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AGÊNCIA CBIC

27/09/2011

Estrutura pronta reduz impactos

"Cbic"
27/09/2011 :: Edição 185

 

Jornal Valor Econômico/BR 26/09/2011
 

Estrutura pronta reduz impactos

Produzidos fora dos canteiros, pré-fabricados de gesso, aço e concreto ganham espaço em obras sustentáveis

 
 Principal tendência de modernização da construção civil brasileira, os componentes pré-fabricados representam uma boa forma de elevar a rentabilidade e aumentar a sustentabilidade dos empreendimentos. Produzidos por empresas especializadas, fora do canteiro de obras, tais componentes proporcionam expressiva redução da formação de resíduos e do consumo de água e de energia elétrica na fase da construção. É esta, por exemplo, a contribuição dos pré-moldados de concreto e das estruturas metálicas, duas técnicas bastante conhecidas e utilizadas no Brasil. Além dessas, outras técnicas construtivas vêm trazendo mais inovação ao setor.
 Incluída no rol dos sistemas de gesso, a técnica do Drywall é uma das que têm evoluído mais rapidamente no mercado brasileiro, diz José Antônio Simon, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção e vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE). A técnica consiste em utilizar, no lugar de paredes comuns, chapas de gesso acartonado parafusadas em estruturas formadas por perfis de aço galvanizado. Como são ocas, as chapas possibilitam redução de até 20% no peso total da edificação."A leveza, em função da economia de cimento, areia e brita, implica queda do custo da fundação. A montagem é simples, com diminuição do tempo de execução da obra se confrontado à alvenaria convencional", compara Simon. Segundo ele, além de maior mobilidade dos vãos, a técnica permite que todas as instalações elétricas, hidráulicas, telefônicas, de TI e ar condicionado sejam acopladas à estrutura metálica antes da vedação, o que evita o desperdício de tempo e a necessidade de material típico da alvenaria convencional-método que prevê a abertura de sulcos para a colocação de fiações e tubos depois de erguida a parede.
 Conforme a Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, a adoção desse sistema ainda é modesta no país em relação ao cenário internacional. Em 2010, o consumo nacional de chapas para Drywall foi de 0,18 metro quadrado por habitante, ao ano. Nos EUA, o número chegou a dez metros quadrados. Pode parecer pouco,mas trata-se de um mercado em crescimento: entre 1995 e 2010 o consumo total subiu de 1,70 milhão de metros quadrados para 33 milhões ao ano. "Devido ao dimensionamento preciso, não há retrabalho e gera-se menos resíduo, mas o preço ainda é entre 5% e 10% mais caro em relação ao método usual", pondera Simon.
 Na avaliação de Serapião Bispo, diretor de ciência, tecnologia e meio ambiente do SindusCon-PE, porem, e preciso repensar o custo da obra,levando-se em conta a fase de operação, quando o imóvel já está ocupado. Em um horizonte de 40 anos, 5% do custo total de uma edificação corresponde ao projeto, 15% à construção e 80% à manutenção. "Se um prédio for sustentável e tiver custos operacionais mais baixos, os investimentos adicionais feitos na construção se pagam no curto prazo e, em até três anos, há uma economia de 15% do custo de manutenção", assegura.
 Para Simon, os processos produtivos ligados à sustentabilidade representam 10% dos gastos de uma obra e não estão diretamente relacionados a uma queda nos custos da construção. "Os grandes beneficiados pelo emprego dessas técnicas serão os usuários. Eles vão desfrutar de uma economia real de até 90% do que seria gasto na operação e em reparos se não fossem empregados esses sistemas. É essa qualidade que o empresário deve destacar.
 A otimização dos layouts ou coordenação modular dos canteiros, por sua vez, permite uma economia direta de até 5% do custo total de um empreendimento, acrescenta Simon. Ao estabelecer uma conexão entre os processos e dispor os materiais de forma a facilitar a execução do trabalho, reduzem-se o prazo de entrega, o uso de insumos e a mão de obra, com benefícios ambientais e econômicos, lembra. Um canteiro de baixo impacto atende a várias condicionantes: destinação correta dos resíduos, menos incômodos ao tráfego, redução do consumo de água e de energia e da poluição.
 "Quase 70% dos gastos de uma obra referem-se à logística e transporte, por isso a organização do canteiro é tão importante", justifica Bispo. Segundo ele, outro método construtivo ainda novo no Brasil e que favorece a ordenação do pátio são os perfis em Steel Framing. Catia Mac Cord, gerente-executiva do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA), explica a técnica: "No sistema LSF (Light Steel Framing), o esqueleto projetado para suportar a edificação é construído por meio de painéis estruturados com perfis de aço formados a frio" Segundo Catia, a utilização do LSF é crescente. De acordo com a Pesquisa Industrial Anual de Produto do IBGE,as construções pré-fabricadas em aço apresentaram um avanço, em média, 14% ao ano, desde 2006. O con
 sumo de aço zincado, usado na produção de perfis Steel Framing e na técnica de Drywall, aumentou 92% em 2010, se comparado ao ano anterior, lembra ela. Entre as vantagens das construções pré-fabricadas em aço, Catia cita redução de até 40% no prazo de entrega. Segundo ela, a produtividade do LSF é três vezes maior, com emprego de 12 horas/homem por metro quadrado em relação a 35 horas/homem, quando cotejado ao processo convencional. Mais leves, as estruturas em aço podem reduzir em até 30% o custo das fundações e ainda tornar viável o uso de solos com baixa capacidade de carga. "Obras feitas em aço têm menor impacto ambiental em termos de uso de energia e consumo de matérias-primas", completa.
 O presidente do grupo Medabil, César Bilibio, inclui na lista de vantagens a diminuição de resíduos nos processos produtivos e a redução do desperdício de materiais. Nos próximos anos, a aposta da empresa, especialista na fabricação e montagem de sistemas construtivos metálicos, são os prédios pré-fabricados de múltiplos andares, residenciais e comerciais. Conforme Bilibio, em relação às construções feitas em alvenaria comum, o custo da estruturação metálica é 5% maior. "A redução ocorre com a operação, porque o empreendedor vai receber aluguéis muito antes ou o cliente terá o seu negócio ativo com significativa antecedência", pontua.
 De acordo com Serapião Brito, do Sinduscon-PE, uma opção aos sistemas metálicos são os pré-moldados e pré-fabricados de concreto. "A concorrência é definida por questões logísticas e até culturais, relacionadas ao conhecimento que o empresário detém do processo. Tecnicamente, ambos são muito bons e é um mito afirmar que o aço é mais caro", afirma. Para a presidente-executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), Íria Lícia Doniak, as previsões para o segmento são otimistas. Nos últimos cinco anos, o setor cresceu a taxas superiores a 12% e,em 2010, o salto foi de 15%, com faturamento de R$ 5,5 bilhões, apenas pelas empresas que fazem parte da associação. "Esperamos um incremento de até 20% neste ano, sobre o anterior", projeta.
 Segundo a presidente da Abcic, o uso desse sistema também confere maior agilidade à obra, menor produção de resíduos e economia de jazidas naturais, dada a racionalidade do processo. "Painéis pré-fabricados de concreto diminuem a infiltração de ar e umidade e a inércia térmica desses componentes ajuda a controlar as ações de resfriamento e aquecimento, reduzindo os gastos de manutenção", conclui. Em Belo Horizonte (MG), a Construtora Horizontes, empresa do grupo PHV Engenharia, adotou o sistema empregando a técnica de pré-laje, ou seja, recebendo-a pronta no canteiro de obra do Residencial Parque dos Ipês. De acordo com o superintendente da construtora, Breno de Souza, houve economia de gesso, redução de quase 90% do escoramento necessário para se montar a estrutura e queda de até 30% dos custos em relação à laje maciça feita in loco. "Trabalhamos com um canteiro mais limpo e nenhum retrabalho na instalação da parte elétrica e hidráulica", destaca.

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