Logo da CBIC

AGÊNCIA CBIC

19/09/2012

IBGE muda cálculo do PIB e investimento sobe

"Cbic"
19/09/2012 :: Edição 404

Jornal O Estado de S. Paulo – 19/09/2012

ibge muda cálculo do pib e investimento sobe 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai alterar o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), indicador que mede todas as riquezas (bens e serviços) produzidas pelo País. Com a nova metodologia, a taxa de investimento vai subir e a indústria vai ganhar importância, conforme apurou o "Estado".

As mudanças seguem as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) e fazem parte do esforço periódico do IBGE para adequar a contabilidade das contas do Brasil às regras globais. Mas também ocorrem no momento em que o País enfrenta o fantasma da desindustrialização e o investimento não decola, apesar dos esforços da presidente Dilma Rousseff.

A avaliação do governo é de que o investimento está subavaliado no Brasil. Com as mudanças que estão sendo promovidas pelo IBGE, a taxa de investimento pode subir entre 1% e 1,5% – ou seja, dos 18,8% registrados em junho para até 20,3%. Por causa do pessimismo provocado pela crise global, os investimentos estão em queda. No ano passado, o País investiu 19,3% do PIB.

O IBGE passará a contabilizar outros itens como investimento, além da compra de máquinas e da construção civil. Uma das principais mudanças é que os gastos das empresas com software passarão a ser parcialmente considerados como investimento. Hoje são computados como serviços. Nos Estados Unidos, os gastos com software representam 16,3% dos investimentos privados e 2,5% do PIB.

O IBGE também está promovendo mudanças que vão aumentaro peso da indústria na economia. Atividades que foram terceirizadas pelas empresas – como limpeza, manutenção, segurança, etc – são contabilizadas hoje como prestação de serviços. Após a aplicação das novas regras, voltarão a ser consideradas como parte da indústria.

A indústria da transformação vem perdendo espaço no País. Em 1995, representava 16,3% do PIB. No ano passado, caiu para 12,4%. Se o IBGE incluir como indústria parte da rubrica "serviços prestados às empresas", os economistas calculam que significaria 1,5% a mais de participação no PIB para a indústria da transformação e 3% a mais para a indústria geral.

Para especialistas em contas nacionais, está mudando o "termômetro", mas não os "sintomas" da economia. Fernando Montero, economista-chefe da Corretora Convenção, calcula que a indústria deve continuar perdendo espaço no PIB, porque outros fatores, além da terceirização, colaboram para o fenômeno, como a alta do preço das commodities e o "vazamento"  de demanda para o exterior.

Paulo Levy, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirma que uma taxa de investimento maior por causa de uma mudança contábil não significa queo País está efetivamente ampliando sua capacidade produtiva e, portanto, teria condições de crescer mais sem gerar inflação. "O fato de medir melhor não altera o mundo real", diz.

Base.O IBGE foi procurado pela reportagem e informado em detalhes sobre o teor da matéria, mas se negou a fazer qualquer comentário. O órgão informou que divulgaria hoje, pela manhã, informações sobre a atualização da base de dados do PIB.

Segundo o Estado apurou, o IBGE está alterando o ano-base de cálculo do PIB para 2010. Hoje o indicador é feito tomando como referência a importância dos diferentes setores para  a economia no ano 2000. Nos últimos tempos, o IBGE já fez duas importantes mudanças no cálculo do PIB – em 1997 e em 2007.

Fontes ouvidas pela reportagem informam que mais mudanças virão nos próximo anos, já que itens importante como, por exemplo, recursos naturais e o valorda terra, ainda são contabilizados no Brasil de maneira diferente do que é feito no exterior.

"São pequenos aperfeiçoamentos que estão sendo feitos de maneira correta e de acordo com as regras internacionais pelo IBGE", diz Cláudio Considera, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ex-chefe de contas nacionais do órgão.

"Cbic"

 

COMPARTILHE!

Maio/2024

Parceiros e Afiliações

Associados

 
Ademi – SE
SINDUSCON – SUL
Sinduscom-SL
Sinduscon-Caxias
Sinduscom-NH
Sinduscon Sul – MT
Sinduscon-Norte/PR
Ademi – ES
APEOP-PR
Sinduscon-PR
ADEMI-AM
Sinduscon-Brusque
 

Clique Aqui e conheça nossos parceiros

Afiliações

 
CICA
CNI
FIIC
 

Parceiros

 
Multiplike
Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea