Confiança do empresário da indústria recua em junho

Valor Econômico/BR

Confiança do empresário da indústria recua em junho

Alessandra Saraiva e Lucas Marchesini
 Dois indicadores de confiança divulgados ontem colocam sinais de dúvida na possibilidade de uma retomada consistente da atividade da indústria em 2013, apontam dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
 Segundo o resultado preliminar da Sondagem da Indústria de Transformação, da FGV, pioraram em junho as avaliações dos empresários do setor tanto para o momento atual quanto sobre a perspectiva para os próximos meses. A prévia do Índice de Confiança da Indústria (ICI) sinalizou queda de 1,2% em junho ante maio, para 103,7 pontos. Caso o recuo seja confirmado no resultado final, será o menor nível de confiança desde julho de 2012.
 A queda no otimismo dos empresários da indústria de transformação também ficou evidente nos dados divulgados pela CNI. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) teve a quarta queda consecutiva (-0,7 ponto) e chegou a 54,8 pontos em junho, o menor nível desde agosto de 2012.
 A redução foi motivada pela piora da expectativa em dois dos três segmentos monitorados pela CNI: transformação e construção civil. O indicador de otimismo da indústria de transformação passou de 54,9 pontos em maio para 54,1 pontos em junho, com 19 dos 28 segmentos da indústria de transformação registrando índices menores. Em maio, a confiança tinha cedido em 12.
 Já o otimismo do segmento de construção recuou de 55,4 pontos para 55,2 pontos de maio para junho. O único segmento que registrou resultado melhor foi a indústria extrativa, cujo índice subiu de 56,4 pontos para 57,5 pontos. O índice da CNI varia de zero a cem pontos; valores acima de 50 pontos representam otimismo.
 Para o superintendente-adjunto de ciclos econômicos do Ibre-FGV, Aloisio Campelo, a queda da confiança sinalizada na prévia de junho do ICI indica que a melhora da atividade industrial não é tão forte como se pensava no início do ano, embora tenha melhorado em relação a 2012.
 A projeção do Ibre para a atividade industrial este ano é de alta entre 3% e 3,5% – em 2012, ela caiu 2,7%. "Houve avanço na indústria, em relação ao ano passado, mas esse avanço é limitado em um cenário onde a demanda interna opera com alguma restrição, e com a permanência do endividamento das famílias", diz Campelo.