Logo da CBIC

AGÊNCIA CBIC

29/08/2011

Crédito recua e Brasil está cada vez mais distante de bolha

"Cbic"
29/08/2011 :: Edição 167

 

Jornal Brasil Econômico/BR 29/08/2011

 

Crédito recua e Brasil está cada vez mais distante de bolha

Uma discussão interessante acerca da existência de uma bolha de crédito na economia brasileira irrompeu recentemente. Alguns analistas, primordialmente estrangeiros, acreditam que o significativo comprometimento da renda das famílias dará origem a um subprime brasileiro. Outros, corretamente em nossa opinião, veem as altíssimas taxas de juros como um fator limitante para a formação de uma bolha e acreditam que forças estruturais tenham motivado o estupendo crescimento do crédito no Brasil. Ainda que algum ruído surja no caso de uma desaceleração econômica mais expressiva, o país está longe de uma crise.
 Qual a situação do crédito no Brasil? Os dados mais recentes, divulgados na semana passada pelo Banco Central, indicam um crescimento sadio e desaceleração do crédito. Devido ao aumento dos juros básicos (a Selic subiu de 10.75% para 12.50% nos últimos doze meses), às chamadas medidas macroprudenciais e ao natural retorno à media da atividade econômica, o crédito bancário moderou a sua expansão. O saldo total de crédito do sistema financeiro (recursos direcionados e livres) atingiu R$ 1.854 bilhões, cerca de 47,3% do PIB, uma leve alta com relação aos 47,1% vistos em junho, mas um incremento significativo em relação aos 44.6% de julho de 2010.
 Nas operações com recursos livres, houve retração nas principais categorias, tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas. Apesar de crescimentos ainda expressivos nos últimos doze meses, o crédito pessoal e o crédito para aquisição de veículos observaram reduções de 22,2% e 36,8% com relação ao mês anterior. No segmento de pessoas jurídicas, capital de giro e conta garantida tiveram queda de 6,8% e 3,8% frente a junho.
 Computando os repasses a outras instituições financeiras e os seus financiamentos diretos, o BNDES aumentou suas operações para R$ 377,9 bilhões, um crescimento de 1,7% com relação a junho e de 17,2% frente a junho do ano passado. Os desembolsos do banco de fomento no 1º semestre de 2011 tiveram uma queda de 6,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
 O crédito habitacional total (recursos livres e direcionados) alcançou R$ 173,3 bilhões em julho. Isso representa um aumento de 3,5% com relação a junho e 49,2% frente a julho de 2011. O crédito habitacional, que ficava em torno de 2% em 2007, deve fechar o ano próximo de 5% do PIB, o que mostra a rapidez com que este mercado vem se desenvolvendo. Além dos significativos avanços institucionais (alienação fiduciária de bens imóveis, CRI, LCI), o crescimento e a melhor distribuição da renda, a queda das taxas de juros e as medidas de estimulo ao setor foram importantes para esse desempenho. Mas, não devemos esquecer: o Brasil está muito atrás dos seus pares, como Chile e México. Menos citado que os fatores anteriores, uma importante onda demográfica no país deve impulsionar ainda mais o setor nos próximos anos.
 Em suma, está ocorrendo uma saudável desaceleração do crédito bancário. O arrefecimento da atividade econômica deve gerar alguns efeitos negativos adicionais sobre a inadimplência. Porém, não enfrentamos nada que possa ser caracterizado como bolha. De fato, em algumas áreas, como crédito imobiliário, ainda estamos no meio de um longo caminho.
 ———————————-
 Está ocorrendo uma saudável desaceleração do crédito bancário no país. O arrefecimento da atividade econômica deve gerar alguns efeitos negativos adicionais sobre a inadimplência
 

 


"Cbic"

 

COMPARTILHE!

Maio/2024

Parceiros e Afiliações

Associados

 
Sinduscon-BC
Sinduscon PR – Noroete
Sinduscon-RS
Sinduscon-PR
Ademi – ES
Sinduscom-SL
Sinduscon – Vale do Piranga
Sinduscom-VT
Sindicopes
Sinduscon-Brusque
Sinduscon-MT
ASBRACO
 

Clique Aqui e conheça nossos parceiros

Afiliações

 
CICA
CNI
FIIC
 

Parceiros

 
Multiplike
Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea