AGÊNCIA CBIC
Emprego na construção civil em ritmo lento
23/09/2014 |
Brasil Econômico Emprego na construção civil em ritmo lento Mercado de trabalho no setor mantém tendência de estabilidade ao registrar expansão de 0 , 08 % na geração de vagas em agosto Antonio Milena Aline Salgado O mercado de trabalho na construção civil segue em ritmo de estabilidade, com crescimento tímido na geração de novos postos e poucas expectativas de aquecimento no próximo ano. Em agosto, o setor registrou uma expansão de apenas 0,08% nas contratações, frente ao mês anterior. Em termos reais, a expansão significa a contratação de apenas 2.951 profissionais em todo o país. Os dados são do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), elaborados em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), e revelam que a atividade vem contratando menos do que em anos anteriores. Ao todo, o país contava com 3,518 milhões de trabalhadores com carteira assinada. De janeiro a agosto, o mercado de trabalho cresceu apenas 0,62%, na comparação com igual período, oferecendo 21.792 vagas. No entanto, nos últimos 12 meses é identificada tuna retração nas oportunidades, da ordem de 0,49% – o que em termos absolutos significa o fechamento de 17.430 postos de trabalho. Vice-presidente de Economia do SindusCon-SP, Eduardo Zaidan reconhece que o setor deixou para trás o ritmo de "crescimento chinês" de 2007, quando o mercado de trabalho registrou expansão de 7,16% no primeiro semestre do ano. Para o executivo, embora viva um momento mais tímido, o segmento deve contar ainda com uma boa geração de empregos no ano. A dúvida, no entanto, fica para 2015. "Não podemos dizer que a atividade esteja entrando em recessão. O que vivemos é uma situação de estabilidade. No entanto, sabemos que as decisões de investimentos estão sendo postergadas e isso pode influenciar no nível do emprego no futuro", afirma Zaidan, reforçando que o clima de incerteza política, marcado pelas eleições presidenciais, deixa o cenário de investimentos pelo empresariado do setor ainda mais turvo. O índice de Confiança da Construção (ICST), medido pela FGV, confirma esse clima de cautela dos investidores. No ano, o indicador conta com cinco meses de pioras consecutivas no ambiente de negócios. Na passagem de julho para agosto, no entanto, o ICST registrou uma melhora relativa. No trimestre terminado em agosto, o índice recuou 9,9% frente ao mesmo período do ano anterior. Em julho, a taxa de variação interanual havia tido retração de 10,3%, na mesma base de comparação. Para Eduardo Zaidan, os meses que se seguem devem apresentar níveis de estabilidade nas contratações. Mas ele acredita em uma forte retração do mercado de trabalho a partir de novembro e dezembro, meses em que, sazonalmente, há uma baixa na geração de empregos na atividade. "Em anos como este, em que as perspectivas de investimentos estão congeladas, a tendência é de que teremos tuna maior retração no mercado de trabalho. Infeliz mente 2015 não conta com projeções muito animadoras, diante do tamanho dos ajustes que a economia precisará passar", analisa. Regionalmente, o Sudeste é a conta com o maior saldo de profissionais, com 1,727 milhão. Mas foi de lá a maior retração no número de oportunidades no mês – 2.260 ao todo. O Nordeste foi a região que abriu mais postos, 4.674. |
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