Mais uma década perdida
14/09/2030
Os esforços de articulação de uma política pública sólida para o setor da construção de habitações, iniciados em 2018, não produziram resultados. Em 2030, o Brasil possui uma política de habitação arcaica, protecionista e paternalista. O setor produtivo, acomodado no protecionismo desta política pública, não acompanhou as grandes transformações do setor de construção de habitações que eram sinalizadas por volta de 2018. Ações isoladas de modernização de algumas empresas mais visionárias entraram em colapso em função da inexistência de um ambiente político-econômico favorável à inovação.
Por outro lado, o protecionismo ao setor também impediu a chegada das inovações externas. O mercado consumidor, ávido por inovações que produzissem habitações mais modernas, sustentáveis e inteligentes, compatíveis com as grandes transformações da Segunda Onda, teve seu desejo frustrado. Assim, o Brasil não viu surgir, de forma ampla, espaços coletivos sustentáveis, povoados por habitações ativas, adaptativas e regenerativas.
Em 2030, o setor produtivo nacional não é capaz de incorporar soluções inovadoras nem nos processos construtivos e tampouco nos produtos finais. Processos arcaicos sem automação ou algum tipo de industrialização ainda têm taxas de desperdício comparáveis a 2018. A produtividade geral do setor também pouco evoluiu na última década.
As habitações construídas no Brasil ainda não incorporaram conceitos de sustentabilidade, automanutenção e regeneração que já são padrões nos mercados mais avançados. O colapso das tentativas de articular o setor produtivo e as políticas públicas nos últimas anos colocou o país diante de Mais uma Década Perdida para o setor de construção de habitações.