AGÊNCIA CBIC
EXECUTIVO DO IFC APONTA BRASIL COMO MERCADO IMPORTANTE PARA DISSEMINAÇÃO DE NOVA CERTIFICAÇÃO EDGE
O CBIC Mais conversou com o líder do Programa de Cidades e Negócios Sustentáveis para a América Latina e Caribe do IFC, Kristtian Rada, sobre o EDGE. Para ele, o software não terá grandes custos aos empresários brasileiros, por isso poderá ser utilizado por pequenas e médias empresas da construção civil nacional. “O sistema prova que importantes melhoras no desempenho sustentável do projeto não acarreta necessariamente em aumento de custos.”, afirmou. Segundo Rada, o Brasil é um dos mercados potenciais mais importantes da América Latina para a disseminação dessa nova ferramenta de certificação. Leia os principais trechos da entrevista:
O que é a certificação EDGE? Qual é a importância da certificação em âmbito internacional?
Kristtian Rada – O EDGE é uma certificação que simplifica o processo para obter as credenciais de um edifício verde. A base é um sistema online, de fácil utilização e de livre acesso, que permite a rápida avaliação da performance do edifício nas três áreas mais importantes: energia, água e materiais. Com o uso do sistema online, o desempenho é comparado com uma linha de base que representa uma construção típica de cada região. A certificação EDGE é adquirida quando se consegue um desempenho de 20% melhor que a linha de base nas três áreas. O objetivo é que a obtenção da certificação incentive importantes melhoras no desempenho sustentável do projeto, mas que não tenha grandes custos ao proprietário. Dessa maneira, se pode conseguir a certificação em grande escala.
O software consegue quantificar os benefícios ao meio ambiente da obra?
K.R. – Sim, o software quantifica as toneladas de CO² que foram emitidas no meio ambiente e a redução do custo operacional do edifício, com a redução do consumo de água e energia.
O IFC está promovendo o software em 125 países emergentes. Quais são os mercados que mais valorizam a certificação EDGE?
K.R. – Os mercados que mais valorizam a certificação EDGE são justamente países em desenvolvimento. É uma certificação que pretende alcançar um grande impacto em países onde outros tipos de certificação são difíceis de alcançar – como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Podemos ver exemplos em Filipinas, Indonésia, África do Sul, e, no caso latino-americano, estamos promovendo a certificação em 5 países.
Quais são os resultados dos mercados que já estão utilizando o software EDGE?
K.R. – O EDGE já vem demonstrando que certificar um edifício verde é possível e não envolve custo adicional. O IFC já vem promovendo investimentos no Green Building de mais de 1 bilhão de dólares em nível global e tem apoiado os governos com as normas de regulação, como foi feito com o Código da Construção Verde na Colômbia.
Qual é o próximo passo do IFC para a divulgação da certificação no Brasil?
K.R. – O Brasil é um mercado muito importante para o EDGE, onde atualmente estamos trabalhando com sócios globais (GBCI & SGS). Agora estamos buscando aliados brasileiros que demonstrem capacidade técnica e conhecimento do mercado para promover a certificação EDGE no Brasil.
O software EDGE é gratuito, mas haverá algum tipo de curso para que as empresas brasileiras possam melhor utiliza-lo?
K.R. – O efeito do software é gratuito e pretendemos organizar workshops técnicos sobre a ferramenta para promover sua difusão em médio prazo.
Qual expectativa para o encontro com os empresários brasileiros do setor da construção no Rio de Janeiro?
K.R. – Esperamos mostrar aos líderes empresarias que investir em construções sustentáveis é muito rentável e é um bom negócio. Nossa experiência trabalhando com empresas da construção em todo mundo nos tem demonstrado que iniciativas que buscam mitigar a mudança climática, como as construções sustentáveis, são um negócio muito rentável. Queremos demonstrar o potencial do EDGE no mercado brasileiro, conhecer melhor o setor da construção e desenvolver parcerias para apoiar a construção sustentável no Brasil.