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AGÊNCIA CBIC

19/03/2025

Lançamentos de imóveis crescem 88% no Nordeste em 4 anos

Os estados do Nordeste apresentaram um crescimento de 88,07% no número de apartamentos lançados entre 2020 e 2024, enquanto no Brasil inteiro a alta foi de 50,81% no mesmo período. As vendas de unidades habitacionais também subiram na região ao longo desses cinco anos: foram 56,31% a mais, ante o aumento nacional de 39,98%. Os dados foram detalhados nesta quarta-feira (19/2), em Fortaleza (CE), pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) durante o CBIC Indicadores Regionais, evento que percorre o país levando um panorama atualizado da construção.

Segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, esse crescimento proporcional da região se deve a uma combinação de fatores estratégicos e estruturais. “Após um longo período de incertezas, a forte presença do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) impulsionou os lançamentos e garantiu um fluxo importante de vendas, enquanto as incorporadoras adaptaram seus produtos à demanda regional. Além disso, o custo mais acessível dos terrenos permitiu preços mais competitivos, favorecendo a expansão do setor, entre outros fatores”, comentou.

De acordo com o CEO da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, o crescimento no número de lançamentos e vendas também se manifestou no Valor Geral de Lançamentos (VGL), que é a soma do valor das unidades lançadas em um determinado período no mercado imobiliário, e no Valor Geral de Vendas (VGV), total estimado de receita que um empreendimento imobiliário pode gerar. “O VGL de 2024 foi 217,84% maior que o de 2020% no Nordeste e de 153% no Brasil. Já o VGV regional cresceu 114,18% nesse mesmo intervalo e o nacional, 126%”, disse.

Araújo apresentou o estudo ‘Mercado Imobiliário da Região Nordeste (clique e confira)’, realizado pela Brain em parceria com a CBIC a partir de dados coletados de 73 dos principais municípios dos nove estados, incluindo as capitais, sobre imóveis residenciais verticais novos que foram colocados no mercado e comercializados. Ele explicou que ao longo desses cinco anos as incorporadoras ampliaram os investimentos em unidades compactas, como estúdios e apartamentos de um dormitório, atendendo à crescente demanda de investidores que adquirem imóveis para locação em plataformas, especialmente em cidades turísticas. “Além disso, houve uma forte valorização do mercado de alto padrão e luxo, com um aumento expressivo no número de unidades acima de R$ 2 milhões, elevando o VGL”, argumentou.

Para Araújo, a participação do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) no Nordeste nos últimos dois anos garantiu uma base sólida de vendas no segmento econômico. Outro fator determinante apontado pelo especialista é o custo de produção mais acessível no Nordeste – com um tíquete médio inferior ao restante do país e terrenos mais baratos, foi possível criar uma oferta maior de imóveis. “Cidades como Aracaju, João Pessoa e Maceió se destacaram ainda pela forte valorização do metro quadrado, consolidando o Nordeste como um dos mercados imobiliários mais dinâmicos do Brasil nos últimos cinco anos”, pontua.

Outro dado trazido pelo estudo é que a participação do MCMV foi ainda mais expressiva. Os números de vendas do programa avançaram 118,88% no Nordeste nesses cinco anos e 14,95% no Brasil, e os lançamentos cresceram 49,22% na região e 43,03% no país.

Para Ieda Vasconcelos, economista-chefe da CBIC, o bom desempenho do mercado imobiliário reflete diretamente no mercado de trabalho. “Nos últimos 24 meses a construção civil gerou mais de 46 mil novos empregos com carteira assinada na Região Nordeste. Cerca de 60% desse total foi no segmento de construção de edifícios”, diz. Ieda apresentará durante o evento o estudo ‘Panorama da construção civil na região Nordeste e perspectivas (clique e confira)’ no qual destacou que o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil no País cresceu 4,3%, mais que o PIB total do país. “Isso significa que o setor está com o seu nível de atividades superior a economia nacional. Além disso, a construção está com o ritmo de atividades superior ao período pré-pandemia”, acrescenta.

Também de acordo com Ieda, a construção civil e o mercado imobiliário sempre crescem acima da média da economia nacional em momentos de expansão econômica, lembra Correia, e no Nordeste esse avanço foi ainda mais intenso, impulsionado pela valorização imobiliária em diversas cidades. “O resultado é um mercado dinâmico, com maior oferta, vendas em alta e forte geração de empregos, consolidando a região como um dos principais polos de desenvolvimento do setor no Brasil”, destacou a economista.

De acordo com Ieda, a construção civil tem um papel essencial na geração de empregos e, junto a outros setores, tem contribuído para fortalecer o mercado de trabalho e ampliar a capacidade de consumo da população. “As empresas nordestinas geraram mais empregos formais que a média nacional, com um aumento de 3,67% no número de trabalhadores em 2024. O crescimento foi puxado pelo segmento de edificações e pelos serviços especializados para a construção​”, frisou a economista-chefe da CBIC.

Embora o custo da construção tenha aumentado acima da inflação em diversos estados nordestinos, a competitividade do setor foi mantida, permitindo que novos empreendimentos fossem viabilizados, disse Ieda. “Entretanto, fatores como a alta da taxa Selic e a redução da captação da poupança podem representar desafios futuros para o crédito imobiliário”, alerta Ieda.

Ainda de acordo com os dados apresentados por Ieda Vasconcelos, o Nordeste abriga 19,78% dos estabelecimentos da construção civil do Brasil, com destaque para Bahia e Ceará, que juntos respondem por quase 40% do total da região​. Além disso, a construção civil nordestina representa 16,5% do PIB nacional do setor, com a Bahia liderando a participação (5,4%), seguida por Pernambuco (2,5%) e Ceará (2,3%).

CBIC Indicadores Regionais

O evento CBIC Indicadores Regionais foi realizado em um hotel da capital e foi voltado a empresários e líderes de entidades representativas do setor. “Este evento visa valorizar nossas 98 entidades associadas que representam mais de 40 mil empresas formais nas cinco macrorregiões do país e também estimular o compartilhamento de dados e a discussão de estratégias regionais que fortaleçam as empresas em cada um dos estados”, explicou o vice-presidente da CBIC para o Nordeste, Guilherme Fortes.

“Estamos com esta segunda edição, no Nordeste, depois de passar pelo Sudeste, e esperamos contar com a participação do setor para as discussões, que são muito importantes. Vamos falar também de financiamento para a habitação e para a infraestrutura, mercado de trabalho e custos da construção, entre outros temas. O acesso é gratuito e aberto, mediante inscrição no site da CBIC”, reforçou o vice-presidente da CBIC para Habitação de Interesse Social, Clausens Duarte.

O evento contou com o apoio do Sindicato da Indústria da Construção do Ceará (Sinduscon-CE). “Os resultados apresentados aqui são importantes para a região e para a construção civil do Ceará também, pois o estado contribuiu fortemente para esse volume de lançamentos. Acompanhar esse panorama faz parte da nossa atividade e discutir nossos desafios, também, por isso esse evento é muito relevante”, afirmou o presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias.

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