AGÊNCIA CBIC
Corte profundo em investimentos
23/04/2015 |
Correio Braziliense – 23 de abril Corte profundo em investimentos Especialistas acreditam que, dos R$ 105 bilhões previstos no Orçamento, mais da metade será contingenciada para cumprir a meta fiscal » CELIA PERRONEA sanção presidencial ao Orçamento de 2015, na segunda-feira, com previsão de R$ 105 bilhões para investimentos, não animou os especialistas. Nos próximos dias, o governo deve anunciar um corte nas despesas discriminatórias (não obrigatórias) entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões, para garantir o cumprimento da meta de superavit primário (economia para pagamento da dívida), de 1,2% do Produto Interno Bruto — R$ 66,3 bilhões, dos quais o maior volume nessa rubrica. Na avaliação do economista Mansueto Almeida, mais da metade será contingenciada. Almeida, especialista em contas públicas, calcula que 30% dos investimentos sofreram restrições de janeiro a março deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014, passando de R$ 22 bilhões para R$ 16 bilhões. "Os gastos do Ministério dos Transportes tiveram queda real R$ 6,7 bilhões no primeiro trimestre. Já os da Defesa, de R$ 2 bilhões. Outros ministérios também serão afetados, como o de Cidades, Integração Nacional e Educação", apostou. Para o professor de administração e finanças públicas da Universidade Federal de Brasília (UnB) José Matias-Pereira, com a economia em queda, será difícil arrecadar o R,2 trilhão esperado. "O governo está numa situação muito difícil: os recursos já são poucos e vão minguar mais ainda, daí a necessidade de contingenciamento." Na opinião dele, não há espaço para cortar despesas de custeio como o salários, encargos, pensões e de financiamento da máquina. O economista Raul Velloso considera que a decisão de se fazer cortes nos investimentos não é novidade. "Os grandes números já mostravam que não há outro jeito de fazer o contingenciamento, devido à rigidez do gasto corrente. Mas acredito que dificilmente programas como o Minha Casa, Minha Vida sofrerão cortes." |
|