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18/02/2015

Mercado imobiliário espera mais do mesmo em 2015

"Cbic"
18/02/2015

Valor Econômico – 18 de fevereiro

Mercado imobiliário espera mais do mesmo em 2015

Para entidades do setor, equilíbrio dos estoques só vai ser conseguido se os lançamentos não superarem o nível do ano passado. Por Sérgio Tauhata,  de São Paulo

Na melhor das hipóteses, 2015 será igual ao ano passado em termos de vendas e lançamentos imobiliários, conforme as projeções de entidades do setor. Mas o mercado – ainda – alimenta esperança de uma reviravolta a partir do segundo semestre.

Mesmo que 2014 tenha sido um período afetado por eventos atípicos, como Copa do Mundo e eleições majoritárias, o cenário atual não estimula nenhuma projeção de melhora nas vendas em relação aos 12 meses anteriores. "Não há nada que possa indicar que até julho se retome o crescimento do mercado. A desconfiança em relação às políticas econômicas ainda é muito forte. Essa ideia é reforçada pela sensação de agravamento da crise e de aumento da inflação", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP).

Com inflação em alta, atividade em baixa, perspectiva de piora no nível de emprego e temor com endividamento, a demanda por imóveis tende a se retrair ainda mais neste ano. "O panorama está sendo impactado pela situação geral, com perspectiva de recessão, que fatalmente vai chegar a desemprego. Consequentemente o otimismo com compra de imóvel vai ficar num viés de baixa", considera Thales Campelo, diretor-técnico da incorporadora catarinense Brasc. Segundo o executivo, o mercado sente a retração especialmente na faixa entre R$ 300 mil até R$ 700 mil, no chamado "middle market".

"A gente vai agora entender como o mercado vai operar. Se as vendas se mantiverem no mesmo patamar de 2014, estamos tentando entender nessa velocidade de venda o que acontece com os estoques. E a velocidade de lançamento pode aumentar ainda mais o estoque se não for a correta", avalia Claudio Bernardes, presidente do Sindicato da Habitação em São Paulo (Secovi-SP).

O cenário adverso deve levar as incorporadoras a puxar o freio dos lançamentos neste ano. "Fizemos um levantamento com nossos associados e as empresas estão imaginando um volume igual ou menor que no ano passado", afirma Renato Ventura, diretor-executivo da Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), que reúne as principais companhias do setor. De acordo com o balanço, 57% das associadas preveem vendas em 2015 nos patamares do ano passado, enquanto 38% acreditam na piora do cenário. Em relação aos lançamentos, 57% das empresas projetam queda para 2015. Segundo o dirigente, as companhias veem o ritmo de lançamentos de 2014 como o máximo para a velocidade capaz de equilibrar os estoques, que, de acordo com o Secovi-SP, alcançaram na capital paulista o maior nível em dez anos.

Na incorporadora paulistana Esser, o número de lançamentos neste ano deve cair, no mínimo, pela metade. "A projeção para 2015 é abaixar a mesa de estoques e tentar fortalecer nos lançamentos. A gente imagina fazer um lançamento a cada dois ou três meses, o que dá quatro ou cinco no ano", afirma Fábio Sousa, diretor comercial. No ano passado, a empresa colocou no mercado dez novos empreendimentos. Para Sousa, "este é um ano de compra". O executivo vê oportunidades para investidores de obter descontos "principalmente nos imóveis que estão em obras ou que já foram entregues".

Além da deterioração das condições macroeconômicas, o mercado enfrenta outro obstáculo, com potencial de desacelerar mais a demanda: a alta dos juros dos financiamentos imobiliários. Por enquanto, apenas a Caixa Econômica Federal mexeu nas taxas, mas "outros bancos estão sinalizando mudança também", pondera Igor Freire, diretor de vendas da imobiliária Lello.

A situação embora seja desfavorável às vendas num primeiro momento pode, segundo o executivo, incentivar descontos devido à situação negativa do mercado. "A mudança mexe nos valores e o vendedor pode ter de baixar um pouco o valor do imóvel para compensar o aumento do custo dos empréstimos", analisa Freire.

Apesar das perspectivas econômicas sombrias, o mercado ainda enxerga possibilidade de uma virada no segundo semestre. "O mercado só depende de uma retomada da confiança. Mas temos de ver o que acontece com o ajuste que o governo precisa dar nas contas", diz Bernardes, do Secovi.

Na visão do professor João da Rocha Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Real Estate da Poli-USP, "se o governo for capaz de recuperar a confiança, em tese teremos um segundo semestre melhor que o primeiro, porque grande parte do problema é dúvida. Vamos saber só no segundo semestre qual o tamanho do problema".

Um aquecimento tardio do mercado, porém, poderia trazer risco de apreciação exagerada. "Em ambiente difícil, o comprador retarda a decisão porque não tem confiança no futuro. Mas quando o nível de confiança cresce de novo a demanda represada volta junto com a orgânica e isso pode provocar crescimento exagerado de preço e até bolha", pondera Lima Júnior.



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