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AGÊNCIA CBIC

24/08/2011

Em Obras – 2ª Reportagem da série – Acesso ao financiamento

A seguir, a segunda reportagem da série "Em Obras", veiculada no dia 16 de agosto, no Jornal da Globo.

Acesso ao financiamento ajuda os brasileiros a comprarem casa própria

Com aumento do prazo de pagamento para até 30 anos, as prestações caíram e mais pessoas conseguiram realizar o sonho da casa própria.

Muita gente conseguiu realizar o sonho de comprar a casa própria nos últimos anos.

O empurrão veio do financiamento imobiliário, que começou a fazer parte mesmo da vida do brasileiro a partir de 2004.

“Você morar na sua casa própria é algo que não tem preço”, fala coordenador do Centro de Pesquisas da FGV-RJ, Marcelo Neri.

Casa própria. Tema que se tornou uma política de estado no Brasil em 1964. Foi quando o governo militar criou o Banco Nacional de Habitação. “O BNH tinha uma série de problemas, não é a toa que quebrou, um dos problemas é que não ia muito lá na base, era um negócio mais de classe média”, explica Neri.

Até 1986, o BNH foi responsável pelo maior número de financiamentos de casa própria no Brasil. O recorde foi em 81 com 266 mil unidades financiadas. Demoramos mais de 20 anos para conseguir superar essa marca.

Só aconteceu em 2008 quando quase 300 mil imóveis foram financiados e desde então este número só aumenta. O que explica esse crescimento?

“A grande revolução do mercado foi a criação do novo marco regulatório do mercado imobiliário e com isso movimentou todo o setor com segurança, transparência”, diz o presidente da Câmara Brasil da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão.

Esse marco regulatório tem nome: é a lei da alienação fiduciária, que facilitou muito o acesso do brasileiro ao crédito imobiliário a partir de 2004.

“Essa lei possibilitou a reentrada dos bancos privados para o mercado imobiliário brasileiro”, diz o presidente do Cofeci (Conselho Federal do Conselho de Imóveis), João Teodoro da Silva.

Funciona do mesmo jeito que a compra financiada de um carro. Enquanto você paga as prestações, o dono do veículo é o banco. Ele só é seu depois de quitar toda a dívida. Tendo o bem como garantia, que pode ser um carro ou um imóvel, as instituições financeiras ficam mais seguras na hora de conceder o crédito e assim acabam emprestando mais.

Cada vez mais brasileiros têm acesso ao crédito no país. Para se ter uma ideia desse crescimento, em 2009 os bancos emprestaram – com recursos da poupança – R$ 34 bilhões para financiamentos imobiliários. Em 2010, esse número subiu para R$ 56 bilhões. A previsão desse ano é de R$ 90 bilhões e a expectativa do mercado é que esse número continue subindo.

Os gaúchos Daniel e Carolina fazem parte dessa estatística. Depois de fazer muitas contas, resolveram financiar o novo apartamento.
“Fiquei bem surpreso com a facilidade do financiamento que foi mínima foi rápido, em menos de 30 dias nós tivemos o credito aprovado e já com a mão nas chaves”, diz o administrador de empresas Daniel Ferreira.

Eles financiaram 80% do imóvel em 30 anos. Pagam R$ 1.700 mil por mês. “Os bancos aumentaram os prazos, hoje você pode financiar um imóvel com um prazo de até 30 anos, o que acontece? Prestação cai muito e quando a prestação cai, você tem um número maior de pessoas capaz de pagar aquele empréstimo”, explica o presidente da Abecip, Luiz França.

Já é o segundo apartamento de Daniel e Carolina. Eles venderam o apartamento para o pai da Betina Forgearini e da Joana Forgearini. As irmãs são de Caçapava — uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul — e foram para Porto Alegre para trabalhar. Demoraram quatro meses para encontrar um apartamento que, realmente, gostassem e que coubesse no bolso do pai delas.

“Tinha uns bem mais caros e menores assim e com as condições bem piores para comprar. Esse aqui foi um achado bem interessante”, conta a psicóloga Betina Forgearini.
O pai das "gurias" pagou R$ 108 mil há dois anos e teve um empurrãozinho do trabalho. “Fazia poucos meses que ele tinha se aposentado então ele usou o fundo de garantia para isso”, fala Betina.

“Não conheço outro país que tem o crédito imobiliário nas condições que o Brasil tem, nós temos duas fontes de recursos que alimentam o mercado imobiliário, que é o fundo de garantia e a caderneta de poupança”, afirma Paulo Simão.

O trabalhador pode usar o dinheiro do fundo de garantia para dar de entrada no apartamento, mas o imóvel tem que custar até R$ 500 mil. Além disso, uma parcela do fundo – R$ 30 bilhões — é usada para financiar imóveis para brasileiros de baixa renda.

Mas o que alimenta mesmo o crédito imobiliário, no Brasil, são as cadernetas de poupança, que têm R$ 300 bilhões. Os bancos são obrigados a usar 65% deste valor em financiamentos imobiliários.

O problema é que enquanto a poupança engorda 15% ao ano, os financiamentos sobem quase 50%. Um dia a conta não vai fechar.

“Que algum dia a poupança não será suficiente para suportar o mercado imobiliário, nós não temos dúvida nenhuma”, fala Paulo Simão.

“Do jeito que a poupança está hoje, ela aguenta até o final de 2012, metade de 2013”, declara o presidente do Secovi – SP, João Crestana.

O especialista Luiz França garante que o mercado vai encontrar outras formas de financiamento. “Quando a gente olha os mercados mais desenvolvidos, as fontes de mercado são diversas, os bancos vão ao mercado, tomam esses recursos no mercado e repassam para os seus clientes que estão fazendo os financiamentos do mercado imobiliário e é esse caminho que a gente vai ter no Brasil também”.

“A questão é: os preços devem continuar subindo ou não? Provavelmente, devem continuar subindo, mas da mesma forma que os preços devem continuar subindo, a economia também deve continuar crescendo”, diz o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.

Com a economia crescendo e com mais gente tendo dinheiro para comprar, já o preço de um imóvel não vai assustar as pessoas.

Um apartamento que fica em Copacabana, no Rio de Janeiro, é uma kitnet. São 28 metros quadrados. Tem proprietário, no prédio, que pede R$ 830 mil pelo imóvel.

Não é só uma linda vista que explica a alta dos imóveis no Brasil, não. Há vários outros motivos: os preços subiram tanto que tem gente que acha que podemos viver uma bolha imobiliária como aconteceu nos Estados Unidos.

Clique aqui para acessar a segunda reportagem da Série Em Obras.

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