AGÊNCIA CBIC
Entidades fortalecem laços com o governo
24/11/2014 |
O Globo Entidades fortalecem laços com o governo Associações de classe atuaram em conjunto com as empresas A relação entre as construtoras e o govemo não era construída apenas pelos executivos das empresas. As entidades de classe, como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) e o Sindicato Nacional da Indústria da Construção (Sinicom), participavam das articulações políticas. Segundo o professor Pedro Campos, do Departamento de História e Relações Internacionais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e autor de "Estranhas catedrais – As empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar',' esta atuação organizada foi fundamental para o sucesso da estratégia. – É participação coordenada, financeira e política. A organização nessas associações também facilita entendimento entre as próprias empreiteiras: as maiores conseguem as obras, enquanto as menores são beneficiadas pela sublocação dessas intervenções – aponta. Com o fim da ditadura e a transição para o regime democrático, Campos avalia que houve uma mudança na estratégia das empreiteiras, mas com a manutenção do objetivo principal: manter o poder político. Durante o regime militar, com os partidos enfraquecidos e o Poder Legislativo desvalorizado – o Congresso Nacional chegou a ser fechado -, a atuação era mais próxima ao Poder Executivo. – As conversas eram com o presidente, ministros, presidentes de estatais. Também não havia tantos mecanismos de fiscalização e controle como hoje – afirma. Já no período democrático, a atuação política se transformou, segundo Campos. – O diálogo com os partidos se intensificou, e a atuação voltou-se para o Legislativo. As empresas buscam a aprovação de emendas parlamentares, que podem render recursos para obras, e Financiam campanhas eleitorais com milhões de reais – assinala. De acordo com Campos, a própria atividade das empresas passou por mudanças ao longo dos anos. – Durante a ditadura, eram muito maiores como construtoras, porque havia mais projetos de infraestrutura. Com a mudança de contexto econômico, houve uma diversificação maior. A década de 90 foi pobre em obras públicas, então a atuação em outros setores foi reforçada. São empresas que têm origem como empreiteiras, mas hoje são verdadeiros conglomerados econômicos – reforça. ( |
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