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AGÊNCIA CBIC

26/11/2013

Déficit de moradias cai, mas aluguel sobe muito

"Cbic"
26/11/2013

Brasil Econômico

Déficit de moradias cai, mas aluguel sobe muito

Apesar da melhoria geral, mais famílias gastam acima de 30% de sua renda com o aluguel

Nos últimos cinco anos, de 2007 a 2012, pelo menos meio milhão de famílias (537.148) com renda de até três salários mínimos e que moram nos centros urbanos passaram a comprometer mais de 30% de seu orçamento com a locação de moradia. Já os preços, esses dobraram em dez anos. É o que revela estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre o déficit habitacional. A análise, que levou em consideração dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostrou, que, mesmo com a maior pressão da locação no orçamento do brasileiro, o déficit habitacional no país vêm caindo – 350 mil no período.

Em termos reais, saímos de uma necessidade de moradia da ordem de 5,59 milhões em 2007, ou 10% do total de domicílios do país, para 5,24 milhões em 2012 – 8,53% do montante existente. De acordo com o estudo do Ipea, a queda na necessidade de estoque de moradias foi verificada em todos os estratos sociais, mas na população de renda mais baixa, até três salários mínimos, ela é ainda elevada: 85 mil.

Para o coordenador de Estudos Urbanos do Ipea, Cleandro Krause, se não fosse a supervalorização imobiliária que o Brasil vem passando nos últimos anos, a queda no déficit habitacional poderia ter sido maior.

"Temos indícios que mostram que o aumento da demanda por moradias e a evolução do mercado de compra e venda de imóveis impactaram no preço dos aluguéis nos últimos cinco anos. Embora seja esse um segmento ainda muito obscuro, já que não contamos com índices oficiais de variação dos preços dos imóveis, os sinais mostraram uma tendência de aumento do déficit ligado ao encarecimento dos aluguéis. Um cenários que precisamos ficar atentos", avalia Krause.

De acordo com o técnico do Ipea, desconsiderando a inflação e o aumento da renda do brasileiro, de 2002 a 2012, o valor dos aluguéis aumentou 50%. Para ser ter uma ideia do impacto do crescimento do mercado imobiliário, no Rio de Janeiro, por exemplo, cidade que mais sentiu a valorização habitadonal, de julho de 2009 – pico da explosão de crescimento do mercado de imóveis – a julho de 2013, as unidades para venda na cidade tiveram uma valorização de 161,72%, segundo dados do índice FipeZap, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Em 2012, a capital fluminense desbancou Brasília, segunda no ranking de aumento no preço para venda e que atingiu valor médio do metro quadrado em julho daquele ano de R$ 8.437. Na comparação com São Paulo, o terceiro em valorização nos preços dos imóveis para venda – com metro quadrado médio custando R$ 7.361 -, a capital paulistana teve um aumento 110%. Já no quesito aluguel, o Rio de Janeiro sofreu uma valorização de 103,9% no acumulado dos quatro anos – 2009 a 2013 – frente a 50,3% de São Paulo.

Esse boom imobiliário impactou no déficit habitacional das principais metrópoles do país. Segundo o Ipea, o déficit metropolitano foi responsável por 31% do total brasileiro e concentrou-se, em 2012, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Distrito Federal.

"Apesar da presença forte do déficit nessas regiões, o tratamento para contorná-lo vêm sendo aplicado. As ações de urbanizações nas favelas e o programa Minha Casa, Minha Vida vêm se mostrando como políticas efetivas para a redução da necessidade de moradias", defende Krause.

Na semana passada, após comemorar o recorde de 2 milhões de unidades habitacionais contratadas pelo Minha Casa, Minha Vida, a presidenta Dilma Rousseff antecipou que a terceira versão do programa virá no ano que vem. No Ministério das Cidades, os detalhes ainda são mantidos em sigilo.


O boom imobiliário impactou no déficit habitacional nas principais metrópoles do país. Segundo o Ipea, o déficit metropolitano foi responsável por 31% do total brasileiro


Panorama
5,24 mi
Entre os anos de 2007 e 2012 houve redução do indicador do déficit habitacional, que passou de 5,59 milhões de domicílios em 2007 para 5,24 milhões em 2012.


85%
O déficit brasileiro é majoritariamente urbano (85% do total), restando à área rural cerca de742 mil famílias que vivem em domicílios em condição de déficit.
 

(Publicado também nos jornais DCI – Comércio, Indústria e Serviços; O Estado de S. Paulo; O Povo – Ceará; G1 – Globo)



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