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AGÊNCIA CBIC

19/05/2017

“LXXVI reunião do conselho diretivo da FIIC é uma pausa nas atividades cotidianas para análise, reflexão e planejamento das ações futuras da nossa organização”, diz Ricardo Platt

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), uma das 18 filiadas à Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC), será anfitriã da LXXVI (Septuagésima sexta) Reunião do Conselho Diretivo da FIIC, que será realizada nos dias 21, 22 e 23 de maio, no Unique Palace, em Brasília. O engenheiro e presidente da FIIC, Ricardo Platt, vai comandar as reuniões ao lado do presidente da CBIC, José Carlos Martins durante os três dias de evento.

Platt concedeu entrevista ao informativo CBIC MAIS e avalia que a CBIC vem desempenhando um papel importante no país. “O Brasil é a maior economia da América Latina, além de ser um guia em diversos assuntos nos quais é líder”.

Confira a entrevista:

CBIC MAIS: Qual é a sua expectativa com relação à LXXVI Reunião do Conselho Diretor da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC)?

Ricardo Platt: De fato, além da Reunião do Conselho Diretor, em especial serão realizadas outras reuniões relacionadas. Esperamos um comparecimento substancial de Conselheiros, de vários observadores e de palestrantes para um diálogo produtivo sobre diversos assuntos específicos que serão, tenho certeza, considerados com bastante profundidade nas sessões presenciais de cinco Comissões de Trabalho, que são de grande interesse para os construtores latino-americanos e, ademais, representam as macrotendências da construção em âmbito global: Infraestrutura; Moradia e Desenvolvimento Urbano; Construção Sustentável; Responsabilidade Social Empresarial; e Anticorrupção.

Teremos, também, uma sessão muito completa de INCONET, que é uma instancia permanente de cooperação entre as diversas áreas de câmaras ou organismos interamericanos dedicados à Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação (I+D+i) e Transferência Tecnológica no setor da construção, com o objetivo de melhorar a competitividade da indústria da construção em escala regional e local.

Depois de que cada um desses seis assuntos for tratado em detalhe (o que leva um dia completo), tem lugar a Reunião do Conselho Diretor em si, na que são considerados os avanços de diversas áreas e as experiências concretas de interesse geral a serem apresentadas por algumas Câmaras. Também são avaliados os resultados e programadas ações e enfoques futuros sobre vários temas de interesse para a construção no âmbito Ibero-americano e nas suas câmaras.

O Comitê Executivo da FIIC apresentará ao Conselho um relatório das suas atividades realizadas nos últimos seis meses e, na oportunidade, um relatório das atividades da CICA (Confederation of International Contractors’ Associations) também será considerado. Esta confederação congrega a FIIC, a Federação Europeia da Indústria da Construção FIEC (Câmaras de 26 países) e diversas organizações nacionais ou empresas de construção da Ásia, América, Europa e de outras regiões do mundo. A CICA nos apresentará, ademais, uma plataforma computacional orientada para projetos de Infraestrutura.

Contaremos com a participação do Banco Mundial, cujo representante no Brasil apresentará ao Conselho as “Reflexões sobre a Infraestrutura na América Latina e no Caribe e seu Financiamento” e realizaremos uma conferência sobre o assunto.

A partir do sábado, dia 20 de maio, em acréscimo às atividades já elencadas, está programada uma série de reuniões internas ou de subgrupos de trabalho para aproveitar a presença física dos nossos Conselheiros e Diretores, entre elas: Reunião do Comitê Executivo da FIIC; Reunião do Conselho Superior da INCONET; Reunião da Comissão Julgadora do Prêmio Latino-americano RSE 2017-2019; Reunião do Comitê Executivo com Coordenadores das Comissões da FIIC; Reunião da Comissão Revisora Resultados Financeiros da FIIC; Reunião com CICA para considerar temas de Pequenas e Médias Empresas; Reunião de Avaliação de Atividades, realizadas ao término de todas as atividades em Brasília e planejamento de atividades futuras imediatas pelo Comitê Executivo da FIIC.

Como fica evidente, esta é uma agenda exaustiva, pois serão considerados com profundidade os temas mais importantes da nossa indústria e definidas as ações que serão seguidas pela nossa organização no futuro. São dias de grande intensidade, nos que, ademais, dá-se a oportunidade de estreitar os laços de amizade e, ao final das atividades diárias, conviver em eventos sociais, nos quais estaremos acompanhados de nossos consortes, se possível; da mesma forma, faculta-nos, também a oportunidade de apreciar a cidade de Brasília.

A Reunião é uma pausa nas atividades cotidianas para análise, reflexão e planejamento das ações futuras da nossa organização.

C.M.: Qual é a importância e o significado de realizar a Reunião da FIIC no Brasil?

R.P.:O Brasil é a maior economia da América Latina, além de ser um guia em diversos assuntos nos quais é líder. Na FIIC, o Brasil, por meio de CBIC, vem desempenhando um importante papel, por muito tempo, sempre contribuindo com sua capacidade e entusiasmo a favor das câmaras da região. Coordena, atualmente, a Comissão de Construção Sustentável, participa de várias outras Comissões e tem, sob sua responsabilidade, a Vice-presidência da CICA, na pessoa de José Carlos Martins. O Brasil é, por sua capacidade, dinamismo, potência econômica, cultural e paixão pela construção, um líder natural, reconhecido na FIIC.

Mais ainda, o CBIC completa 60 anos de existência. É um aniversário significativo e a FIIC, na sua totalidade, deseja participar e manifestar a sua solidariedade, apreço e reconhecimento por esta organização tão importante, um dos pilares da FIIC.

Brasília é uma cidade singular, única em seu estilo em âmbito mundial pela sua arquitetura, planejamento, traço e execução da trama urbana, orientada para o desempenho de funções de liderança e administração governamental. Cidade que conta com paisagens formosas e lugares que, certamente, serão atrativos para muitos participantes que aproveitarão a Reunião para conhecer a cidade e que, nós que já tivemos o prazer de conhecê-la antes, novamente aproveitaremos.

Por fim, as pessoas no Brasil e particularmente os nossos colegas do CBIC são reconhecidos como profissionais completos e capazes, que sabem compartilhar a sua experiência e apoiar diversas atividades, sempre de uma amizade leal, entusiastas e de convívio agradável.

Por isso tudo, é importante que realizemos nesta cidade as nossas Reuniões, convivendo entre nós e apoiando CBIC, reconhecendo a sua transcendência em âmbito continental e na FIIC.

C.M.: Qual é a sua avaliação sobre a cooperação entre CBIC e FIIC?

R.P.: Como já expliquei nos dois tópicos anteriores com certo nível de detalhamento, a cooperação entre nós é não somente ampla como também profunda em vários temas técnicos e vem se fortalecendo com o transcorrer do tempo, por meio de líderes de CBIC natos que vem deixando uma profunda marca profunda em nossa organização.

Pessoalmente, agradeço a todos os meus colegas do CBIC. Tive o privilégio de compartilhar, durante anos, o trabalho setorial e disfrutar da amizade de alguns de seus dirigentes muito destacados, como Livio Amato, Paulo Safady Simão e José Carlos Martins, com quem em diversos lugares do mundo participei de reuniões do mais alto nível com associações de construtores, instituições financeiras multilaterais, instituições internacionais diversas, etc. e trabalhei de forma muito estreita a favor da construção na América e no mundo.

C.M.: Como a indústria da construção tem evoluído na América Latina? Quais são as razões para tal: obras públicas auspiciadas pelo Estado, investimentos privados em infraestrutura?

R.P.: A construção na América Latina passou a ser, em suas grandes obras de infraestrutura, desenvolvida inicialmente por empresas europeias e, em segundo momento, predominantemente por empresas nacionais em cada país, pois adquiriu, já há algum tem tempo, o amadurecimento e a capacidade para comparar-se razoavelmente à construção mundial. Em obras de edificação e de moradia sempre houve grande capacidade e engenho para conseguir soluções adequadas para o meio ambiente e idiossincrasias nacionais. Estamos orgulhosos das nossas capacidades no setor.

Em nossa região, como no restante do mundo, muitas das obras e serviços tiveram início com ações do que contratava construtoras para executar as obras de infraestrutura ou edificação pública que o próprio estado desenhava e financiava. Com relação à edificação comercial, de negócios e moradia, a maioria dela era feita, desde o início, mediante contratação por proprietários privados de construtoras.

Com o passar do tempo muitas destas obras e serviços relacionados ao setor público começaram a ser desenhadas, construídas e desempenhadas pelo setor privado de formas totalmente diversas, que contemplam Concessões, Parcerias Público-Privadas e várias outras, em virtude da falta de recursos públicos diretos ou de fundos fiscais para desempenhar tais tarefas de maneira direta, que são, assim, complementadas com as capacidades e/ou financiamento privado.

Mesmo quando possam ser percebidos avanços significativos, o consenso dos especialistas mundiais é que na nossa região investimos, provavelmente, menos da metade do necessário para conseguir criar e manter uma infraestrutura de padrão mundial que garanta aos nossos países capacidade competitiva. O que concerne à infraestrutura quanto à edificação em geral.

C.M.: Há alguns anos a construção sustentável é um tema de interesse das câmaras da indústria da construção. Como a FIIC tem apoiado as iniciativas nesse sentido?

R.P.: Face à importância do tema, foi criada e se encontra em atividade a Comissão de Construção Sustentável, que na atualidade conta, precisamente, com a liderança do CBIC, pois é reconhecida a capacidade e interesse do Brasil neste assunto.

Por ela são compartilhadas ideias e experiências, melhores práticas, casos de sucesso e de fracasso, etc., relativos à construção sustentável nos países membros da FIIC e no mundo, apoiando ou ajudando por meio da implementação de estratégias próprias das suas realidades. As comissões nacionais respectivas também são apoiadas.

Em termos gerais, procuramos estimular a Construção Sustentável na América Latina, por meio de um esforço coordenado entre as câmaras, com a finalidade de reduzir o impacto negativo no quesito ambiental e melhorar as práticas da atividade de construção.

Ainda neste ensejo, estamos empenhados em realizar parcerias estratégicas com entidades internacionais para trabalhar conjuntamente e aproveitar suas experiências e recursos.

É o caso do Banco Mundial, com quem trabalhamos de forma conjunta no tema de infraestrutura sustentável por meio da plataforma KPESIC: Knowledge Platform on Environmentally Sustainable Infrastructure Construction in Latin America and the Caribbean Region – KPESIC,(Plataforma de Conhecimento sobre Construção Ambientalmente Sustentável de Infraestrutura) que estabelece redes e grupos de intercâmbio entre especialistas, atores públicos e privados, para difundir os conhecimentos necessários e propiciar intercâmbio de informação, além de criar contatos e estabelecer estratégias de negócio mais eficientes entre os usuários, facilitando o desenvolvimento de projetos em sustentabilidade na área de infraestrutura.

Com a Corporação Financeira Internacional, do Grupo Banco mundial, trabalhamos no tema de sustentabilidade na edificação mediante a difusão e apoio à plataforma EDGE, Excellence in Design for Greater Efficiencies. É uma certificação que reconhece aqueles que implementam estratégias para reduzir o uso de energia e água em suas construções, assim como a energia utilizada nos materiais. É um novo sistema criado para mercados emergentes, que fornece aos clientes soluções técnicas para o uso de práticas sustentáveis e capta os custos de capital e as economias operacionais projetadas, com a finalidade de demonstrar o caso de negócios da construção sustentável.

C.M.: Como a inovação tecnológica por contribuir para a indústria da construção?

R.P.:A inovação e a tecnologia modificam a forma de viver e trabalhar da população mundial e a construção não pode ficar alheia a isto. A economia e os mercados globais evoluem de forma célere e os países que não estiverem preparados e não inovarem seus processos e gestão, ficarão cada vez mais enfraquecidos em relação aqueles países mais desenvolvidos.

Se uma empresa não inova, fica enfraquecida perante a concorrência e perde a sua capacidade de realizar negócios ou diminui a sua relevância.

Apesar do nosso setor não ser dos mais dinâmicos no que tange à inovação em nível global, a inovação também pode ser percebida aqui. Cito alguns exemplos, partindo do mais simples para o mais complexo:

  • Os dispositivos móveis, telefones e suas aplicações impactam na construção de obras na América Latina. A facilidade que propiciam para a comunicação, transmissão de fotografias em e vídeos e informação georreferenciada, instantânea e com custo marginal tem revolucionado os processos.
  • Os drones estão sendo cada vez mais usados para planejar e coordenar o uso de maquinaria pesada, equipada com dispositivos de geolocalização que contribuem para o planejamento, o controle e a eficácia das obras.
  • As impressoras 3D começam a impactar na construção, em grande medida, no campo  experimental.
  • Scanners laser que permitem realizar levantamentos em 3D com maior precisão, rapidez e baixo custo.
  • A supervisão e controle de obras transformou-se, em virtude da tecnologia, possibilitando a gestão e a tomada de decisões oportunas mediante sistemas baseados em informação executiva que são mantidas, via internet, em bases de dados remotas ―A Nuvem― e possibilitam empregar centenas de obras se assim for o caso, gerando informação agregada e sintetizada, ou detalhada, se esta for a necessidade.
  • Técnicas de manufatura modernas como o Lean Manufacturing aplicam-se na construção mediante o Lean Construction, procurando a eficiência e a excelência, objetivo deste enfoque nos processos. Os avanços desta técnica são significativos.
  • A BIM (Building Information Modeling) é uma das tecnologias que mais impacto tem provocado nos últimos anos, na construção, em âmbito global, e possibilita o desenho, construção e operação de edificações ou infraestruturas de maneira muito mais eficiente, rápida e com um custo menor. Está fundamentada no estabelecimento de um modelo matemático computadorizado detalhado da obra a ser construída incluindo suas dimensões físicas (3) somados o tempo e o custo (5 ou mais dimensões). Quanto maior for a complexidade da obra, maior será a vantagem de usar a BIM, que demanda computadores e software específicos, assim como treinamento. Este progresso pode ser entendido como um equivalente, na construção, ao que experimentamos quando passamos das plantas desenhadas manualmente aos projetos, desenhados e impressos em computadores.

Ainda que na construção, por sua natureza, não adotemos a mudança com tanta rapidez, não há dúvida de que, efetivamente, existem mudanças substantivas derivadas da tecnologia e da inovação, que procuram aumentar a produtividade e alcançar um produto final de melhor qualidade, com menor custo e em menor tempo.

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