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AGÊNCIA CBIC

11/07/2011

Falta de crédito ronda mercado imobiliário

"Cbic"
11/07/2011 :: Edição  133

Jornal Diário do Comércio – MG/MG 09/07/2011

Falta de crédito ronda mercado imobiliário

LÍDIA REZENDE .

ALISSON J. SILVA

 
 Safady Simão defende a flexibilização das regras
 
 Nos próximos dois anos poderá faltar crédito imobiliário no país, caso a atual expansão da demanda for mantida. O alerta foi dado recentemente pelo presidente do Santander Brasil, Marcial Portela. O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Luiz Antônio França, concorda que até 2013 a situação do setor poderá ficar crítica e explica que, enquanto a caderneta de poupança cresce 20% ao ano, a elevação do crédito imobiliário chega a 50%, causando descompasso entre oferta e procura.
 Segundo o ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e sócio da Integral Trust, Roberto Luis Troster, caso não sejam tomadas medidas para solucionar o entrave, a economia do país pode ser severamente prejudicada. "O custo do crédito para o consumidor vai subir significativamente, o que causará desaquecimento no setor imobiliário e na construção civil, segmentos que ainda não estão no mesmo ritmo de arrefecimento econômico observado em outros setores. Essa desaceleração causaria um efeito cascata ainda maior em todo o mercado interno", argumenta.
 Conforme dados do Ministério da Fazenda, o volume de crédito imobiliário já atingiu o limite máximo de 62% dos depósitos da caderneta de poupança. Segundo o presidente da Abecip, é urgente a necessidade de busca de novas alternativas de financiamento, já que o modelo a que estão submetidas as operações de crédito imobiliário no país tornam as instituições financeiras muito dependentes da poupança, o que não é sustentável a médio e longo prazos.
 Para França, a criação de novos mecanismos de captação é importante porque os principais agentes privados do crédito imobiliário são os bancos, que já estão estruturados para assegurar uma oferta crescente de empréstimos, desde que tenham funding  . No entanto, as instituições precisam de instrumentos de captação fortes e testados, no Brasil ou no exterior, para continuarem a investir no setor.
 Longo prazo  – As melhores opções, segundo o especialista, são os papéis de longo prazo, mais adequadas ao financiamento imobiliário que os fundings   de curto prazo atualmente praticados no Brasil. Para ele, os modelos de securitização e covered bonds   são os mais indicados.
 No primeiro caso, a prática financeira consiste no agrupamento de diversos tipos de ativos financeiros, principalmente títulos de crédito, para que depois eles sejam convertidos em títulos negociáveis no mercado de capitais, sendo vendidos a investidores para pagamento futuro. "Ou seja, o próprio financiamento imobiliário seria transformado em título de investimento", sintetiza o ex-chefe da Febraban.
 Já os covered bonds são um modelo já praticado e aceito na Europa, mas ainda não implementado no país. São títulos emitidos por uma instituição financeira, supervisionados pelo poder público e garantidos por um grupo específico de ativos de alta qualidade denominado covered pool. Na aplicação do método para o crédito imobiliário, o sistema funcionaria como uma espécie de hipoteca. Apesar de atraente, o presidente da Abecip reconhece que esta opção ainda precisa ser discutida pelas entidades do governo para que possa ser estipulada uma estrutura em que as prestações sejam semelhantes às atuais.
 Já o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), Paulo Safady Simão, avalia que o mecanismo poderia encarecer excessivamente o crédito imobiliário para o consumidor final. "Por ser mais sofisticado, agregando valor em cada uma das diversas operações financeiras envolvidas, o retorno para os bancos é maior e o custo para o consumidor também aumenta", esclarece.
 Simão argumenta que há alternativas mais simples e mais viáveis para evitar a escassez de crédito imobiliário no país. Conforme ele, uma das opções seria a diminuição de 35% para 25% do valor fixado para compulsórios da poupança pelo Banco Central (BC). "Isso já nos daria folga para definir as estratégias a serem tomadas com mais tempo, já que os recursos da poupança aumentariam em mais dez pontos percentuais e evitaria o colapso dentro de dois anos", calcula.
 Simão defende ainda a flexibilização das regras impostas pelo governo aos agentes financeiros. "Nos últimos dez anos, foi estipulado que 65% dos recursos líqüidos da poupança devem ser aplicados no setor, e isso é feito por meio de diversas regras muito restritivas que podem ser rediscutidas agora, já que as condições econômicas são outras", observa.
 

"Cbic"

 

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