AGÊNCIA CBIC
Depois de aeroportos, incentivo a debêntures de infraestrutura
31/01/2012 :: Edição 257 |
Jornal Brasil Econômico/BR 31/01/2012
Depois de aeroportos, incentivo a debêntures de infraestrutura Ministério dos Transportes publica esta semana portaria que regulamenta regras para dívida no segmento
As empresas interessadas em investir em infraestrutura de transportes no Brasil terão mais um canal de recursos. O Ministério dos Transportes vai editar esta semana uma portaria que cria debêntures atreladas aos novos projetos na área que deverão entrar em pauta nos próximos quatro anos. A meta do Ministério dos Transportes é arrecadar cerca de R$ 20 bilhões com as emissões. Com o mecanismo, as empresas ganhadoras de leilões de grandes obras de infraestrutura logística poderão emitir os papéis e ainda descontar a captação no imposto de renda.
É o mesmo caminho adotado pelo governo para estimular aportes em aeroportos – há uma semana, a Secretaria de Aviação Civil publicou uma portaria para regulamentar emissão de debêntures com redução de IR quando voltadas a infraestrutura aeroportuária.
"É uma forma de aumentar o interesse de empresas estrangeiras no Brasil. Isso porque a necessidade de investimentos em infraestrutura é muito alta e os recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) são limitados", disse o diretor da divisão de investimentos em infraestrutura do BTG Pactual, Renato Mazzola.
O executivo vem conversando com mais de 160 empresas estrangeiras interessadas em fincar estacas no país. Segundo ele, os projetos que mais chamam a atenção desses investidores são aqueles relacionados à portos e aeroportos. Em terminais portuários, segundo estudos do BTG, o retorno do investimento pode chegar a 20% ao ano. O que não acontece, por exemplo, com as licitações de rodovias. No último leilão, o consórcio liderado pela Ecorodovias, levou a BR 101, na parte do Espírito Santo, e a taxa de retorno será de 8% ao ano.
"Os bancos comerciais ainda estão tímidos nesses projetos, mas com a Selic caindo, eles poderão ter prazos de financiamentos mais longos e ser tão competitivos quanto o BNDES", ressaltou Mazzola.
A instituição de fomento pode também entrar com as garantias e colocar à disposição das empresas a estrutura do banco para análise de projetos. "Como somos sócios da Invepar, a possibilidade de novo financiamento é interessante", disse Demósthenes Marques, diretor de investimentos da Fundação dos Economiários Federais (Funcef).
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"Há um apetite grande pelo Brasil quando o assunto é infraestrutura. Se compararmos o país com os integrantes do BRIC, somos a Suíça em termos de regulação"
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