
AGÊNCIA CBIC
Mercado imobiliário avalia novas fontes de crédito
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10/06/2011 :: Edição 116 |
Jornal Zero Hora/RS- 10/06/2011 Mercado imobiliário avalia novas fontes de crédito
RITMO AQUECIDO Economista Ricardo Amorim afirma na Capital que não há bolha e existe espaço para crescimento Depois de sucessivos recordes na concessão oficial de crédito imobiliário, 2011 promete consolidar uma mudança na curva de financiamentos privados para o setor. Governo e operadoras de crédito já discutem a adoção de novas modalidades de financiamento, que atendam à demanda crescente por imóveis. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário (Abecip), o volume de crédito habitacional já superou 5% do PIB este ano. A média histórica, até 2008, era de um volume de crédito entre 2% e 3% desse indicador. O presidente da Abecip, Luiz Antonio França, diz que a meta é encontrar alternativas para evitar o esgotamento do modelo de financiamento imobiliário, baseado na captação da poupança. O sistema é responsável pelo financiamento de dois em cada três imóveis no país. Precisamos de todos os instrumentos de captação que estiverem à disposição. O potencial do mercado é tão grande que não podemos limitar nossas opções disse. Em palestra realizada ontem em Porto Alegre, o economista Ricardo Amorim também afirmou que o mercado imobiliário brasileiro crescerá em ritmo acelerado nos próximos anos. No evento, promovido pela construtora Lopes Sul com patrocínio do Grupo RBS, Amorim afirmou que o crédito habitacional no Brasil aumenta cinco vezes mais que a média dos empréstimos privados. Mesmo assim, segundo o economista, o volume de crédito para moradia no Brasil ainda é pequeno se comparado aos níveis de países desenvolvidos. Conforme dados do Banco Central, o volume chega a 75% do PIB na Inglaterra, 68% nos EUA e 45% na Alemanha. Não há bolha. Há muito espaço para crescer disse o economista. Na palestra, restrita a convidados, Amorim listou motivos para justificar seu otimismo em relação ao mercado imobiliário no país. O Brasil ganha, estimou, um milhão de novos lares por ano devido a casamentos e divórcios. Também contribui o alto desenvolvimento verificado em cidades do interior, vinculado ao sucesso do agronegócio, e o alto grau de consumo dos brasileiros, que cresce num ritmo estimado em dois pontos percentuais acima do PIB. Em 2010, o país cresceu 7,5%. Atualmente, somos o melhor mercado do mundo disse. Emergentes apresentam mais resultados às múltis Amorim também previu uma década de alto crescimento para o Brasil, como resultado do deslocamento do eixo econômico para os países emergentes. Pelos dados que apresentou, cerca de 80% dos resultados das grandes corporações mundiais vêm de economias periféricas, como China, Índia e Rússia. Em 1994, esse montante não chegava a 35% da receita das multinacionais. O economista também rejeitou o conceito de que o Brasil está se desindustrializando rapidamente devido à queda acentuada do dólar, que favorece as importações: É balela. Nos últimos anos, passamos da décima economia mais industrializada do mundo para a sexta posição. |
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