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AGÊNCIA CBIC

23/04/2013

Luzes sobre as micro e pequenas indústrias

"Cbic"
23/04/2013

O Estado de S. Paulo/BR

Luzes sobre as micro e pequenas indústrias

Joseph Couri
 Eu acho, tu achas, ele acha… Quando a conversa gira em torno da pequena empresa no Brasil, entra em cena o já histórico achismo, uma verdadeira praga a vicejar no terreno fértil onde tenta progredir o espírito empreendedor. É em conseqüência do achismo que o Brasil ainda se encontra amarrado a um dos piores cenários do empreendedorismo mundial.
 A explicação para isso é simples: como o segmento da micro e pequena empresa é complexo, diverso, possui características próprias que o distinguem dos demais – das empresas médias e das grandes -, ninguém consegue enxergá-lo por suas diferenças. Em consequência desse desconhecimento, a micro e a pequena empresas nunca são tratadas, como deveria ser feito, por suas desigualdades. As políticas públicas que têm por objetivo incentivar o setor empresarial, por exemplo, são sempre endereçadas às grandes empresas, imaginando-se que as pequenas também serão beneficiadas, o que não é verdade. Os desiguais precisam ser tratados por suas desigualdades.
 É uma realidade que o Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo (Simpi) quer mudar, pelo menos em relação à sua base paulista. E já tomou uma primeira iniciativa de fôlego nessa direção: um instituto de pesquisa (Datafolha) foi contratado para prospectar os cenários e expectativas com que trabalha o universo de cerca de 200 mil micro e pequenas indústrias paulistas. Serão 12 rodadas de pesquisa nesta primeira fase do projeto. Com base nos dados apurados será possível criar um primeiro indicador seguro do desenvolvimento da micro e pequena indústria. É o jeito, creio que bastante eficaz, de começarmos a eliminar o achismo do debate que ocorre em torno da pequena empresa. Todos os que tiverem acesso às pesquisas – e uma das missões do Simpi é divulgá-las amplamente – poderão discorrer com propriedade e segurança sobre o tema.
 O programa liderado pelo Simpi com o objetivo de criar um primeiro indicador das atividades da micro e pequena indústria paulista tem outros complementos importantes: a Universidade Mackenzi e vai desenvolver estudos econômicos e jurídicos para sugerir políticas governamentais de incentivo às micro e pequenas indústrias e a KPMG fornecerá os cenários da economia mundial para melhor formulação do indicador paulista.
 Temos a convicção de que o programa pode representar um marco histórico na trajetória das pequenas empresas no Brasil. É, na verdade, o início de uma transformação de base no posicionamento político das entidades que representam o segmento. Começaremos a trabalhar com informações estruturadas sobre o que somos, como trabalhamos, quais são nossos problemas, nossas dificuldades e também nossas expectativas. Isso permitirá também aos micro e pequenos empreendedores operar com uma base de dados organizada.
 Com a divulgação da primeira rodada, começamos a acender luzes sobre a micro e pequena indústria paulista. Na base do Simpi são mais de 200 mil micro (até 9 funcionários) e pequenas (de 10 a 50 funcionários) indústrias. Desse universo, 36% estão localizadas na capital e 16% encontram-se nas cidades da Região Metropolitana de São Paulo, como Osasco e Santo André. As demais estão espalhadas pelo interior. Campinas, por exemplo, é o segundo município do Estado em número de pequenas indústrias: tem 5.400 unidades.
 Os setores mais representativos da micro e pequena indústria paulista são os de construção civil (13%), vestuário (11%), alimentícios (10%), impressos (9%), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (7%), fabricação de produtos de borracha e material plástico (6%), fabricação de máquinas e aparelhos elétricos (6%), móveis (4%) e metalurgia (4%).
 Vejamos, por outro lado, o que a pesquisa nos diz sobre o posicionamento político dos nossos industriais: enquanto 65% dos brasileiros consideram o governo Dilma Rousseff "ótimo" ou "bom", apenas 39% dos micro e pequenos empresários paulistas da indústria têm a mesma opinião. Para 45% deles, o governo de Dilma é apenas regular. Eles têm também opinião muito parecida sobre o governo paulista, de Geraldo Alckmin: 39% o acham "ótimo" ou "bom" e 45% o consideram regular.
 O que essas informações nos dizem? Que faltam políticas de incentivo específicas para a pequena indústria tanto da pane do governo federal quanto do governo estadual. São informações objetivas, captadas por metodologia científica. Nada de achismo.
 A primeira rodada nos mostra também que as 200 mil micro e pequenas indústrias de São Paulo vivem um momento de desconfiança e expectativa. Estão preocupadas com a escalada da inflação e com os níveis de inadimplência do comércio. As que sofrem o impacto dos produtos importados enxergam "deslealdade" na concorrência. O segmento, portanto, está em compasso de espera. Não se pode dizer que esteja pessimista porque 71% dos micro e pequenos industriais de São Paulo se mostram satisfeitos com a qualidade de sua mão de obra, o que é um dado animador.
 É extremamente confortável afastar-se do achismo e começar a falar do segmento com dados, segurança e adequação. Por exemplo: 44% das micro e pequenas indústrias paulistas prevêem situação melhor para abril, mas só 2% esperam fone crescimento no faturamento; nada menos que 74% dos empresários do segmento prevêem a manutenção ou queda nos lucros durante este mês de abril; apenas 18% pretendem abrir novos postos de trabalho neste mês e 39% dizem estar peno do limite da capacidade de produção. Existe, portanto, margem para crescimento, mas a disposição para investir está travada pelo panorama conjuntural.
 Dá muito orgulho perceber que estamos quebrando velhos paradigmas.
 PRESIDENTE DO SINDICATO DAS MICRO E PEQUENAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (SIMPI)
 —
 Dá muito orgulho perceber que estamos quebrando velhos paradigmas
 

 
"Cbic"

 

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