Inflação registra segunda menor variação desde o início do Plano Real

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou queda de 0,31% em abril em relação ao mês anterior, resultado que foi puxado pela redução observada no preço dos combustíveis. O indicador acumulou alta de 0,22% nos primeiros quatro meses do ano e 2,40% nos últimos 12 meses.

O IPCA é o indicador oficial da meta inflacionária no Brasil que, em 2020, é de 4%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

O resultado do mês de abril correspondeu à menor variação do indicador desde agosto de 1998 (-0,51) e à segunda menor observada desde a implementação do Plano Real (julho de 1994).

Dos nove grupos de produtos e serviços componentes do IPCA, verificou-se que, em abril, seis apresentaram deflação:

• Habitação (-0,10%),
• Artigos de Residência (-1,37%),
• Transportes (-2,66%),
• Saúde e Cuidados Pessoais (-0,22%),
• Despesas Pessoais (-0,14%) e
• Comunicação (-0,20%).

O grupo Alimentação e Bebidas se destacou pela alta de 1,79%. Já Vestuário aumentou 0,10% e Educação manteve estabilidade.

O recuo de 2,66% apresentado no grupo dos Transportes aconteceu em função da queda observada nos preços dos combustíveis (-9,59%), especialmente da gasolina (-9,31%).

Em todas as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE observou-se retração no preço desse combustível. Além da gasolina, o etanol (-13,51%), o óleo diesel (-6,09%) e o gás veicular (-0,79%) também registraram recuo em abril.

“A redução dos preços internacionais do petróleo ocorre em meio a uma guerra de preços entre grandes produtores mundiais e a retração da atividade econômica mundial, diante do isolamento social adotado para conter o avanço da Covid-19. No mercado interno a contração da demanda, em função da menor circulação de veículos, também contribuiu para a redução dos preços”, ressalta a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Veja a íntegra da análise da economista Ieda Vasconcelos.

(Foto: Fernando Frazão – Agência Brasil)