Em SP, CBIC promove visitas técnicas para explorar soluções industrializadas na construção

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), através de sua Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT), realizou uma série de visitas técnicas nesta terça-feira (1º), em São Paulo, com o objetivo de destacar a aplicação de soluções industrializadas em obras. Entre os destinos, os participantes puderam conhecer o centro logístico Golgi Cajamar, em São Paulo, e a fábrica de fachadas pré-moldadas STAMP. As visitas proporcionaram a oportunidade de discutir boas práticas e debater mudanças que podem tornar o setor da construção civil mais eficiente, sustentável e menos dependente de mão de obra.

A primeira visita do dia foi ao Centro Logístico Golgi Cajamar, um empreendimento de propriedade da Golgi Fundos de Investimento Imobiliário_FII, gerenciado pela Voile Gerenciamento e construído pela construtora Ribeiro Caram. O engenheiro civil Luiz Henrique Paz Beserra, da Ribeiro Caram, apresentou as características do projeto. “O Golgi Cajamar conta com uma área locável de 250.000 m², sendo que a primeira fase abrange 93.500 m², com módulos a partir de 3.500 m². Além disso, a eficiência de armazenagem atinge 90% sobre a área locável”, destacou Beserra. 

Ele ainda acrescentou que a obra possui uma infraestrutura completa de segurança, incluindo um sistema de combate a incêndios categoria J4, pátio para carretas e automóveis, e certificações de sustentabilidade e bem-estar do usuário. 

Durante a visita, foi possível debater o impacto da industrialização no setor. Beserra mencionou o uso do BIM 4D, que permite simulações físico-financeiras para otimizar a gestão das obras, e apontou que a industrialização se tornou essencial devido à demanda e à necessidade de reduzir o tempo de execução. 

“A falta de mão de obra nas áreas semi-industrializadas é um desafio para todos. Esse não é apenas um debate sobre produtividade, é algo essencial para o futuro da construção civil. A industrialização é uma herança e precisa ser trabalhada com a gestão compartilhada”, ressaltou o engenheiro.

À tarde, o grupo visitou a fábrica da STAMP, especializada em fachadas pré-fabricadas. O diretor da empresa, Fernando Gaion, guiou a visita e explicou a tecnologia utilizada pela STAMP. “A nossa empresa substitui a tradicional alvenaria, oferecendo paineis de fachada que já chegam prontos, com o acabamento e a cor definidos pelo arquiteto. Além disso, os paineis são combinados com drywall para completar o fechamento interno das edificações”, explicou Gaion.  

A STAMP, com 30 anos de atuação no Brasil e 50 no Canadá, vem inovando na produção de pré-fabricados arquitetônicos, uma tecnologia que ajuda a agilizar as construções. Durante a visita, os participantes conheceram o processo produtivo em detalhe, passando por diversos laboratórios e setores da fábrica. “Desde as amostras de peças até a finalização dos paineis, cada etapa envolve precisão e qualidade, garantindo que o produto final esteja pronto para ser instalado diretamente nos projetos”, acrescentou Gaion.

As visitas promoveram discussões sobre a necessidade de mudanças no setor da construção, com foco na industrialização como um caminho para aumentar a produtividade e reduzir erros e resíduos. A busca por soluções mais seguras, eficientes e sustentáveis foi um dos principais temas debatidos durante o dia. Como concluiu Beserra: “Estamos sempre dispostos a disseminar essas práticas, não apenas no setor logístico, mas em toda a cadeia da construção civil”.

Além de membros da CBIC, representantes do Senai-CIMATEC, Sinduscon-MG, Sinduscon-Paraná Oeste, Sinduscon-BA, Sinduscon-Paraná Noroeste, Sinduscon-ES, Sinduscon-AL, Ademi-PE, e Ademi-DF também estiveram presentes.

O tema tem interface com o projeto “Inteligência e Estratégia para o Futuro da Construção”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).