta, feita sob medida. "Além de riscar uma etapa, o desperdício é menor. Lembrando que a madeira é uma das principais sobras de uma construção", afirma Klavdianos.
 O que a pressa, a competição e a tecnologia não garantiram até o momento é mais empenho dos empresários em formar os trabalhadores. "Não há tempo para isso. É impossível liberá-los durante o expediente e, no fim de semana, eles não querem fazer treinamento", diz o engenheiro civil Nielsen Alves. Com isso, contratar quem saiba lidar com os novos produtos também se torna um desafio. "Hoje, quatro empresas no DF oferecem serviço terceirizado para aplicar a argamassa com a máquina própria e a demanda que elas recebem é intensa", diz.
 Outro gargalo é a escassez de cursos profissionalizantes e técnicos. "Aparece um ou outro, mas o que forma é o dia a dia", completa Nielsen. De olho na oportunidade de entregar produtos ainda mais específicos para atender a nova realidade, algumas companhias passaram a desenvolver peças de manuseio ainda mais simples.
 A gerente comercial da Precon, fábrica de equipamentos para construção com sede em Belo Horizonte, Stefane Vitorino, conta que um dos produtos de maior saída é uma placa de PVC que substitui a telha de cerâmica. "Lançamos em janeiro e a aceitação está ótima. No lugar de diversas peças pesadas, temos uma placa leve e mais resistente", garante. As peças do material precisam apenas ser encaixadas. Como dispensam o trabalho especializado, o material entrou para as inovações que atendem o novo mercado.
 
 
 

"Cbic"

 

 

 

 

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