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AGÊNCIA CBIC

14/06/2013

Comércio não será mais motor do crescimento, dizem economistas

"Cbic"
14/06/2013

Valor Econômico/BR

Comércio não será mais motor do crescimento, dizem economistas

 
Por Juliana Elias e Diogo Martins | De São Paulo e do Rio
 Com um desempenho abaixo do esperado, o comércio confirmou em abril uma trajetória de desaceleração das vendas e a mudança para um novo patamar no ritmo de crescimento. No mês, o volume vendido teve um aumento de 0,5% ante março, na série com ajuste sazonal, o que frustrou as expectativas do mercado, que aguardava em média um aumento de 1,1%, segundo levantamento feito pelo Valor Data. Em relação a abril de 2012, o setor cresceu 1,6%, o resultado mais baixo desde 2003 para um mês de abril.
 O varejo ampliado, que considera também a cadeia automotiva e de materiais de construção, cresceu 1,9% na passagem mensal, e 9,1% ante abril do ano passado, impulsionado principalmente pelos incentivos a automóveis. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
 O gerente da coordenação de serviços e comércio IBGE, Reinaldo Pereira, destacou o aumento da inflação, da inadimplência e a saturação do consumo como fatores que estão inibindo as compras em 2013. "Antes, havia a entrada de pessoas na classe média, e que vinham com a demanda reprimida e consumiam muito. Outras pessoas já tinham esses bens, mas queriam outros mais modernos. Só que isso chega a um momento em que se esgota. O processo de troca de bens é muito mais lento", afirmou Pereira.
 "O comércio não vai mais ser o carro-chefe do crescimento, e teremos que nos acostumar com isso", disse o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal. "Daqui para frente veremos o comércio perdendo fôlego e crescendo a taxas mais próximas do PIB, e teremos que estimular os investimentos, porque, se não tiver outra coisa para substituí-lo o comércio, é uma má notícia."
 Em 2012, as vendas do varejo restrito, segundo o IBGE, cresceram 8,44% e, para 2013, as projeções dos economistas já giram em torno dos 5%, "podendo ficar estável ou até ter uma leve queda no ano que vem", segundo Leal. Nos resultados do PIB do primeiro trimestre, o comércio teve crescimento de 0,9% no acumulado em 12 meses, ante crescimento de 1,2% do PIB total. Ao lado de 2009, ano em que estourou a crise internacional, foi a única vez desde 2003 que o comércio cresceu menos do que o país como um todo.
 A ligeira melhora da renda em abril, ao lado de uma inflação dos alimentos que passou a desacelerar, foram algumas das razões citadas por Paulo Neves, analista da LCA Consultores, para as expectativas superestimadas para o comércio no mês. "O rendimento real, que havia subido apenas 0,6% em março, subiu 1,6% em abril (ante o mês anterior). Imaginávamos que isso já poderia ter um efeito maior", disse, citando também a inflação dos alimentos, que, depois de marcar 1,45% e 1,14% em fevereiro e março, foi a 0,96% em abril e 0,31% em maio, pelo IPCA, índice de preços ao consumidor do IBGE.
 A trajetória de desaceleração dos preços é justamente uma das principais razões apontadas pelos economistas para a perspectiva de que, nos próximos meses, o comércio registre taxas melhores que no início do ano: em março (0,0%) e em fevereiro (-0,4%), o setor não cresceu e, em janeiro, subiu apenas 0,5%. Os preços menores devem ajudar a recompor as vendas do grupo de super, hipermercados, fumo e bebidas, que respondem por cerca de 45% do varejo restrito e tiveram queda de 0,5% em abril, o terceiro mês seguido de retração.
 "O ritmo de expansão está com uma trajetória mais lenta, mas do ponto de vista da atividade o resultado de abril é bom, porque começa o segundo trimestre com um número positivo", disse Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo. Além do
 arrefecimento da inflação, ele cita também a grande leva de negociações salariais feitas por sindicatos neste período do ano, o que ajuda a recompor a perda do poder de compra. "O segundo trimestre com certeza já será mais forte que o primeiro, e o dado de abril já aponta para isso", disse Neves, da LCA.

 
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