AGÊNCIA CBIC
Minha Casa, Minha Vida é a 'salvação' do setor
09/07/2014 |
O Tempo Online Minha Casa, Minha Vida é a 'salvação' do setor A indústria da construção civil em Minas Gerais não deve crescer mais do que 2% em 2014, de acordo com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Para o setor, o número revela um cenário pessimista e de poucos investimentos. Mas o anúncio da terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, feito pela presidente Dilma Roussef na semana passada, pode dar um sopro de esperança ao segmento. A expectativa é que mais de 3 milhões de moradias sejam entregues nesta terceira fase em todo o Brasil. "Qualquer programa de habitação social é positivo por dois motivos: diminuição do déficit habitacional – que é de 511 mil moradias no Estado e 148 mil na região metropolitana de Belo Horizonte – e injeção de ânimo na economia. A cada R$ 1.000 investidos, R$ 719 são transformados em renda para as indústrias de construção civil e matéria-prima", conta a assessora de economia da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg, Iêda Vasconcelos. O setor da construção civil é encarado como um termômetro dos investimentos no país e, portanto, é fundamental que ele apresente crescimento expressivo – o que é indicativo de uma boa saúde econômica do Brasil. "Treze milhões de pessoas trabalham no setor em todo o país. Ele representa, sozinho, 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) da nação. Em Minas Gerais, 1 milhão de funcionários são ligados a esse setor, representando 7% do PIB de todo o Estado", disse ela. Os investimentos também são decisivos para a geração de empregos. De acordo com a Fiemg, a cada R$ 10 milhões aplicados na construção civil, são gerados 391 novos postos de trabalho. Desses, 312 surgem no próprio setor. Os outros 79 aparecem nos segmentos de serviços e materiais de construção. "Essa indústria é responsável pela implementação de rodovias, reforma e criação de aeroportos, construção de pontes, de prédios, de casas. Enfim, é o principal braço do desenvolvimento no país. Se há pouco crescimento ou até mesmo estagnação na construção civil, é sinal de que os investidores estão se afastando do país", explica a assessora da Fiemg. Aquecimento . A indústria de cimento também prevê um crescimento importante por causa do anúncio da terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida. "Nós estamos otimistas com essa iniciativa do governo federal. O setor tem sofrido um pouco com esse período de Copa do Mundo e feriados. Os empreendimentos têm ficado parados nesses dias, mas a minha expectativa é que agora, no segundo semestre, eles voltem a se aquecer", torce o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de Minas Gerais (Siprocimg), Lúcio Silva. Minas é o líder na produção de cimento, sendo responsável por 20% do total fabricado em todo o país. Das 70 milhões de toneladas produzidas no Brasil, mais de 14 milhões saem daqui de Minas Gerais, de acordo com a Fiemg. Queda CNI. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) em junho, medido pela CNI, aponta pessimismo no setor da construção civil no Brasil, com queda de 1,4 ponto em relação a maio. Governo federal ainda vai editar medida provisória O setor da construção civil agora aguarda a edição da medida provisória para saber dos detalhes da terceira etapa do programa Minha Casa Minha Vida. O governo federal pretende acelerar a entrega de moradias para famílias com renda de até R$ 1.600 mensais, em cidades com mais de 1 milhão de habitantes, nas regiões Sul e Sudeste. Uma das propostas é a criação de uma faixa intermediária de renda, entre R$ 1.300 e R$ 2.250 por mês, para que as famílias se enquadrem na parcela do programa em que a compra da casa é quase totalmente bancada por subsídio. Mais de 3 milhões de casas devem ser construídas, em parceria com a Caixa Econômica Federal, a partir de 2015. |
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