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AGÊNCIA CBIC

07/06/2011

Edifícios sustentáveis

"Cbic"
 
07/06/2011 :: Edição 114

Jornal Estado de Minas/BR – 07/06/2011

edifícios sustentáveis

João Ricardo Gonçalves – Arquiteto e urbanista, especialista em
gestão ambiental, em construção civil e avaliações e perícias

A construção civil é uma das atividades que mais geram impactos sobre o meio ambiente, quer seja pelo uso
intensivo de recursos naturais na extração, quer seja pela técnica e cultura
construtiva do país, que elevam em muito os índices de desperdícios e de
geração de resíduos. Estima-se que mais de 50% dos resíduos que vão para os
aterros sanitários são constituídos de resíduos de construção, diminuindo a sua
vida útil. Isso quando não são dispostos de formas clandestinas ou em locais
impróprios, gerando contaminação e proliferação de vetores patogênicos. Diante
da gravidade do problema, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conam) determinou pela Resolução 317/02
procedimentos para a separação e reaproveitamento dos resíduos de construção de
forma obrigatória aos empreendedores e municípios. Entre as ações proibidas
está a de criação de bota-foras e a destinação de resíduos de construção nesses
"aterros irregulares". Alguns municípios têm usinas de reciclagem de
resíduos de construção, sendo que matérias-primas podem virar novamente areia e
agregados para reutilização na construção ou como base de estradas.

Os impactos ambientais de um edifício não se restringem à sua fase construtiva,
que leva em média dois anos, mas a maior parte deles ocorre durante sua vida
útil, que é estimada em mais de 50 anos. Ao longo desse período serão gerados
diversos impactos ambientais, tais como efeitos da impermeabilização do solo,
alteração do microclima local, consumo e desperdício de água e energia, geração
de efluentes e resíduos. Técnicas construtivas menos poluentes e com menor
impacto ambiental poderiam ser aplicadas tanto na reforma de edifícios
existentes quanto na construção de um novo modelo de arquitetura. Se por um
lado essas adequações podem elevar o custo de um edifício de 5% a 10%, investir
em sustentabilidade pode reduzir em até 30% o consumo de energia, em 50% o
consumo de água, em 35% a emissão de monóxido de carbono e em até 90% o
descarte de resíduos, economia revertida para os usuários e maior retorno para
investidores. Técnicas construtivas sustentáveis que reduzam réplica de
trabalhos e desperdícios podem ainda tornar o custo global de edifícios 3%
menor do que o de edifícios convencionais.

A análise do investimento
deve ser feita de forma mais ampla, não focada apenas na fase de construção,
pois 80% de seu custo vão ocorrer durante a vida útil de um edifício. De acordo
com estudo da Universidade de São Paulo (USP), o investimento em edifício sustentável possibilita uma taxa de
retorno de 3% a 6% superior ao convencional e a valorização pode ser até 14%
maior, além de menor depreciação de mercado e maior segurança para o
investidor. Edifícios sustentáveis geram benefícios não só socioambientais, mas
vantagens econômicas aos empreendedores tanto do setor de construção civil
quanto de todas as atividades que demandam obras para a sua realização,
revertendo em economia aos usuários, investidores e ao bem do planeta.


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