Mercado está otimista

A entrada em vigor das novas taxas de juros da Caixa Econômica Federal para financiamento da casa própria, que começam a valer hoje com cortes de até dois pontos percentuais, agita o mercado imobiliário. As gigantes do setor estão otimistas, e apostam em um crescimento de até 25% nas vendas no próximo trimestre.

 "A redução dos juros terá impacto significativo no valor total das parcelas. E isso faz uma enorme diferença", ressalta o economista Guilherme Ventura. Segundo os cálculos do especialista, quem financiar um imóvel de R0 mil, só no primeiro ano vai economizar R$ 2 mil, o que corresponde a R$ 20 mil em um financiamento de 20 anos.

 O grande termômetro da medida será hoje, com a abertura do Feirão Caixa da Casa Própria, que acontece simultaneamente nas cidades de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e no Distrito Federal. Até junho, o Feirão passará pelas cidades de Uberlândia, Campinas, Belém, Florianópolis, Fortaleza, Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. A previsão dos corretores de imóveis é de que, com a queda dos juros, a procura por novos financiamentos de imóveis aumente 40% até o fim do ano.

 O diretor comercial da JC Gontijo, Gustavo Reis, informou que as prestações dos imóveis da construtora cairão em até 13% com as novas taxas, motivando os clientes a investir na casa própria. "Os brasileiros terão mais uma oportunidade de pagar juros inferiores e podem até investir em mais de um imóvel." Reis destacou que, só no Valparaíso, cidade satélite de Brasília, serão comercializados no Feirão da Caixa 600 novos empreendimentos.

 Outro reflexo importante da redução será no poder de compra, que, segundo o superintendente de incorporações da Brookfield, Carlos Eduardo Fernandes, vai aumentar. "Estimamos que a procura por imóveis se eleve em até 25% devido ao conjunto de medidas que o governo anunciou", disse. Ele acrescentou que a partir do próximo trimestre o volume de vendas deve ficar acima da média, justamente porque os juros estão mais baixos, o que vai elevar o poder de compra dos consumidores. A construtora participará do Feirão Caixa com o Doce Lar Águas Lindas, empreendimento de 1.732 casas de 2 e 3 quartos.

 Espera reduzida 

 Já a PDG imobiliária ofertará 580 unidades na capital federal durante o Feirão. O gerente regional da empresa, Robson Fagundes, acredita que a decisão do governo resultará não apenas na economia, mas na redução da espera pela compra da casa própria. "A Caixa vai entrar com a nova tabela de juros, agora mais baixa, e a PDG, com a sua estrutura para viabilizar a obtenção do financiamento para a compra da casa própria."

 Quem aposta todas as fichas nos quase 100 milhões de brasileiros que fazem parte da nova classe média é a corretora de imóveis Patrícia Melo, 49 anos. Ela estima que suas vendas devem ser ampliadas em até 30% nos próximos meses. "A procura já tem sido grande desde a semana passada e com o evento da Caixa a tendência é que aumente ainda mais." Ela acrescentou que este ano as vendas vão ser melhores do que em 2011. "Estou otimista de que as reduções de juros vão impulsionar as vendas até o fim do ano", afirmou.

 "A procura já tem sido grande desde a semana passada e com o evento da Caixa a tendência é que aumente ainda mais"