
AGÊNCIA CBIC
Mercado sem risco de "bolhas"
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28/06/2011 :: Edição 127 |
Jornal Diário do Comércio – MG/MG 28/06/2011
Mercado sem risco de "bolhas" Conforme especialistas da área, há fôlego para crescimento para os próximos dez anos. LÍDIA REZENDE. ALEXANDRE GUZANSHE/ARQUIVO/DC Vendas de imóveis não param de crescer Ao contrário do arrefecimento previsto para as atividades em diversos setores da economia, o segmento imobiliário deve continuar registrando elevados índices de expansão durante, pelo menos, os próximos dez anos. De acordo com especialistas consultados pela reportagem, mesmo com a robusta valorização dos preços dos imóveis, que em alguns casos já chega a até 600% na Capital, não há tendência de formação de bolha no mercado imobiliário, já que o crescimento tem sido sustentado pelo bom desempenho econômico do país, aliado aos aumentos da renda da população e das linhas de crédito e financiamento disponíveis. "Bolha significa um crescimento sem sustentação, e não é isso que ocorre no mercado brasileiro em geral, já que a demanda ainda está muito aquecida", afirma o presidente da Câmara de Valores Mobiliários de Minas Gerais e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Ariano Cavalcanti de Paula. Segundo ele, a explicação para a valorização dos imóveis em patamares muito acima da expansão verificada na inflação e em outros segmentos é a correção da defasagem observada nos preços durante a década de 90 e meados dos anos 2000. "Nos anos 90, tivemos cinco moedas diferentes e não conseguimos controlar a hiperinflação. Além disso, o governo havia extinto o programa de habitação existente. Na época, alguns imóveis custavam menos que o preço de sua reconstrução", argumenta Cavalcanti de Paula. "Em 1986, o setor atingiu o recorde de 600 mil unidades financiadas. O volume só foi alcançado novamente em 2009. Como o déficit habitacional ainda é muito grande, a valorização deve permanecer durante os próximos 10 a 15 anos", avalia o presidente. Outros fatores que contribuem para a valorização imobiliária são o encarecimento dos preços dos lotes, insumos e mão de obra Custos – Além da procura ainda muito maior que a oferta, outros fatores que contribuem para a valorização imobiliária são o encarecimento dos preços dos lotes, insumos e mão de obra, na avaliação do diretor da área imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Bráulio Franco Garcia. "As construtoras não estavam preparadas para um crescimento tão intenso e repentino e tiveram de contratar mais funcionários, recompor e aumentar os estoques e procurar mais loteamentos. Também há questões como a escassez de áreas disponíveis em Belo Horizonte e de mão de obra, o que contribui ainda mais para a elevação de todos estes itens. Construir imóveis também ficou mais caro", esclarece. Segundo Garcia, não há risco de especulações imobiliárias na Capital, no Estado, nem no país porque a situação do mercado brasileiro é diferente ao que foi verificado nos Estados Unidos e na Europa em 2008, durante a eclosão da crise financeira mundial. "Os preços praticados nos Estados Unidos estavam inflados porque, como o imóvel também é um ótimo investimento financeiro em razão da segurança e da rentabilidade que proporciona, havia muita demanda por parte de investidores, e não porque as pessoas precisavam de moradia. No Brasil, ainda há um grande déficit habitacional, a população continua em busca da casa própria, o que coloca o mercado do país em outra perspectiva. O setor ainda tem muitas condições de expansão, haja visto o número cada vez maior de brasileiros subindo de classe social", observa Garcia.
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