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AGÊNCIA CBIC

02/05/2011

Concreto verde

"Cbic"
 
02/05/2011 :: Edição 088

Revista Época/BR – 01/05/2011

concreto verde

Um pesquisador da USP mudou a forma de se encarar a construção civil ao desenvolver um tipo de concreto ecologicamente
correto. Ele é bom para os engenheiros e bom para o planeta

Lucas Hackradt

Concreto sustentável. São duas palavras que geralmente ninguém costuma
associar de primeiro, até porque, afinal, o que haveria para ser sustentável no
cimento? Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) provaram que há
muito. Existe um jeito sim para até o concreto que se usa na construção de
casas, pontes e prédios ser ecologicamente correto.

A ideia foi do engenheiro civil e autor do estudo Tobias Pereira, que foi
motivado pela vontade de desenvolver um produto que fosse mais econômico e mais
eficaz para os engenheiros. "Esse concreto, na verdade, foi desenvolvido
em 2008, e a informação que tenho do meu orientador na USP é de que ele está
sendo implantado no interior de São Paulo", afirma.

O concreto sustentável não é apenas bom para o meio ambiente. Segundo Pereira, ele também tem vida útil superior
ao concreto tradicional, o que faz dele uma opção econômicamente mais viável
para a construção civil. "A
norma de concreto brasileira fala em 65 megapascal (medida que expressa a
resistência à compressão), mas o concreto da USP tem resistência superior a
isso", disse. Na prática isso significa que se precisa de menos concreto
para levantar a mesma obra, o que, por consequência, significa menos cimento e,
indiretamente, contribui também para o meio
ambiente
, já que na indústria do concreto 90% do gás carbônico gerado
vem da fabricação do cimento.

"O novo concreto é de alta resistência e ainda usa menos cimento que o
tradicional. Ele é bem competitivo porque em obras de maior dimensão, como
edifícios altos, pontes e viadutos, podem ser usadas peças menores e se economiza
nas dimensões de pilares e outras estruturas de sustentação", afirma o
engenheiro.

Para se fabricar o concreto sustentável, Pereira diminuiu a quantidade de
cimento e incluiu na fórmula um aditivo superplastificante composto por
policarboxílicos. Ele explica que isso acaba com "os vazios dentro do
concreto", pequenos flocos gerados durante a fabricação do produto que se
tornam espaços de armazenamento de água. "O aditivo cria repulsão entre as
partículas de cimento e é como se você tivesse mais cimento reagindo, o que
torna o concreto mais fluido. Como ele é fluido, apenas seu peso já é
suficiente para moldá-lo", disse.

Como também demora mais para ser substituído, o novo concreto serve melhor à
sociedade e à construção civil,
defende Pereira. Para ele, o fato de o produto ser mais resistente contribui
para que obras de restauro e reconstrução possam ser feitas em intervalos
maiores, economizando dinheiro e material
que podem ser usados em novas obras e, claro, ajudando a salvar o meio
ambiente, já que menos CO2 proveniente da produção industrial do cimento será
jogado na atmosfera.

"Na hora que eu reduzo o consumo de cimento, que é o material que dá
alta enegria, eu estou reduzindo o impacto ambiental. Além de tudo, o concreto
sustentável é mais durável e resistente", afirma Pereira.


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