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AGÊNCIA CBIC

19/11/2014

Mercado de trabalho passa a refletir fraqueza da economia

"Cbic"
19/11/2014

Valor Econômico

Mercado de trabalho passa a refletir fraqueza da economia

Demorou, mas a desaceleração do nível de atividade atingiu o mercado de trabalho formal. Desde o fim do primeiro semestre, quando se constatou que a economia entrou em recessão técnica, receava-se que o emprego fosse afetado. Mas a extraordinária resistência do setor de serviços e o fenômeno da menor procura por trabalho, especialmente entre os mais jovens, afastaram um sinal conclusivo até agora.

O primeiro indicador indiscutivelmente preocupante acaba de sair dos relatórios do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que mostraram a eliminação de 30,3 mil vagas em outubro. Desde 1999 não haviam um resultado tão ruim em outubro, mês geralmente ativo por causa das encomendas de fim de ano.

Chamou a atenção o enfraquecimento da área de serviços, que criou apenas 2,4 mil vagas. O comércio mostrou fôlego, com saldo de 32,8 mil contratações. Já nos outros setores o resultado continuou ruim, especialmente aconstrução civil, que cortou 33,6 mil vagas; a agricultura, 19,6 mil, e a indústria, 11,8 mil. No balanço de janeiro a outubro, os serviços ganham evidência, com 492,3 mil novos empregos, que garantem o total de 699,8 mil vagas criadas em todo o mercado -resultado 38,2% inferior ao de igual período de 2013.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de outubro, a ser divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pode não retratar quadro semelhante por causa das diferenças metodológicas. A taxa de desocupação da PME vem até caindo, apesar do enfraquecimento da economia. De agosto para setembro, o desemprego recuou de 5% para 4,9% na PME, influenciado em boa parte pelo recuo da população economicamente ativa (PEA)) de quase 1%, maior do que a redução observada na população ocupada, de 0,39%, na comparação com igual mês de 2013, na série sem ajuste sazonal. Os dados ajustados por fatores sazonais mostram a mesma relação. A população economicamente ativa vem dimimuindo por motivos variados como a opção dos jovens por prolongar os estudos e o suporte dos programas sociais.

Além disso, vem crescendo o trabalho autônomo, que é levado em consideração pela PME. Reportagem publicada ontem pelo Valor constata que a quantidade de trabalhadores por conta própria cresceu 4,2% de janeiro a setembro em relação a igual período de 2013 nas seis regiões metropolitanas consideradas na pesquisa, o que significa o aumento de 1,5 milhão de pessoas a mais trabalhando sozinhas ou com sócio, sem empregado.

No entanto, é apenas questão de tempo para que a realidade constatada pelo Caged repercuta na PME, especialmente com o impacto na renda real. O que o Ministério do Trabalho já verificou é que tanto os salários de demissão quanto os de admissão seguem crescendo muito próximos da inflação, na base de comparação anual, mostrando tendência de redução dos ganhos reais. Além disso, os novos contratados estão recebendo menos do que os demitidos, um indicador de que a oferta de mão de obra começa a superar a demanda.

O resultado da pesquisa do Caged de outubro pegou de surpresa não só o mercado financeiro como o próprio governo. O ministro do Trabalho, Manoel Dias, atribuiu a redução das vagas às eleições e à crise hídrica em São Paulo, esquecendo de mencionar a elevação dos juros.

No início do ano, Dias revelou a expectativa de criação de 1,4 milhão de novas vagas neste ano, superando o resultado de 2013 de 1,1 milhão, na série com ajuste, isto é, incluindo as informações fornecidas pelas empresas após o prazo legal. Pouco depois, a previsão foi reduzida para 1 milhão. Agora, o ministro já espera um número menor, provavelmente ao redor de 700 mil, sem ajuste, pouco abaixo dos 730,7 mil de 2013 pelo mesmo critério. Apesar de ser metade do projetado inicialmente, o número pode ser considerado até otimista levando-se em conta que dezembro costuma ser marcado por amplas demissões de pessoal temporário contratado pelo comércio. No mercado financeiro, as previsões de criação de vagas sem ajuste são ainda menores.

Um efeito perverso do enfraquecimento dos resultados do Caged foi seu impacto na redução da expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto no quarto trimestre, ressaltando que as duas áreas se retroalimentam e que não há como manter um mercado de trabalho vibrante quando a economia vai mal, como parecia possível no discurso da campanha eleitoral.

 


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