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AGÊNCIA CBIC

10/10/2011

Fórum verde, metálico e sustentável

"Cbic"
10/10/2011 :: Edição 194

 

Jornal Correio Braziliense/BR 08/10/2011
 

Fórum verde, metálico e sustentável

A estrutura metálica está de volta a Brasília agora em uma versão sustentável. Não estão mais escondidas atrás de uma capa de concreto e uma cortina de brise-soleil nem se resumem ao esqueleto da obra. O aço sustenta agora uma peça de arquitetura contemporânea que segue critérios internacionais de construções sustentáveis e respeita exemplarmente as escalas do Plano Piloto. Inaugurado em abril passado, o Fórum do Meio Ambiente e da Fazenda Pública do Distrito Federal, que tem sido chamado de Fórum Verde, fica atrás do Palácio do Buriti, nas proximidades dos prédios da Codeplan e da Terracap.
 O prédio de linhas brancas, vidros verdes e um volume vertical vermelho é a primeira obra pública de Brasília a atender as premissas do Green Buiding Council (LEED), certificado internacional de construção sustentável. O prédio também concorre ao prêmio GBC 2011, concedido pela mesma instituição. Com estruturas metálicas aparentes, o Fórum Verde aproveita a iluminação natural e a ventilação cruzada em todos os ambientes, como explica o arquiteto Siegbert Zanettini, da Zanettini Arquitetura, escritório responsável pelo projeto com a arquiteta Sandra Henriques. O volume sobressai na vizinhança de blocos antigos, construídos sob a influência da arquitetura do concreto armado.
 O bloco de vigas quadriculadas oferece, a quem o visita, uma sucessão de boas surpresas tecnológicas/arquitetônicas/ecológicas. A leve rotação do edifício dentro do terreno, recuando metade da obra, permitiu a criação de floreiras em todos os pavimentos, o que ajudou a "humanizar o ambiente, ajudar na proteção do sol e melhorar a qualidade do ar", como explica Zanettini, um dos mais importantes arquitetos brasileiros no uso da tecnologia do aço. A cobertura virou um jardim, o que reduz o calor do prédio. Ao lado, existe uma estação compacta de tratamento de esgotos, a captação de águas pluviais, a reutilização de águas pluviais para fins não potáveis (descarga, lavagem de pisos, irrigação de jardins).
 Cuidados que não foram levados em conta na construção de Brasília. Naquele tempo, a arquitetura moderna não levava em conta a sustentabilidade da obra. "O movimento modernista foi unidimensional, partia de uma visão estética. Nisso, se difere da arquitetura contemporânea, que tem uma visão holística, que junta o racional ao sensível. É uma visão mais complexa, que busca atender aos condicionantes naturais da vida humana", explica Siegbert Zanettini, em entrevista por telefone.
 Essa visão mais complexa da arquitetura era minoritária, quase invisível, nos tempos da construção de Brasília e na primeira década depois. Zanettini cita Rino Levi como um dos poucos arquitetos do período a terem preocupações com a obra sustentável. Levi participou do concurso do Plano Piloto de Brasília. Quando a cidade foi inaugurada, Siegbert Zanettini estava concluindo o curso de arquitetura na Universidade de São Paulo (USP). Como todos os de sua época, ficou impressionando com a construção de Brasília, ainda que pertencesse a uma outra escola, a paulista, que se pautava por preocupações mais tecnológicas, ao contrário da carioca, que exaltava a questão estética, como explica o próprio Zanettini.
 Em comemoração aos seus 50 anos de carreira (e mais de 1,2 mil projetos construídos), Siegbert Zanettini lançou o livro A boa arquitetura de uma geração, resultado de uma exposição que reuniu a obra de 18 arquitetos brasileiros que se destacaram pela qualidade de sua produção. Entre eles estão João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, Joaquim Guedes, Paulo Mendes da Rocha, Ruy Ohtake. "O mundo só conhece Oscar Niemeyer, mas ele não é o único grande arquiteto brasileiro", diz Zanettini. (CF) 
"Cbic"

 

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